33º Domingo Comum

13 de Novembro de 2022

 

 

RITOS INICIAIS

 

Cântico de entrada:   Escutai, Senhor, a voz do meu clamor – C. Silva, OC, pg 95

Jer 29, 11.12.14

Antífona de entrada: Os meus pensamentos são de paz e não de desgraça, diz o Senhor. Invocar-Me-eis e atenderei o vosso clamor, e farei regressar os vossos cativos de todos os lugares da terra.

 

Introdução ao espírito da Celebração

 

Sonhamos muitas vezes com um mundo melhor, onde haja mais lealdade, mais compreensão e maior amor entre as pessoas. Queremos que o Senhor intervenha para mudar tudo, menos a nossa vida.

Mas Ele quer iniciar esta renovação pelo interior de cada um de nós. Estamos, finalmente, dispostos a permiti-lo?

Os santos – como Santo Inácio de Loyola, S. Damião Deveuster, S. Josemaria Escrivá, Santa Teresa de Calcutá e muitos outros, começaram revoluções no mundo, começando pelo próprio coração, numa entrega generosa ao Senhor.

A Liturgia da Palavra deste penúltimo Domingo do Ano Litúrgico lança-nos este desafio.

 

Acto penitencial

 

Deus é realmente a grande esperança da minha vida, de tal modo que espero tudo d’Ele? Ou acho que tudo o que se refere a Ele, à emenda, a procurar uma vida de maior intimidade com Deus tem de esperar para quando tiver mais vagar e estiver já reformado?

 Peçamos sinceramente perdão destes adiamentos do Dia do Senhor na nossa vida e procuremos emendar-nos.

 

ESQUEMA A

 

(Tempo de silêncio. Apresentamos, como alternativa, elementos para o esquema A)

 

Confessemos os nossos pecados...

Senhor, tende piedade de nós...

Glória a Deus nas alturas...

 

ESQUEMA B

 

O sacerdote diz:

 

Irmãos:

Para celebrarmos dignamente os santos mistérios, reconheçamos que somos pecadores.

 

Guardam-se alguns momentos de silêncio. Seguidamente, o sacerdote diz:

 

Tende compaixão de nós, Senhor.

 

O povo responde:

Porque somos pecadores.

 

O sacerdote continua:

Manifestai, Senhor, a vossa misericórdia.

 

O povo responde:

E dai-nos a vossa salvação.

 

 

ESQUEMA C

 

(Tempo de silêncio. Apresentamos, como alternativa, elementos para o esquema C)

 

•   Senhor Jesus: As grandes esperanças que alimentamos na nossa vida,

    referem-se todas a uma vida mais confortável e sem preocupações.

    Senhor, tende piedade de nós.

 

    Senhor, tende piedade de nós.

 

 

•   Cristo: Julgamos sempre que tudo o que se refere à vida espiritual,

    pode esperar, embora não saibamos bem para quando há-de ser.

    Cristo, tende piedade de nós.

 

    Cristo, tende piedade de nós.

 

•   Senhor Jesus: Quando Vós nos chamais a uma conversão de vida,

    cedemos facilmente à tentação de responder com um desejo vago.

    Senhor, tende piedade de nós.

 

    Senhor, tende piedade de nós.

 

Deus todo poderoso tenha compaixão de nós,

perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.

 

Oração colecta: Senhor nosso Deus, concedei-nos a graça de encontrar sempre a alegria no vosso serviço, porque é uma felicidade duradoira e profunda ser fiel ao autor de todos os bens. Por Nosso Senhor...

 

 

Liturgia da Palavra

 

Primeira Leitura

 

Monição: Malaquias, o último dos profetas, pela ordem encontrada na Bíblia, fala com insistência na chegada do Dia do Senhor.

O Senhor virá sem falta, mas para nos salvar dos nossos pecados e escravidões.

 

Malaquias 3,19-20a (Vulgata 4,1-2a)

19Há-de vir o dia do Senhor, ardente como uma fornalha; e serão como a palha todos os soberbos e malfeitores. O dia que há-de vir os abrasará – diz o Senhor do Universo – e não lhes deixará raiz nem ramos. 20aMas para vós que temeis o meu nome, nascerá o sol de justiça, trazendo nos seus raios a salvação.

