DA SANTA SÉ

 

 

– CARTA DO PAPA AO CLERO DE ROMA

O Papa Francisco enviou carta ao clero de Roma, alertando contra o clericalismo

O Papa Francisco começou por saudar o trabalho de todos os sacerdotes, nem sempre reconhecido, numa carta de sete páginas, em tom coloquial.

“Do fundo do coração, sinto vontade de dizer que me preocupa quando voltamos a cair nas formas do clericalismo; quando talvez sem nos apercebermos, damos às pessoas, a impressão, de que somos superiores, privilegiados, colocados ‘no topo’ e, portanto, separados do resto do povo santo de Deus”, escreveu Francisco num texto assinado em Lisboa, no sábado, 5 de agosto, durante o contexto da JMJ 2023.

Tem sido preocupação deste pontificado, a denúncia do clericalismo como uma “doença”, que pode também afetar os leigos e agentes pastorais.

“Quando é assim, deixamo-nos absorver pelo clima de crítica e raiva á nossa volta, em vez de sermos aqueles que, com simplicidade e mansidão evangélica, com bondade e respeito, ajudam os irmãos e irmãs a sair das areias movediças da intolerância”, adverte o Papa, na referida carta.

Deixou também um alerta sobre a “mundanidade espiritual” que pode levar os padres a seguir “as modas do mundo”

“Isso acontece quando nos deixamos fascinar pelas seduções do efémero, pela mediocridade e pela rotina, pelas tentações do poder e da influência social. E ainda da vanglória e do narcisismo, da intransigência doutrinal e do esteticismo litúrgico”, escreveu.

O Papa Francisco, explicou que a mensagem nasceu diante da imagem da Virgem Salus Populi Romani, na basílica de Santa Maria Maior, onde fora rezar, antes da viagem para Portugal

 

 

– FUNDAÇÃO VAN THUÂN

Papa Francisco, cria Fundação, em 25 de julho

Entrou em vigor, no dia 25 de julho, o rescrito, com o qual o Papa – de acordo com o cânone 120, parágrafo 1 do código de Direito Canónico, dispôs a supressão das Fundações Bom Samaritano e Justiça e Paz.

Em seu lugar, Francisco instituiu a Fundação Van Thuân, intitulada ao cardeal vietnamita, falecido em 2002, que de 1998 até à sua morte, foi presidente do então Pontifício Conselho da Justiça e da Paz. Antes disso, ficou preso por 13 anos nas prisões do regime comunista.

A causa de beatificação do Cardeal está atualmente em andamento.

No documento aprovado na audiência concedida em 3 de julho, ao cardeal Michael Czerny, presidente do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, o Santo Padre também determinou que, enquanto se aguarda o estabelecimento de novo estatuto, “o património residual das Fundações Bom Samaritano e Justiça e Paz, seja transferido – diz o rescrito – para a Fundação Van Thuân que está sendo eregida”.

O Venerável cardeal Van Thuân, cuja vida foi exemplo de serenidade, de mansidão, faleceu há vinte anos.

 

 

– MISSÕES DE PAZ

O Papa Francisco enviou o Cardeal Zuppi a Washington em nova missão de paz

Depois da missão chefiada pelo Cardeal Matteo Maria Zuppi, arcebispo de Bolonha e Presidente da Comissão Episcopal Italiana, que o levou à Ucrânia e à Rússia no mês de maio, nova missão lhe foi confiada, dois meses depois.

De 17 a 19 de julho. O Cardeal Zuppi, acompanhado por um oficial da Secretaria de Estado, viajou a Washington, como enviado do Santo Padre Francisco.

“A visita decorreu no âmbito da missão de promoção da paz na Ucrânia e visou a troca de ideias e pontos de vista sobre a trágica situação atual e o apoio a iniciativas no âmbito humanitário para aliviar o sofrimento das pessoas mais atingidas e fragilizadas, em modo particular as crianças” – segundo comunicado emitido pela Sala de Imprensa vaticana.

A missão anterior a Moscovo, fez parte da iniciativa global proposta pelo Papa Francisco e concentrou-se no aspeto humanitário, como a troca de prisioneiros e repatriação de crianças.

 

 

Papa alertou para «práticas desumanizantes, de natureza tecnocrática», nos canais de comunicação.

