aCONTECIMENTOS eclesiais
DA SANTA SÉ
VATICANO – Processo de beatificação da Irmã Lúcia
Papa abriu caminho para beatificação da Irmã Lúcia
O Papa Francisco, em 22 de junho, promulgou o decreto que reconhece «virtudes heroicas» de Irmã Lúcia (1907 – 2005), vidente de Fátima, anunciou nesse dia, o Vaticano.
Foi desta forma ultrapassada a primeira etapa dum processo que levará á beatificação, para a qual é necessária a aprovação de um milagre, atribuído à intercessão da religiosa carmelita.
O decreto foi tornado público após a audiência concedida pelo Papa Francisco, ao cardeal Marcello Semeraro, perfeito do Dicastério para as Causas dos Santos.
Em outubro de 2022, tinha sido entregue no Vaticano a ‘Positio Super Vita Virtutibus et Fama Sanctitatis’ (sobre a vida, virtudes e fama de santidade). Estiveram presentes o cardeal Marcello Semeraro; o postulador geral da causa da canonização, padre Marco Chiesa; a vice-postuladora irmã Ângela de Fátima Coelho; o relator, Maurizio Tagliaferri e a irmã Filipa Pereira, colaboradora da causa.
O volume então apresentado, contém a biografia da Irmã Lúcia, feita a partir dos documentos recolhidos na fase diocesana do processo que decorreu na Diocese de Coimbra entre 2008 - 2017; a ‘informatio´, que descreve as virtudes vividas pela religiosa, bem como o elenco dos depoimentos das testemunhas, o seu Diário e outros documentos inéditos “considerados relevantes no processo”.
Este documento foi analisado por um conjunto de nove teólogos que emitiram o seu parecer favorável sobre a prática de virtudes em grau heroico”.
O parecer positivo do Dicastério para as Causas dos Santos, foi apresentado ao Papa, que aprovou a publicação do respetivo decreto, passando a Irmã Lúcia a ser designada como “venerável”.
O processo teve início em 2008, três anos após a morte, tendo o então Papa Bento XVI, dispensado o período de cinco anos de espera, determinado pelo Direito Canónico. Implicou a análise de milhares de cartas e textos, além de auscultação de 61 testemunhas.
Lúcia Rosa dos Santos, a Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado, faleceu a 13 de fevereiro de 2005, aos 97 anos de idade, depois de várias décadas vividas em clausura no Carmelo de Coimbra.
VATICANO – Papa envia mensagem à CELAM
Papa enviou mensagem à Assembleia geral da CELAM, que reuniu em maio, na Costa Rica.
O Papa Francisco enviou uma mensagem à Assembleia Geral Ordinária do Conselho Episcopal Latino Americano e Caraíbas (CELAM), pedindo “especial atenção aos pobres e marginalizados”.
“Que esta Assembleia dê abundantes frutos à Igreja peregrina na América e Caraíbas, para que esteja sempre, pronta a servir, especialmente os pobres e marginalizados, discernindo as inspirações do Espirito Santo em sinodalidade com todo o povo santo de Deus”, referiu o Papa numa mensagem divulgada pelo portal Vatican News.
Esta Assembleia, que teve início no dia 16 de maio, teve por tema: “Colegialidade, eclesialidade e sinodalidade, para a missão” e decorreu até 19 de maio.
A mensagem do Papa foi enviada a D. Miguel Cabrejos, presidente cessante do CELAM. Na Eucaristia D. Miguel, agradeceu as experiências vividas no seu mandato, a pessoas, Instituições, organizações e departamentos. Começando pelo Papa Francisco, “pelo seu apoio sábio e decisivo, ao longo dos quatro anos, pela sua proximidade e orientação”.
O portal de notícias do Vaticano referiu que a “breve mensagem” do Papa, quis ser um estímulo para a Igreja do continente, “procurando fortalecer o processo de renovação e reestruturação do Conselho Episcopal Latino Americano e Caraíbas, iniciado em 2019 nas Honduras.
VATICANO – Pacto global pela Família
O Papa Francisco lançou no final de maio o «Family Global Compact» dirigido às Universidades Católicas.
O Papa referiu em mensagem divulgada pela Santa Sé que o projeto quer criar um programa partilhado de ações, visando pôr em diálogo a pastoral familiar com os centros de estudo e pesquisa, sobre a família, presentes nas Universidades Católicas de todo o mundo.
O texto esclarece que o “Family Global Compact”, está estruturado em quatro objetivos fundamentais, a começar pela promoção de um processo de diálogo e maior colaboração entre os centros universitários de estudo e pesquisa, que se ocupam de temáticas familiares, para tornar mais fecunda a sua atividade.