 

A leitura é tirada do final do profeta Malaquias: são os dois primeiros versículos do capítulo 4 da Vulgata; na bíblia Hebraica e na Nova Vulgata, o capítulo 3 tem mais 7 versículos (Mal 3,19-34) que correspondem a Mal 4,1-7. O profeta da época persa volta a insistir na doutrina dos profetas pré-exílicos acerca do dia de Yahwé, como dia de juízo, de castigo e terror para os maus, e de salvação para os que temem a Deus. Para estes «nascerá o sol de justiça – o Messias – trazendo a salvação nos seus raios, (à letra: nas suas asas; as asas do Sol são uma bela metáfora para designar os seus raios).

 

Salmo Responsorial     Sl 97 (98), 5-9 (R. cf. 9)

 

Monição: A vinda do Senhor não é motivo de tristeza, nem de medo, mas de alegria verdadeira, porque Ele vem para nos salvar.

Façamos do salmo de meditação uma oração constante, a implorar a vinda do Senhor.

 

Refrão:        O Senhor virá governar com justiça.

 

Ou:               O Senhor julgará o mundo com justiça.

 

Cantai ao Senhor ao som da cítara,

ao som da cítara e da lira;

ao som da tuba e da trombeta,

aclamai o Senhor, nosso Rei.

 

Ressoe o mar e tudo o que ele encerra,

a terra inteira e tudo o que nela habita;

aplaudam os rios

e as montanhas exultem de alegria.

 

Diante do Senhor que vem,

que vem para julgar a terra;

julgará o mundo com justiça

e os povos com equidade.

 

Segunda Leitura

 

Monição: Os cristãos de Tessalónica deixaram-se enganar por falsas notícias de que o mundo estava próximo e muitos aproveitaram este pretexto para se entregarem a uma vida preguiçosa.

A resposta de S. Paulo, na Segunda Carta a esta Igreja, é contundente: quem não quer trabalhar, também não deve comer.

 

2 Tessalonicenses 3,7-12

Irmãos: 7Vós sabeis como deveis imitar-nos, pois não vivemos entre vós desordenadamente, 8nem comemos de graça o pão de ninguém. Trabalhámos dia e noite, com esforço e fadiga, para não sermos pesados a nenhum de vós. 9Não é que não tivéssemos esse direito, mas quisemos ser para vós exemplo a imitar. 10Quando ainda estávamos convosco, já vos dávamos esta ordem: quem não quer trabalhar, também não deve comer. 11Ouvimos dizer que alguns de vós vivem na ociosidade, sem fazerem trabalho algum, mas ocupados em futilidades. 12A esses ordenamos e recomendamos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que trabalhem tranquilamente, para ganharem o pão que comem.

 

S. Paulo, em face da falsa ideia da iminência da parusia, ou segunda vinda de Cristo, que circulava em Tessalónica e que levava alguns à ociosidade e ao desinteresse pelo trabalho (cf. 2Tes 2,2), vê-se forçado a falar com energia acerca da necessidade de trabalhar. Recorre mesmo à ironia: «quem não quer trabalhar, também não deve comer!» (v. 10). Como se vê, a fé pregada pelos Apóstolos nada tinha de alienante, mas tudo ao contrário.

10 «Quando ainda estávamos convosco…». Daqui se deduz que a doutrina sobre o trabalho tinha grande importância na pregação de S. Paulo, pois já a tinha pregado durante a rápida evangelização da cidade de Tessalónica.

 

Aclamação ao Evangelho        Apoc 2, 10c

 

Monição: O Senhor manda-nos levantar a cabeça, num gesto que exprime toda a nossa esperança.

Ouçamos com alegria a proclamação do Evangelho que aviva em nossos corações a verdadeira esperança que devemos ter.

 

Aleluia

 

Cântico: Aleluia – C. Silva, OC (pg 534)

 

Erguei-vos e levantai a cabeça,

porque a vossa libertação está próxima.

 

 

Evangelho

 

Lucas 21,5-19

Naquele tempo, 5comentavam alguns que o templo estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus disse-lhes: 6«Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído». 7Eles perguntaram-Lhe: «Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?» 8Jesus respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: ‘Sou eu’; e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não os sigais. 9Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim». 10Disse-lhes ainda: «Há-de erguer-se povo contra povo e reino contra reino. 11Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu. 12Mas antes de tudo isto, deitar-vos-ão as mãos e hão-de perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome. 13Assim tereis ocasião de dar testemunho. 14Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa. 15Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer. 16Sereis entregues até pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a morte a alguns de vós 17e todos vos odiarão por causa do meu nome; 18mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá. 19Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas.