No XIV Encontro anual de Legisladores Católicos que teve como tema “Luta das grandes potências, Captura Corporativa e Tecnocrática: resposta cristã às tendências desumanizantes”, teve lugar nos finais de agosto, na cidade italiana de Frascati, próxima de Roma.

O Papa Francisco lembrou que “o objetivo de cada rede é estabelecer uma conexão entre as pessoas”, alertando para “práticas desumanizantes, de natureza tecnológica”, nos canais de comunicação.

“Uma rede verdadeiramente cristã é já uma resposta às tendências desumanizantes, porque não tende apenas às verdades que libertam a existência do homem, mas tornam-nas modelos no contexto da sua atividade”, disse o Papa, segundo notícia divulgada pelo Gabinete de Imprensa da Santa Sé.

O Papa Francisco afirmou que manter uma rede internacional genuinamente católica, “significa indicar, com credibilidade uma alternativa à tirania tecnocrática, que induz os irmãos e irmãs, a apropriar-se dos recursos, tanto da natureza, como da existência humana”, que diminuem a sua capacidade de “tomar decisões e viver livremente”.

Sobre as práticas desonestas, o Papa destacou a divulgação deliberada de notícias falsas, incitação ao ódio e divisão, redução das relações humanas com algoritmos, a promoção de falsos sentimentos de pertença, especialmente entre os jovens, que os pode levar até ao isolamento e solidão.

Segundo o Papa, o uso distorcido dos encontros virtuais, pode ser superado com uma cultura de encontros autênticos, o que implica um apelo radical à escuta e ao respeito recíprocos, até para quem tem opiniões divergentes.

 

“Os primeiros discípulos de Jesus, foram chamados a uma ação conjunta de lançar a rede para uma pesca abundante. Poderíamos definir a criação de redes, como ferramentas para ser utilizadas de forma partilhada, para a realização de um objetivo comum”, disse o Santo Padre, no seu discurso.

O objetivo da Rede Internacional de Legisladores Católicos, é formar uma geração de líderes católicos que sejam capazes de promover a Doutrina Social da Igreja (DSI) na esfera pública, informou o portal Vatican News.

 

 

– ACORDO SANTA SÉ – VIETNAME

 Papa Francisco recebeu Presidente do Vietname.

Graças às frutíferas reuniões do Grupo de Trabalho conjunto Santa Sé – Vietname, a conclusão de um Acordo formalizado em 27 de julho, permitiu a nomeação de um Representante Pontifício Residente.

Na conferência de imprensa que teve lugar no final da assinatura do Acordo, o cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, questionado por jornalistas, referiu o trabalho conjunto, provou a disponibilidade eclesial em estabelecer boas relações com as comunidades, oferecendo um testemunho cristão, animado pelo desejo de assumir tradições locais e valores compartilhados.

O início das relações com as autoridades vietnamitas, remonta a 1989, quando o cardeal Roger Etchegaray, então presidente do Conselho Pontifício para Justiça e a Paz, pode fazer uma visita oficial ao Vietname. O pensamento de João Paulo II; era abrir caminhos de diálogo por meio de temas da justiça e da paz.

Assim começou a prática de uma visita anual de uma delegação da Santa Sé, dedicada em parte a encontros com o governo e em parte com as comunidades diocesanas.

Em dezembro de 2009, o presidente Neguyên Minh Triêt, veio ao Vaticano para se encontrar com o Papa Bento XVI. Desse encontro resultou a nomeação de um representante Pontifício, não residente com sede em Singapura.

Na base das reuniões de estudo e trabalho, sempre houve um respeito mútuo e vontade de avançar, sem escolher as próprias posições, mas sempre discutindo sobre elas e suas motivações, referiu o cardeal Parolin, aos jornalistas.

A Conferência Episcopal, que sempre esteve envolvida no processo, ofereceu as suas próprias avaliações e reflexões.

O bom entendimento que se estabeleceu durante estes anos de trabalho permitiu uma harmonização gradual do princípio da liberdade religiosa com as leis e costumes locais. Com o passar do tempo, levou a uma maior compreensão mútua e convergência nas escolhas sobre o texto, feitas de tempos em tempos, com o objetivo de garantir que o Representante Pontifício Residente tenha as condições para exercer o seu ministério de legação junto á Igreja local e às autoridades vietnamitas.

