2º Domingo da Quaresma
5 de Março de 2023
RITOS INICIAIS
Cântico de entrada: O Senhor Salvou-me – C. Silva, OC pg 189
Salmo 26, 8-9
Antífona de entrada: Diz-me o coração: «Procurai a face do Senhor». A vossa face, Senhor, eu procuro; não escondais de mim o vosso rosto.
Ou
cf. Salmo 24, 6.3.22
Lembrai-vos, Senhor, das vossas misericórdias e das vossas graças que são eternas. Não triunfe sobre nós o inimigo. Senhor, livrai-nos de todo o mal.
Não se diz o Glória.
Introdução ao espírito da Celebração
Estamos no Segundo Domingo da Quaresma. Hoje a Santa Igreja, mãe e educadora da fé, coloca à nossa reflexão o mistério da Morte e Ressurreição de Jesus. É esse o objetivo final de toda a Quaresma - entender o mistério de Jesus no Calvário como expressão do amor de Deus a todos os homens. É o domingo da Transfiguração do Senhor ou festa do Divino Salvador, que se repetirá em 6 de Agosto.
A Transfiguração do Senhor no alto do monte Tabor, que o Evangelho de hoje nos relata, lembra-nos que, através do esforço quaresmal no seguimento de Jesus Cristo na Sua Paixão, chegaremos também à alegria da Sua Ressurreição gloriosa. Tal acontecerá se sempre formos iluminados pela luz da fé.
Oração colecta: Deus de infinita bondade, que nos mandais ouvir o vosso amado Filho, fortalecei-nos com o alimento interior da vossa palavra, de modo que, purificado o nosso olhar espiritual, possamos alegrar-nos um dia na visão da vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Liturgia da Palavra
Primeira Leitura
Monição: O Patriarca Abraão, inteiramente confiado na Palavra do Senhor, abandona tudo e parte ao encontro do desconhecido. Assim deve ser a nossa fé, sem medo de nos confiarmos às exigências que a Lei do Senhor nos põe aos ombros e no coração.
Génesis 12, 1-4ª
1Naqueles dias, o Senhor disse a Abraão: «Deixa a tua terra, a tua família e a casa de teu pai e vai para a terra que Eu te indicar. 2Farei de ti uma grande nação e te abençoarei; engrandecerei o teu nome e serás uma bênção. 3Abençoarei a quem te abençoar, amaldiçoarei a quem te amaldiçoar; por ti serão abençoadas todas as nações da terra». 4aAbraão partiu, como o Senhor lhe tinha ordenado.
1 «O Senhor disse a Abraão». Estamos nas origens do antigo povo de Deus, como preparação do caminho do Evangelho: «no devido tempo Deus chamou Abraão para fazer dele um grande povo» (Dei Verbum, 3). A aliança com Deus implica uma série de exigências: deixar terra, família, casa e lançar-se para o desconhecido, «a terra que Eu te indicar…», fiando-se apenas na palavra de Deus. É assim que S. Paulo há-de insistir no exemplo de fé e de obediência ao Deus de Abraão: Rom 4; cf. Hebr 11,8-19.
Salmo Responsorial Sl 32 (33), 4-5.18-19.20.22 (R. 22)
Monição: O Espírito Santo convida-nos, pelo Salmo responsorial, á semelhança de Abraão, a confiar na Sua Palavra, caminhando ao encontro do desconhecido.
Refrão: Esperamos, Senhor, na vossa misericórdia.
Ou: Desça sobre nós a vossa misericórdia,
porque em Vós esperamos, Senhor.
A palavra do Senhor é recta,
da fidelidade nascem as suas obras.
Ele ama a justiça e a rectidão:
a terra está cheia da bondade do Senhor.
Os olhos do Senhor estão voltados para os que O temem,
para os que esperam na sua bondade,
para libertar da morte as suas almas
e os alimentar no tempo da fome.
A nossa alma espera o Senhor:
Ele é o nosso amparo e protector.
Venha sobre nós a vossa bondade,
porque em Vós esperamos, Senhor.
Segunda Leitura
Monição: S. Paulo fala na vida como experiência do amor indissolúvel a Jesus Cristo e aos irmãos. E o segredo é o dar a vida como Cristo.