 

Para compreendermos melhor o «discurso escatológico» do Senhor nos três Sinópticos temos de ter em conta, por um lado, o estilo apocalíptico já usado nos Profetas e muito em voga na época, em que se recorria sistematicamente a imagens arrojadas, como convulsões cósmicas – fenómenos espantosos e grandes sinais no céu (v. 11) –, a anunciar a chegada do supremo Juiz. Por outro lado, na mentalidade judaica, que era a dos discípulos, a destruição do Templo era inseparável do fim do mundo e do juízo final (2ª vinda de Cristo). Jesus não pretende esclarecer definitivamente esta questão teorética e curiosa, nem o autor inspirado que, apesar do seu estofo de historiador, não devia estar em condições de fazer uma destrinça perfeita do que se refere ao fim de Jerusalém e ao fim do mundo. Com efeito, ainda que S. Lucas seja mais minucioso nos pormenores relativos ao fim do Templo, não é certo que tenha escrito o seu Evangelho após estes acontecimentos do ano 70 e, em qualquer dos casos, é de uma grande fidelidade às fontes.

Nos Evangelhos os dois acontecimentos não se confundem, mas também não se destrinçam perfeitamente, o que até pode ser intencional, se considerarmos que a destruição do Templo e da cidade de Jerusalém são como que uma figura, um símbolo e um sinal da catástrofe do fim do mundo. Também, dado o género apocalíptico, não podemos concluir que o fim do mundo será mesmo uma catástrofe, como por vezes se pensa. O fim de Jerusalém não foi catástrofe para os cristãos que, avisados por este discurso, tinham abandonado a cidade a tempo, e se viram mais livres da fúria dos judeus. O fim do mundo só pode ser temível para os inimigos de Deus, que põem toda a sua única esperança num mundo que inexoravelmente se lhe escapará; para os que amam a Deus, «todas as coisas concorrerão para o bem» (Rom 8,28) e nenhum cabelo… se perderá (v. 18).

7 «Quando será tudo isto?» Jesus não é um adivinho que está à disposição dos seus para lhes satisfazer a natural curiosidade acerca do futuro. Jesus é o Mestre que sente necessidade de acautelar os seus discípulos das graves dificuldades que hão-de surgir, a fim de que estes, já prevenidos, não venham a desanimar: «Não vos deixeis enganar» (v. 8); «não vos alarmeis» (v. 9).

9 «É preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim». Jesus não quer que consideremos as catástrofes e perseguições de que fala como sinais dum fim do mundo imediato! O Evangelho há-de estender-se a toda a gente e a todos os lugares, não num mar de rosas e num condicionalismo ideal e privilegiado, mas precisamente no meio de todas as dificuldades, mesmo as proverbialmente tidas como as maiores – guerras, grandes terramotos, fomes e epidemias (vv. 10-11) – e no meio das perseguições. Jesus só exige dos seus uma fé grande: «Não os sigais» (v. 8), «não vos alarmeis» (v. 9), e «perseverança» (v. 19).

No texto cruzam-se três planos: a destruição de Jerusalém, o tempo intermédio e o fim dos tempos. Jesus quer que nos centremos no tempo que nos toca viver, o tempo intermédio, que exige uma série de atitudes, já referidas: «não vos deixeis enganar» (v. 8), «não vos alarmeis» (v. 9), «tereis ocasião de dar testemunho» (v. 12-13), «perseverança» (v. 19).

 

 

Sugestões para a homilia

 

• O Dia do Senhor

• A renovação do mundo

 

1. O Dia do Senhor

 

O ano Litúrgico aproxima-se do fim e convida-nos a levantar a cabeça para vermos, uma vez mais, para onde caminhamos.

As nossas esperanças. Suspiramos pelos dias de Verdade, de Amor e de Justiça que desterrem a mentira, o ódio e egoísmo e a injustiça opressora.

Sabemos também que, entregues exclusivamente às nossas forças, nada podemos mudar. Ao longo da história aparecem esperanças que não se chegam a realizar, porque as pessoas contam só com a força dos homens.