Depois de referir as funções que desempenhará o Representante Pontifício, idênticas aos núncios, o Cardeal, referiu-se a caraterísticas do povo vietnamita – a sua “humilde laboriosidade”, uma profunda aptidão para o trabalho, não só manual como o entendimento com tudo o que se faz. O que podia dar origem a uma certa presunção, os vietnamitas sempre mantem uma atitude humilde e respeitosa.

O Acordo não é uma meta, mas uma proposta de caminhar juntos, com a disponibilidade de se confrontarem para encontrar o melhor.

 

 

– PRESIDENTE DA HUNGRIA NO VATICANO

Papa Francisco recebeu a presidente da Hungria.

“Que do seu país se propague uma mensagem de paz para a Europa”, desejou o Papa Francisco na audiência à Presidente da Hungria, que teve lugar no dia 25 de agosto, no Vaticano.

A sala de Imprensa da Santa Sé, de entre os assuntos tratados, destacou a crise humanitária decorrente da guerra na Ucrânia e a perseguição contra os cristãos.

O encontro terminou com a troca de presentes entre os dois Chefes de Estado.

A presidente da República da Hungria, desde 10 de maio de 2022, Katalin Éva Novák, reuniu a seguir com o secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin e com o subsecretário para as Relações com os Estados, monsenhor Miroslaw Wachowski,

No encontro, na Secretaria de Estado, foram tratados alguns temas de interesse comum, como a família e os valores cristãos, após as referências, à Viagem Apostólica do Papa a Budapeste, realizada de 28 a 30 de abril de 2023.

Além dos assuntos já citados, esteve também em foco o tema da liberdade religiosa e a situação dos cristãos perseguidos no mundo

 

 

 

– PROIBIÇÃO DE TESTES NUCLEARES

Santa Sé opõe-se a testes nucleares.

O observador permanente da Santa Sé no Conselho de Segurança da ONU, reiterou o apoio da entrada em vigor do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT) sobre armas nucleares, que causam sérios danos às populações dos territórios envolvidos. Igualmente apoia a proibição de testes com explosivos nucleares, disse o arcebispo Gabriele Giordano Caccia, na Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque, no dia 29 de agosto.

“Infelizmente as perspetivas de um regresso às experiências com explosivos nucleares permanecem reais”, alertou o arcebispo italiano lembrando que o objetivo fundamental de “um mundo livre de armas nucleares”, é a finalidade do tratado.

O observador permanente da Santa Sé no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas referiu que o primeiro teste nuclear, no Novo México, há 78 anos, deu início a uma corrida armamentista, com grandes consequências: “deslocamentos, problemas de saúde multigeracionais, alimentos e água envenenados, a quebra de laços espirituais com a Terra, nossa Casa Comum”.

Segundo D. Gabriele, os Estados Unidos têm a obrigação moral e legal, de restaurar as vidas, as comunidades e ecossistemas danificados por estes testes.

A Santa Sé ratificou os diferentes tratados sobre estes temas: de Não Proliferação de Armas Nucleares; de Proibição Completa de Testes Nucleares; sobre a Proibição de Armas Nucleares.

O Dia Internacional Contra Testes Nucleares foi deliberado a 2 de dezembro de 2009 pelas Nações Unidas, na resolução 64/35; em 2013, a Assembleia Geral da ONU criou o Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares, que se assinala a 26 de setembro.

 

 

PRIMEIRO-MINISTRO DO UGANDA RECEBIDA PELO PAPA

Rovina Nabbaja, primeiro-ministro de Uganda recebida pelo Papa Francisco, no Vaticano

Na manhã do dia 24 de julho o Papa Francisco recebeu em audiência, Rovina Nabbaja, primeiro-ministro de Uganda.

Entre os temas abordados, o Papa mostrou-se comovido com o acolhimento dispensado aos migrantes e refugiados, provenientes, não só da África, mas também dos países da Ásia Central, generosamente oferecido pelas instituições ugandesas, informou a Sala de Imprensa da Santa Sé.

No dia seguinte (25 de julho), teve outro encontro com o secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, que esteve acompanhado pelo secretário para as Relações com os Estados e Organizações Internacionais, dom Paul Richard Gallagher.

Durante os cordiais colóquios que tiveram lugar na Secretaria de Estado, foi sublinhada a boa relação entre a Santa Sé e Uganda, destacando o papel desempenhado pela Igreja Católica naquele país africano.

A ocasião foi propícia para discutir temas de interesse comum e trocar ideias sobre a situação na região.

 


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