2 Timóteo 1, 8b-10
Caríssimo: 8bSofre comigo pelo Evangelho, apoiado na força de Deus. 9Ele salvou-nos e chamou-nos à santidade, não em virtude das nossas obras, mas do seu próprio desígnio e da sua graça. Esta graça, que nos foi dada em Cristo Jesus, desde toda a eternidade, 10manifestou-se agora pelo aparecimento de Cristo Jesus, nosso Salvador, que destruiu a morte e fez brilhar a vida e a imortalidade, por meio do Evangelho.
8 S. Paulo, nas vésperas da sua execução pelo ano 67, no seu segundo cativeiro romano, aparece a animar o seu discípulo a sofrer também pelo Evangelho.
9-10 Estes versículos, num contexto exortatório, constituem mais uma das belas sínteses paulinas da salvação, em forma de hino, em prosa ritmada; esta «salvação» tem, como ponto de partida, um desígnio divino gratuito e (à letra) «chamou-nos com um chamamento santo», santo, não só por ser de Deus, mas por levar a Deus; daí a tradução litúrgica, menos formal: «chamou-nos à santidade».
Aclamação ao Evangelho
Monição: A salvação do mundo é obra do próprio Deus que, na fidelidade à Aliança com Abraão, enviou primeiro Moisés e Elias, e finalmente o Seu próprio Filho.
Cântico: Louvor e glória a Vós, J. Santos, NRMS, 40
No meio da nuvem luminosa, ouviu-se a voz do Pai:
«Este é o meu Filho muito amado: escutai-O».
Evangelho
São Mateus 17, 1-9
1Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João seu irmão e levou-os, em particular, a um alto monte 2e transfigurou-Se diante deles: o seu rosto ficou resplandecente como o sol e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. 3E apareceram Moisés e Elias a falar com Ele. 4Pedro disse a Jesus: «Senhor, como é bom estarmos aqui! Se quiseres, farei aqui três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e outra para Elias». 5Ainda ele falava, quando uma nuvem luminosa os cobriu com a sua sombra e da nuvem uma voz dizia: «Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência. Escutai-O». 6Ao ouvirem estas palavras, os discípulos caíram de rosto por terra e assustaram-se muito. 7Então Jesus aproximou-se e, tocando-os, disse: «Levantai-vos e não temais». 8Erguendo os olhos, eles não viram mais ninguém, senão Jesus. 9Ao descerem do monte, Jesus deu-lhes esta ordem: «Não conteis a ninguém esta visão, até o Filho do homem ressuscitar dos mortos».
O facto de esta cena nos ser apresentado todos os anos no 2º Domingo da Quaresma é para na nossa vida a termos muito em conta. Assim como para aqueles discípulos a Transfiguração de Jesus serviu de preparação para se confrontarem com a sua desfiguração na agonia do Getxemani, assim também nós temos de nos dispor com olhos de fé para a celebração do tríduo pascal.
1 «A um alto monte. Os Evangelhos não dizem o nome do monte que habitualmente se julga ser o Tabor, segundo uma tradição procedente do séc. IV, um monte situado a 10 km a Leste de Nazaré. Como este monte não é muito alto (apenas 560 m), há exegetas modernos que falam antes do Monte Hermon (2.759 m), junto a Cesareia de Filipe, região onde Jesus tinha estado, segundo os três sinópticos, uma semana antes.
Pedro, Tiago e João, são os três predilectos de Jesus, destinados a ser «colunas da Igreja» (Gál 2,9) particularmente firmes, igualmente testemunhas da ressurreição da filha de Jairo (Mc 5,37) e da agonia de Jesus no horto (Mt 26,37), diríamos, uma espécie de núcleo duro do grupo dos Doze. Jesus sabia que a sua Paixão e Morte lhes iria provocar um violentíssimo choque, por isso quer prepará-los para enfrentarem com fé e coragem tamanha provação. Pedro acabara de confessar Jesus como «o Messias, o Filho de Deus vivo» (Mt 16,16); Jesus tinha-o declarado «bem-aventurado» por essa confissão de fé, que afinal era muito frágil, pois, logo a seguir, perante o primeiro anúncio da Paixão, Jesus havia de o repreender pela sua visão humana (cf. Mt 16,23).
3 «Moisés e Elias». São os dois maiores expoentes de toda a revelação do Antigo Testamento: representam a Lei e os Profetas a convergirem em Cristo.
9 «Não conteis a ninguém». Esta ordem enquadra-se na chamada «disciplina do segredo messiânico», que tinha por fim evitar uma exagerada exaltação do espírito dos Apóstolos; assim Jesus obviava a possíveis agitações populares que só viriam prejudicar e perturbar a sua missão. Em Marcos esta imposição do silêncio adquire um significado teológico muito particular.