Em cada tempo, os homens põem a sua esperança num falso libertador: maior prosperidade económica, progresso na saúde, pelo tratamento e cura das doenças, uma justiça social como obra dos homens e outras falsas esperanças.

Ouvimos as promessas eleitorais e, apesar de termos sido enganados muitas vezes, acreditamos uma vez mais.

A verdadeira libertação vem de Jesus Cristo, quando lhe abrimos generosamente o coração para uma conversão pessoal.

Na verdade, a transformação do mundo, a caminho dos tempos melhores que todos desejamos, passa pela mudança do coração de cada um de nós.

Esperamos o Dia do Senhor. Alguns profetas, entre os quais Malaquias, alertavam as pessoas do seu tempo para a aproximação do Dia do Senhor.

Neste contexto, o Dia do Senhor significa a vinda do Messias prometido aos patriarcas e profetas, para instaurar um mundo novo em que Deus ocupará o centro de cada vida.

Malaquias profetiza para um povo desanimado, sem qualquer coisa que o interessasse e afastado de Deus, porque, no seu modo de ver, as promessas de Deus não se tinham realizado.

O profeta anuncia então em palavras figuradas a vinda do redentor do mundo, avivando a esperança na sua chegada.

«Há-de vir o dia do Senhor, ardente como uma fornalha; e serão como a palha todos os soberbos e malfeitores

Vai desaparecer a falsa paz e bondade dos que vivem afastados de Deus e do caminho da salvação eterna. Este Dia vem, não para nos aterrorizar, mas para nos reconduzir à verdade da nossa vida e ao bom senso.

Dia do Senhor e conversão pessoal. As pessoas são muitos sensíveis aos castigos dos Ceus, como uma fatalidade e não como algo que é causado pela desordem dos nossos pecados.

De facto, a doutrina de Jesus, a luz da Verdade que ele anunciará submete o mundo a um julgamento, denunciando as falsidades e injustiças e as aparências de santidade que o não são na realidade, como a luz denuncia as teias de aranha e toda a desordem que se formou na escuridão.

«O dia que há-de vir os abrasará – diz o Senhor do Universo –e não lhes deixará raiz nem ramos »

Quando vemos as teias de aranha e a desordem na casa somos desafiados a restaurar a ordem perturbada.

Antecipemos o Dia do Senhor. Podemos e devemos antecipar o Dia do Senhor de vários modos.

– Vivamos bem o Dia do Senhor de cada semana – o Domingo –, pela participação na Santa Missa, intensificação da vida de família e testemunho de caridade.

– Façamos um exame de consciência profundo a preparar uma boa confissão, pondo-nos a descoberto, sem disfarces, diante de Deus. Antecipamos, por ele, o nosso encontro final com Jesus Cristo que nos há-de julgar

– Apresentemo-nos diante de Deus no fim de cada dia, para que nos ajude a pedir perdão e a recomeçar. Perguntemos a nós mesmos, na presença de Deus: Que fiz hoje de bem? Que fiz de mal? Que poderia fazer melhor?

«Mas para vós que temeis o meu nome, nascerá o sol de justiça, trazendo nos seus raios a salvação

 

2. A renovação do mundo

 

No Evangelho deste Domingo Jesus fala da destruição da cidade de Jerusalém, como figura do fim do mundo.

Sem pararmos de trabalhar, porque temos de deixar o mundo mais belo do que o encontramos ao nascer, e porque o trabalho é expressão do nosso amor a Deus, devemos olhar para as coisas a pensar que todo este mundo se apagará aos nossos olhos.

A profecia da destruição de Jerusalém veio a realizar-se no ano setenta da era cristã. Os judeus sublevaram-se contra Roma e os exércitos de Tito, primeiro, e depois Vespasiano, cercaram a cidade e destruíram-na, bem como o Templo de Jerusalém.

Este mundo passa. Não é importante saber quando acabará o mundo. Algumas seitas marcam datas, fruto da imaginação de alguns dos seus chefes, talvez para urgir as pessoas a que se filiem nelas.

Quando perguntaram a Jesus a data do fim do mundo, Ele respondeu que nem os Anjos do Céu a sabiam.

Na verdade, o importante para nós não é quando acaba o mundo – talvez ainda falte muito tempo – mas quando é que esta vida acaba para mim. Isto, sim, é importante, porque tenho de estar preparado quando a minha vida na terra chegar ao fim.