Outro objetivo é criar sinergia nos conteúdos e objetivos entre comunidades cristãs e universidades católicas e favorecer a cultura da família e da vida na sociedade, para que surjam propostas e objetivos úteis, às políticas públicas.
Com este novo projeto, a Igreja Católica procura harmonizar e apoiar, uma vez identificadas, as propostas surgidas a fim de que o serviço à família seja enriquecido e sustentado nas vertentes espiritual, pastoral, cultural, jurídica, política, económica e social.
“O objetivo é a sinergia fazendo com que o trabalho pastoral com as famílias, nas Igrejas particulares aproveite, de maneira mais eficaz, os resultados da investigação e do compromisso didático e formativo que se realiza nas universidades”, escreveu o Papa na mensagem.
“Juntas, as Universidades Católicas e a pastoral, podem promover melhor uma cultura da família e da vida que, a partir da realidade, ajude as novas gerações – neste tempo de incertezas e de carestia da esperança – a estimar o matrimónio, a vida familiar com os seus recursos e desafios, a beleza de gerar e proteger a vida humana”.
O Papa lembrou ainda que muitos jovens descartam a opção do matrimónio por formas de relação afetiva. Instáveis e informais.
Porque grande parte dos sonhos de Deus, acerca da comunidade humana se realizam na família, não podemos resignar-nos com o seu declínio, em nome da incerteza, , do individualismo, do consumismo, que anteveem um futuro de indivíduos isolados que pensam em si mesmos”, advertiu o Papa.
VATICANO – Carta Pastoral
Papa dedicou carta a Blaise Pascal, considerando-o mestre da «condição humana».
No quarto centenário do nascimento de Blaise Pascal (1623- 1662), o papa Francisco escreveu uma carta apostólica, sobre o físico, matemático, filósofo e teólogo francês, apresentando-o como mestre da “condição humana”.
“Nem a sua conversão a Cristo, sobretudo a partir da sua ‘Noite de Fogo`, em 23 de novembro de 1654, nem o seu extraordinário esforço intelectual de defesa da fé cristã fizeram dele uma pessoa isolada do seu tempo”, escreveu o Papa num documento intitulado ‘Sublimitas et miséria hominis’ (Grandeza e miséria do homem).
“Estava atento aos problemas então mais sentidos, bem como às necessidades materiais de todos os componentes da sociedade em que vivia”, indicou o Papa, destacando que, para Pascal “a abertura à realidade significava não se fechar aos outros, nem mesmo na hora da sua última doença”.
No documento, o Papa mostra a sua admiração pela “atitude de fundo” da vida de Pascal, que define como “abertura estupefacta à realidade” ou seja “abertura a outras dimensões do saber, e da existência, abertura aos outros, abertura à sociedade”.
Após a publicação da Carta, a Santa Sé promoveu uma conferência de imprensa com a presença do cardeal Tolentino de Mendonça, perfeito do Dicastério para a Cultura e Educação.
O Cardeal, apresentou Pascal, como um “modelo de referência para abordar as complexidades do homem moderno, dividido entre verdades científicas e teológicas”.
IGREJA – Papa e Presidente de Cuba
O Papa recebeu em audiência privada, no dia 20 de junho, o presidente cubano
A Sala de imprensa da Santa Sé informou a audiência privada concedida pelo Papa Francisco ao presidente de Cuba, Miguel Díaz Canel Bermúdez.
“Confirmamos a vontade de continuar a fortalecer os laços entre a Santa Sé e Cuba”, sublinhou o Presidente cubano, no final do encontro.
Uma nota do Vaticano, publicada após os encontros, sublinhou que as duas partes discutiram a importância das relações diplomáticas, evocando a visita histórica do Papa João Paulo II à Ilha em 1998.
Depois da audiência privada, Miguel Díaz Canel Bermúdez e a sua delegação, reuniram-se com responsáveis da Secretaria de Estado do Vaticano. O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, estava acompanhado pelo subsecretário para o setor multilateral da secção para as Relações com os Estados, D. Daniel Pacho.
“Muito agradável o reencontro com Sua Santidade o Papa Francisco a quem transmiti o meu profundo afeto e votos de plena recuperação do povo cubano. Foi uma conversa franca. Confirmámos amplas coincidências em questões prementes da agenda internacional da humanidade”, escreveu Miguel Díaz Bermúdez na sua conta da rede social Twitter.
O chefe de Estado cubano, referiu também que apreciou as “expressões de “proximidade e encorajamento” do Papa, confirmando “a vontade de fortalecer os laços entre a Santa Sé e Cuba”.