Sugestões para a homilia
1. Senhor como é bom estarmos aqui!
2. O exemplo que nos dão Abraão e os Apóstolos Pedro Tiago e João.
3. Lições a tirar para a nossa vida.
1. Senhor, como é bom estarmos aqui!
“Senhor, como é bom estarmos aqui”, foram as palavras encontradas por Pedro, quando com Tiago e João fizeram a experiência de Deus, no alto do Monte Tabor. Ele pretendia ficar ali para sempre.
Estes três Apóstolos iriam ser testemunhas particulares do sofrimento do Senhor. Concretamente iriam vê-lo a suar sangue no Horto das Oliveiras. A sua fé iria ser posta à prova. Para não sucumbirem ali estava Jesus manifestando-lhes algo da Sua divindade. Neste momento tão solene, mais uma vez se ouve a voz do eterno Pai: “Este é o Meu Filho muito amado, no qual pus a minha complacência, Escutai-O”. E Ele fala-nos com o que nos diz e continua a falar-nos com o que faz, desde o nascimento pobre e humilde até à morte e morte de Cruz.
O sofrimento de Jesus de que estes três Apóstolos iriam ser especiais testemunhas, dizem-nos claramente que não foi “a brincar” que Jesus nos salvou. Foi mesmo com muito sofrimento e humilhações. Não podemos ficar indiferentes perante tantos excessos de Seu Amor. Amor com amor se paga. Logo a nossa correspondência deverá ser também muito séria. E tudo isto será mais ou menos por nós compreendido, se tivermos a virtude sobrenatural da fé, de que Abraão nos dá exemplo.
2. O exemplo que nos dão Abraão e os Apóstolos Pedro, Tiago e João.
A primeira Leitura fala-nos do esforço e sacrifício que fez Abrão (então assim chamado) quando teve que deixar a sua pátria e seus amigos para partir para terras desconhecidas. E tudo fez por acreditar em Deus. Esta fé irá ser posta à prova mais uma vez, quando Deus lhe pede para sacrificar o seu único filho – Isaac. Vemos que Deus o poupou, mas, por nosso amor, não poupou o Seu Filho muito amado.
A fé dos Apóstolos também iria ser posta à prova. No jardim das oliveiras iriam ver o Senhor Jesus suar sangue de aflição, flagelado, coberto de Sangue, coroado de espinhos, cair com o peso da cruz a caminho do Calvário, ser crucificado... Perante espetáculos tão degradantes poderiam imaginar estarem enganados acerca da identidade de Jesus. Por isso, diante destes três Apóstolos, que iriam ser testemunhas especiais de Sua Agonia no Horto das Oliveiras, Ele quis revelar-lhes a Sua própria divindade. Esta certeza os levará mais tarde a darem também a vida por Ele. E S. João tem coragem de estar a Seu lado no alto do Calvário.
3. Lições a tirar para a nossa vida.
Perante as dificuldades da vida, que todos mais ou menos experimentamos e por maiores que elas sejam, nunca devemos recuar, fraquejar. Jesus, o Mestre divino, está connosco e a certeza desta amorosa e omnipotente presença é de total garantia para a nossa vida e de verdadeiro alimento espiritual para a nossa oração. Quaresma é especialmente convite à oração, a esse encontro amoroso e dialogante com o Senhor.
Ter bem presente que foi levando muito a sério que Jesus nos salvou. Deve ser também com a máxima seriedade que devemos encarar o único e verdadeiro problema, digno deste nome, que temos a resolver, o problema da nossa salvação. “Aquele que te criou sem ti, não pode salvar-te sem ti”, nos afirma Santo Agostinho. Jesus a todos quer dar a Sua mão salvadora, mas tal não se concretizará se nós a não quisermos agarrar. Como precisamos conhecer e acreditar no Seu AMOR! Tudo isto será uma realidade no dia a dia da vida cumprindo com generosidade os Seus mandamentos, e tudo fazendo sob o Seu olhar e para Sua maior honra e glória. Só assim poderemos dizer com verdade andarmos na presença do Senhor sobre a terra dos vivos. E para que o desânimo nunca nos atinja, peçamos constantemente ao mesmo Senhor que aumente a nossa fé. Ele nunca nos abandona e sempre nos quer dar a “mão” para nos ajudar. Prosseguindo iluminados por esta Luz bendita da Fé, depois deste vale de lágrimas em que vivemos, motivadas pelos desvarios dos pecados, chegaremos à felicidade eterna onde, à semelhança de Pedro, teremos a possibilidade de, cheios de alegria, proclamar também “Senhor, como é bom estarmos aqui!”.
