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A INFÂNCIA ESPIRITUAL
Hugo de Azevedo
Neste período litúrgico sucedem-se várias celebrações preciosas: a Visitação de Nossa Senhora à sua prima Santa Isabel, a Santíssima Trindade, o Corpo e Sangue de Cristo, os Corações de Jesus e de Maria, assim como outras devoções que nos são tão queridas: ao Santo Anjo da Guarda de Portugal, a Santo António, S. João Batista, S. Pedro e S. Paulo.
Qualquer delas nos leva às outras, por mais que as multipliquemos. Maria leva no seu Coração a Santíssima Trindade e, no seu seio virginal, o Corpo e Sangue de Cristo, seu Filho, o Cordeiro de Deus anunciado pelo Batista, e que o nosso Anjo da Guarda deu a adorar e consumir na Eucaristia aos videntes de Fátima, e de que se alimentaram os Apóstolos e todos os Santos.
Não há devoção alguma que não nos conduza às demais, de tal modo que, seja qual for «o tema» da nossa oração, sempre nos encontramos na intimidade divina e unidos a toda Igreja e a toda a Humanidade, em contemplação, louvor, ação de graças, petição e desagravo.
É muito conveniente manter as nossas devoções particulares e seguir interiormente os tempos litúrgicos, mas com simplicidade; sem forçarmos a mente e o coração ao que nos pareça teoricamente o mais correto. Como todos os mistérios da Salvação estão ligados, qualquer deles nos leva aos outros e sem eles não subsiste. Nem entremos em escrúpulos, por omitir ou trocar alguma devoção pessoal.
Só se excetuaria o Terço, que Nossa Senhora «mandou». Como alguém dizia: «Omitir o Terço não é um pecado; é uma vergonha!»
Agradeçamos a Santa Teresinha a sua «infância espiritual». A sua, pois cada «infância espiritual» é diferente das outras, como são diferentes as pessoas, as almas, os tempos e as circunstâncias. E as próprias graças de Deus.