aCONTECIMENTOS eclesiais
DA SANTA SÉ
IGREJA – Agentes pastorais assassinados
18 agentes pastorais foram assassinados em 2022
A agência Fides, do Vaticano, informou em 30 de dezembro de 2022, que durante esse ano 18 agentes pastorais entre leigos, sacerdotes, religiosos, missionárias e catequistas católicos.
“A pouca informação sobre a vida e circunstâncias que levaram à morte violenta destes 18 missionários e missionárias, oferecem-nos imagens da vida quotidiana, mesmo que em contextos particularmente difíceis, marcados pela violência, pobreza, falta de justiça e respeito pela vida humana”, indica a nota divulgada online.
A maior parte dos assassinatos registou-se em África.
Segundo a Fides, entre 1990 e 2000 houve registo de 604 missionários mo, incluindo as vítimas do genocídio do Ruanda (1994) que causou pelo menos 248 vítimas entre o pessoal eclesiástico.
Já nos anos 2001 a 2022. O número total de agentes pastorais mortos foi de 527.
IGREJA / CULTURA - Legado de Bento XVI
Bento XVI transmite «um legado de futuro», afirmou D. José Tolentino de Mendonça
D. José Tolentino de Mendonça, perfeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, em declarações à Agência Ecclesia disse que a herança espiritual do Papa emérito, passa por colocar o anúncio de Deus no “centro da vida”, a valorização do “estatuto da fé” e a “reabilitação da tríade bondade, verdade e beleza”.
“O ensinamento que transmitiu sobre a beleza, abriu espaço para tantos diálogos e iniciativas com o campo das artes, restabelecendo uma aliança que a modernidade deixará em suspenso. Do ponto de vista eclesial e cultural, transmite-nos um legado de futuro”, afirmou D. José Tolentino.
O Cardeal português referiu-se ao “extraordinário magistério do Papa Bento XVI” onde “não faltam traços de grande alcance espiritual e civilizacional”, afirmando que no dia do seu funeral “foi impossível conter os sentimentos de gratidão por todos eles”.
D. José Tolentino salientou ainda que para o Papa Bento XVI, o anúncio de Deus é “urgente no mundo contemporâneo”. Não o anúncio dum Deus qualquer, mas o anúncio do Deus amor, aquele Deus que Jesus de Nazaré, revelou na história”, recordando o impacto que despertou a sua encíclica “ Deus caritas est”.
“O Papa Ratzinger ajudou a ver que a fé não deve ser menosprezada como se fosse uma coisa menos credível, se não mesmo irracional. Insistiu na credibilidade racional do ato de crer ao mesmo tempo que explicava que não podemos reduzir a razão a um racionalismo.
D. José Tolentino Mendonça, sublinhou também que “Bento XVI não tinha dúvidas que o cristianismo provem de Jerusalém mas tem de passar por Atenas”.
SÍNODO – Cardeal Mário Grech em Braga
Secretário-geral do Sínodo apelou a uma “mobilização” de todos.
Na sua passagem por Braga, entre encontros e conferências no passado mês de dezembro, o Cardeal Mario Grech, secretário-geral do Sínodo, disse que o processo lançado pelo Papa Francisco é uma “experiência sem precedentes”, em que todos podem participar, mesmo quando encontrem portas fechadas”.
“Se alguém não encontrar quem o ouça, peço-lhe que não perca a coragem, mas que procure alguém que o escute, noutro lugar. Se uma porta estiver fechada, há outras portas as quais se pode bater: alguém com certeza vai abrir”, afirmou o colaborador do Papa.
Considerou que as temáticas lançadas, precisam de aprofundamento, de mais tempo, apelando à “calma e responsabilidade”.
“Este é o momento, para que todos, no Povo de Deus tomem consciência do seu dever de dizer o que, na sua consciência, estão convencidos que o Espírito Santo, quer comunicar à Igreja”, apontou o Cardeal.
Insistindo na necessidade de uma participação responsável, aconselhou: “Vai em frente. Supera qualquer medo!”
VATICANO – Visita do Rei da Jordânia
Encontro enalteceu o valor do diálogo inter-religioso e ecuménico.
No dia 10 de novembro o Papa Francisco recebeu, pela quarta vez, o rei Abdullah II e a rainha Rania, da Jordânia, num encontro de 25 minutos em que se fez referência às boas relações bilaterais existentes, à necessidade de continuar a desenvolver o diálogo inter-religioso e ecuménico, garantindo sempre que a Igreja Católica na Jordânia, possa exercer livremente a própria missão.
Neste encontro, além da comitiva da Jordânia estiveram presentes o secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin e D. Paul Richard Gallangher, secretário das Relações com os Estados e as Organizações Internacionais.
A promoção da estabilidade e da paz no Médio Oriente, fizeram parte dos temas tratados, assim como a necessidade de custodiar e encorajar a presença cristã na região.