Fala o Santo Padre
«Não estivemos no Monte Tabor, não vimos com os nossos olhos o rosto de Jesus brilhando como o sol.
Contudo, também nós recebemos a Palavra de salvação, a fé foi-nos dada,
e experimentamos a alegria de encontrar Jesus de diferentes maneiras. »
[…] O Evangelho deste segundo domingo da Quaresma (cf. Mt 17, 1-9) apresenta-nos o relato da Transfiguração de Jesus. Ele leva Pedro, Tiago e João com ele e sobe a uma alta montanha, símbolo da proximidade a Deus, para os abrir a uma compreensão mais plena do mistério da sua pessoa, que deve sofrer, morrer e depois ressuscitar. Na verdade, Jesus tinha começado a falar-lhes do sofrimento, morte e ressurreição que o esperavam, mas eles não podiam aceitar essa perspetiva. Por isso, tendo chegado ao cimo da montanha, Jesus mergulhou na oração e transfigurou-se diante dos três discípulos: «o seu rosto - diz o Evangelho - resplandeceu como o Sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz» (v. 2).
Através do maravilhoso evento da Transfiguração, os três discípulos são chamados a reconhecer em Jesus o Filho de Deus resplandecente de glória. Eles progridem assim no conhecimento do seu Mestre, percebendo que o aspeto humano não expressa toda a sua realidade; aos seus olhos, revela-se a dimensão ultra-terrena e divina de Jesus. E do alto ressoa uma voz que diz: «Este é o meu Filho muito amado [...]. Escutai-o» (v. 5). É o Pai celeste que confirma a “investidura” - digamos assim - de Jesus já feita no dia do Seu batismo no Jordão e convida os discípulos a ouvi-lo e a segui-lo.
Deve-se observar que, no meio do grupo dos Doze, Jesus escolhe levar consigo para o monte Pedro, Tiago e João. Ele reservou-lhes o privilégio de testemunhar a transfiguração. Mas por que elegeu estes três? Porque são os mais santos? Não. No entanto, Pedro, na hora da provação, o negará; e os dois irmãos Tiago e João pedirão para ocupar os primeiros lugares no seu reino (cf. Mt 20, 20-23). Jesus, porém, não escolhe segundo os nossos critérios, mas de acordo com o seu plano de amor. O amor de Jesus não tem medida: é amor, e Ele escolhe com esse desígnio de amor. Trata-se de uma escolha gratuita e incondicional, uma iniciativa livre, uma amizade divina que nada pede em troca. E assim como Ele chamou aqueles três discípulos, também hoje Ele chama alguns para estarem com Ele, para poderem dar testemunho. Ser testemunhas de Jesus é um dom que não merecemos: sentimo-nos inadequados, mas não podemos desistir com a desculpa da nossa incapacidade.
Não estivemos no Monte Tabor, não vimos com os nossos olhos o rosto de Jesus brilhando como o sol. Contudo, também nós recebemos a Palavra de salvação, a fé foi-nos dada, e experimentamos a alegria de encontrar Jesus de diferentes maneiras. Jesus diz também a nós: «Levantai-vos e não tenhais medo» (Mt 17, 7). Neste mundo, marcado pelo egoísmo e pela ganância, a luz de Deus é obscurecida pelas preocupações da vida diária. Dizemos muitas vezes: não tenho tempo para rezar, sou incapaz de realizar um serviço na paróquia, de responder aos pedidos dos outros... Mas não devemos esquecer que o Batismo que recebemos nos fez testemunhas, não pela nossa capacidade, mas pelo dom do Espírito.
No tempo propício da Quaresma, que a Virgem Maria nos obtenha aquela docilidade ao Espírito que é indispensável para nos encaminharmos decididamente pela via da conversão.
Papa Francisco, Angelus, Praça de São Pedro, 8 de março de 2020
Oração Universal
Irmãos e irmãs:
Neste santo tempo da Quaresma
Jesus Cristo anuncia a vitória decisiva
da vida que nos dá, sobre a morte.
Peçamos a Deus que nos faça escutar
com generosidade a Sua voz
E oremos, cheios de fé:
R. Senhor, aumentai a nossa fé.
1. Pelo Santo Padre, Bispos, Sacerdotes e Diáconos,
para que nos iluminem com a luz da doutrina do Evangelho,
oremos, irmãos.
R. Senhor, aumentai a nossa fé.
2. Pelos pais, primeiros e principais catequistas dos filhos,
para que se empenhem, pelo exemplo, na sua formação,
oremos, irmãos.
R. Senhor, aumentai a nossa fé.
3. Pelos catequistas, mensageiros de Deus para as crianças,
para que lhes ensinem as verdades que os mesmos procuram viver,
oremos, irmãos.
R. Senhor, aumentai a nossa fé.
4. Pelos que vivem atormentados pelas dúvidas contra a fé,
para que peçam humildemente ao Senhor a Sua ajuda,
oremos, irmãos.
R. Senhor, aumentai a nossa fé.
5. Pelos que não creem e vivem sem orientação na vida,
para que Jesus, Médico divino,
os cure dessa cegueira espiritual,
oremos, irmãos.
R. Senhor, aumentai a nossa fé.
6. Pelos nossos irmãos que já partiram ao encontro da Luz,
para que, purificados, participem da felicidade eterna,
oremos, irmãos.
R. Senhor, aumentai a nossa fé.
Senhor
que no monte da transfiguração
nos mandaste escutar o vosso Filho,
atendei a oração que o Espírito Santo
fez nascer nesta santa comunidade de fé
pela Igreja, pelo mundo e por nós mesmos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Filho,
na unidade do Espírito Santo.
Liturgia Eucarística
Cântico do ofertório: Jesus tomou consigo – C. Silva, OC pg 145
Oração sobre as oblatas: Esta oblação, Senhor, lave os nossos pecados e santifique o corpo e o espírito dos vossos fiéis, para celebrarmos dignamente as festas pascais. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio
A transfiguração do Senhor
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa salvação.
Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente, é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação dar-Vos graças, sempre e em toda a parte, por Cristo nosso Senhor.
Depois de anunciar aos discípulos a sua morte, manifestou-lhes no monte santo o esplendor da sua glória, para mostrar, com o testemunho da Lei e dos Profetas, que pela sua paixão alcançaria a glória da ressurreição.
Por isso, com os Anjos e os Santos do Céu, proclamamos na terra a vossa glória, cantando numa só voz:
Santo: A. Cartageno – ENPL, 15
Monição da Comunhão
O mesmo Senhor que deslumbrou, no monte santo. os três Apóstolos, antecipando a glória da Sua Ressurreição, oferece-Se agora aos que estão preparados para O receber, como alimento divino.
Vamos recebê-lO com muita fé, humildade, amor e gratidão.
Cântico da Comunhão: Habitarei para sempre – C. Silva, OC pg
Mt 17, 5
Antífona da comunhão: Este é o meu Filho muito amado, no qual pus as minhas complacências. Escutai-O.
Cântico de acção de graças: Sois o meu refúgio – M. Simões, NRMS, 29
Oração depois da comunhão: Alimentados nestes gloriosos mistérios, nós Vos damos graças, Senhor, porque, vivendo ainda na terra, nos fazeis participantes dos bens do Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Ritos Finais
Monição final
Durante a Quaresma pratiquemos o piedoso exercício da Via Sacra, que conjuga o mistério da morte e da ressurreição de Jesus, e constitui uma devoção da tradição cristã, muito recomendada pela santa Igreja. Com esse propósito, ide em paz e Senhor vos acompanhe.
Cântico final: A Cruz fizera – J. F. Silva, NRMS, 29
Homilias Feriais
2ª SEMANA
2ª Feira, 6-III: A importância da misericórdia.
Dan 9, 4-10 / Lc 6, 36-38
Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso.
Jesus pede-nos que sigamos o exemplo do Pai: Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso (EV). Para isso, precisamos reconhecer que somos pecadores. Corra ao nosso encontro a misericórdia, porque somos miseráveis (SR). E Daniel recorda: No nosso Deus está a misericórdia e o perdão (LT).
Jesus aconselha-nos a que não julguemos, que não condenamos, que perdoemos, que sejamos generosos. E que tenhamos presente que a medida com que julgamos os outros é a medida com que seremos julgados
3ª Feira, 7-III: A conversão e as boas obras.