“A propósito, destacou-se a necessidade de continuar a preservar o status quo nos Lugares Santos em Jerusalém, lugar de encontro e símbolo de coexistência pacífica, em que se cultivam o respeito recíproco e o diálogo”, podia ler-se no comunicado final.
VATICANO – Nobel da Paz no Vaticano
Papa Francisco recebeu Nobel da Paz de 2018
O Papa Francisco recebeu no dia 9 de dezembro, no Vaticano, em audiência, o ginecologista congolês Denis Mukwege, Prémio Nobel da Paz de 2018, numa conversa sobre “a crise humanitária do Congo”.
O médico da República Democrática do Congo, declarou no final da audiência, que a próxima visita do Papa, prevista para o início de fevereiro, possa contribuir para “sensibilizar a opinião pública mundial sobre a tragédia que estamos vivendo hoje” e que “com suas orações e sua voz, possa contribuir, para pôr fim a esta tragédia sobre a qual pouco se fala aqui, na Europa”, referiu Denis Mukwege
O ginecologista congolês é ativista dos direitos humanos, tem 67 anos, recebeu o prémio pelo seu “compromisso de tratar mulheres e meninas, vítimas de violação na guerra”, especialmente na Região dos Grandes Lagos.
Contou ao Papa que no hospital que fundou há quase 25 anos, em Bukawu, “vive sob escolta há 10 anos para evitar ataques”. Ali tenta “salvar a vida e de mulheres e meninas e até mesmo de meninas vítimas de violência sexual, usada como arma de guerra pelas milícias dos grupos, que combatem o governo de Kinshasa”.
O início da visita do Papa está previsto para o dia 31 de janeiro.
VATICANO – Sínodo e Comunicação
«Sínodo e Comunicação: um percurso a desenvolver»
No dia 12 de novembro o Papa esteve reunido com os membros do Dicastério para a Comunicação num encontro plenário, subordinado ao tema: “Sínodo e Comunicação: um percurso a desenvolver”.
O Papa Francisco, apresentou a comunicação como “movimento criativo” e pediu que “arrisquem com valores cristãos.”
Apontou também que o “Sínodo não é um simples exercício de comunicação”, nem a tentativa de “repensar a Igreja com a lógica das maiorias e das minorias que devem chegar a um acordo”.
“Este tipo de visão é mundana”, alertou o Papa, afirmando que a essência do percurso sinodal é ouvir, entender e colocar em prática a vontade de Deus.
«Sem o caminhar juntos, podemos tornar-nos simplesmente uma instituição religiosa, que perdeu a capacidade de fazer resplandecer a luz da mensagem do Mestre, perdeu a capacidade de levar sabor às vicissitudes do mundo».
O Papa definiu a comunicação como o “artesanato das relações”, em que a voz de Deus ressoa, favorecendo a proximidade, dando voz a quem é excluído.
“A comunicação deve tornar possível também a diversidade de visões, buscando sempre, todavia, preservar a unidade e a verdade, e combatendo calúnias, violências verbais, personalismos e fundamentalismos que, com a desculpa de serem fieis à verdade, espalham somente divisão e discórdia. Se ceder a essas degenerações, a comunicação, ao invés de fazer tanto bem, acaba por fazer muito mal”, afirmou.
Apontou ainda que “a primeira tarefa da comunicação é tornar as pessoas menos sós”. Depois “é preciso dar voz a quem a não tem”, consciente que a tarefa da Igreja é estar com os últimos e seu “habitat natural”, são as periferias existenciais, situações de marginalidade devido a falências familiares ou pessoais.
VATICANO – Sínodo na etapa continental
Cidade do Vaticano – Papa destacou importância de manter unidade e evitar “rutura” nas comunidades
O Papa participou durante duas horas num encontro que teve lugar em 28 e 29 de novembro, na cidade do Vaticano, com responsáveis ligados á etapa continental do Sínodo 2021-2024. Convidou a “caminhar juntos, não em rutura”.
A reunião decorreu por iniciativa da Secretaria Geral do Sínodo, com a participação dos presidentes das conferências continentais dos bispos e dos coordenadores das etapas da segunda etapa do processo lançado pelo Papa Francisco.
O Secretário Geral do Sínodo dos Bispos, cardeal Mário Grech. manifestou a sua “gratidão e admiração” pelos dois dias de trabalho, nos quais disse ter ouvido “o testemunho duma Igreja viva”.
A partilha provou que o processo já está em andamento, que temos muito a aprender uns com os outros. A tarefa é e continua sendo, antes de tudo a evangelização: o anúncio da boa nova de Jesus Cristo. É este “o caminho sinodal”.
O cardeal Hollerich, alertou para a tentação da “politização” na e da Igreja, ou seja, viver e pensar a Igreja com a lógica da política.
“Queremos poder entrar num verdadeiro discernimento, um discernimento apostólico, missionário, para que a Igreja sinodal possa realizar a sua missão no mundo. Queremos caminhar juntos”, afirmou.