Is 1, 1-10. 16-20 / Mt 23, 1-12
Fazei e observai tudo quanto vos disserem, mas não procedais segundo as suas obras, pois eles dizem e não fazem.
Jesus começou primeiro a fazer e, só depois, a ensinar. Por isso, contrasta com a actuação dos fariseus (EV). Estes impunham um fardo pesado que eles não carregavam, enquanto Jesus carrega com os nossos pecados aos seus ombros.
A nossa conversão interior deve ser acompanhada pelas boas obras, pois, caso contrário, os nossos propósitos serão estéreis. Precisamos de uma prática de aprendizagem: Aprendei a fazer o bem (LT). A conversão do coração deve ser acompanhada por sinais visíveis e obras de penitência. Ao homem recto, Deus fará ver a salvação (SR).
4ª Feira, 8-III: Um convite para a Quaresma.
Jer 18, 18-20 / Mt 20, 17-28
Eles hão-de condená-lo à morte, para que o escarneçam, açoitem e crucifiquem.
Nas Leituras fala-se de duas conjuras: contra Jeremias (LT) e contra Jesus (EV). Estas actuações verificam-se também nos nossos dias, pois os adversários de Deus atacam a Igreja e as suas instituições, pagando o bem com o mal.
Poiem de lado os ensinamentos de Cristo, que têm como fim tornar a sociedade mais digna. O Filho do homem veio para servir e dar a vida por todos (EV). Os cristãos são chamados também a prestar um serviço à sociedade, cumprindo muito bem os seus deveres cívicos, com a ajuda de Deus: Vós sois o meu refúgio (SR).
5ª Feira, 9-III: Uma sociedade mais justa.
Jer 17, 5-10 / Lc 16, 19-31.
Filho lembra-te que recebeste os teus benefícios, tal como Lázaro os infortúnios. E, agora ele é consolado, ao passo que tu és atormentado.
O homem rico da parábola, e os seus cinco irmãos, nunca se lembraram de Deus nem dos pobres (EV). Puseram toda a confiança nos bens materiais, afastando o seu coração de Deus (LT). Onde está o nosso coração? Feliz de quem confia no Senhor. É semelhante a uma árvore plantada à beira da água (LT e SR).
A cruz abraçada por Cristo, passou a ser o símbolo da vitória, a ser o sinal mais. Todo aquele que sofre os infortúnios, por amor a Deus, receberá consolações na outra vida. Vale a pena aceitar as contrariedades pequenas e grandes da nossa vida.
6ª Feira, 10-III: O acolhimento a Jesus.
Gen 37, 3-4, 12-13. 17-28 / Mt 21, 33-43. 45-46
Mas, ao verem o filho, os agricultores disseram entre si: Vamos matá-lo.
Esta parábola dos agricultores mostra o péssimo acolhimento dado a Jesus, o filho de Deus (EV). Algo semelhante aconteceu a José, a quem os irmãos pretenderam matar e acabaram por vendê-lo como escravo (LT e SR).
Jesus foi enviado à terra para nos salvar, viveu a nossa vida, ensinou os caminhos para a vida eterna, curou muito doentes, etc. Recordai as maravilhas do Senhor (SR). E, em troca, recebeu uma cruz. Procuremos ver como recebemos o Senhor, por exemplo, na Comunhão, nas tarefas de cada dia, nas contrariedades, nas orações, etc.
Sábado, 11-III: A misericórdia de Deus e as nossas misérias.
Miq 7, 14-16. 18-20 / Lc 7, 15, 1-3. 11-32
Qual o Deus semelhante a Vós, que tira o pecado e perdoa o delito, o Deus que se compraz em ser compassivo.
Esta descrição do profeta Miqueias (LT) coincide perfeitamente com a traçada na parábola do filho pródigo (ou do pai misericordioso) (EV).
Quando nos afastamos de Deus, por causa do pecado, podemos ficar desanimados, ou tristes. Mas vale a pena lembrar-nos que Deus é clemente e compassivo (SR). Recebe-nos de braços abertos, recorda-nos que somos seus filhos, apesar dos nossos pecados. O filho mais novo declara-se culpado, é perdoado e recebido com uma grande festa. Alegria porque embora tendo estado morto, voltou à vida (EV)
Celebração e Homilia: Alves Moreno
Nota Exegética: Geraldo Morujão
Homilias Feriais: Nuno Romão
Sugestão Musical: José Carlos Azevedo