Cuidado com os falsos profetas. O demónio sabe que toda a pessoa é profundamente religiosa e, mesmo sem o pensar, procura a Deus. Por isso, inventa falsos caminhos, falsos redentores, que desorientam as pessoas.

Além das seitas, estão de moda as religiões orientais do budismo, transmitidas através de sessões de ioga, do reiki, práticas de bruxaria e benzilhice com que as pessoas são enganadas. Fala-se em transmitir energias positivas e em outros enganos. Muitas vezes, por detrás de tudo isto está o demónio em pessoa.

Jesus adverte-nos: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: “sou eu”; e ainda: “O tempo está próximo”. Não os sigais.»

A transformação do mundo. Reportando-Se ao que acontecerá aos cristãos de todos os tempos, Jesus fala de grandes convulsões sociais, perseguições. Na verdade, «deitar-vos-ão as mãos e hão-de perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome

A perseguição dos discípulos de Jesus é de todos os tempos e eles não podem estranhar, porque são um espinho incómodo numa sociedade que só valoriza o desporto e o prazer dos sentidos.

Até nas pessoas mais próximas os cristãos encontram oposição á sua fidelidade a Cristo.

«Sereis entregues até pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a morte a alguns de vós e todos vos odiarão por causa do meu nome; mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá

Que atitude devemos tomar? «Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa. Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer

Perseverar no Amor. É indispensável perseverar na fidelidade a Jesus Cristo, para sermos felizes na vida.

Não nos podemos deixar enganar pelas cigarras que passam a vida a cantar, a divertir-se, mas não armazenam nada para o inverno. Esta vida é tempo de ganhar merecimentos.

O prémio começa nesta vida por uma alegria que a fidelidade traz consigo, como dom de Deus, e continua com o prémio que esperamos receber na eternidade. «Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas

Perseverar no dever cumprido. Não basta começar o caminho, para chegar à meta, ao Céu. É preciso perseverar em todos os aspetos da nossa vida: na oração, no trabalho e na caridade.

Guardemos a recomendação de S, Paulo como vinda do Espírito Santo que o inspirou a escrever este texto: «quem não quer trabalhar, também não deve comer. Ouvimos dizer que alguns de vós vivem na ociosidade, sem fazerem trabalho algum, mas ocupados em futilidades

Peçamos a Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, que nos ajude a perseverar com fidelidade no Amor de Deus, para um dia nos encontrarmos com Ela no Céu.

 

Fala o Santo Padre

 

«E qual é a atitude do cristão perante os acontecimentos trágicos? 

É a atitude de esperança em Deus que torna possível não se deixar dominar por eles.

Na verdade, eles são “ocasião de dar testemunho”.»

O Evangelho deste penúltimo domingo do ano litúrgico (cf. Lc 21, 5-19) apresenta-nos o discurso de Jesus sobre o fim dos tempos. Jesus pronunciou-o diante do templo de Jerusalém, um edifício admirado pelo povo pela sua grandeza e esplendor. Mas Ele profetiza que de toda aquela beleza do templo, que da grandeza «não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído» (v. 6). A destruição do templo predita por Jesus não é tanto uma figura do fim da história, mas da finalidade da história. De facto, aos ouvintes que querem saber como e quando estes sinais acontecerão, Jesus responde com a típica linguagem apocalíptica da Bíblia.

Ele usa duas imagens aparentemente contrastantes: a primeira é uma série de eventos assustadores: catástrofes, guerras, carestias, tumultos e perseguições (cf. vv. 9-12); a outra é tranquilizadora: «não se perderá um só cabelo da vossa cabeça» (v. 18). Em primeiro lugar, há um olhar realista sobre a história, marcada por calamidades e também pela violência, por traumas que ferem a criação, a nossa casa comum, e também a família humana que nela vive, e a própria comunidade cristã. Pensemos nas tantas guerras de hoje, nas muitas calamidades de hoje. A segunda imagem – contida na certeza de Jesus – diz-nos a atitude que o cristão deve assumir ao viver esta história, caracterizada pela violência e pela adversidade.

E qual é a atitude do cristão? É a atitude de esperança em Deus que torna possível não se deixar dominar por acontecimentos trágicos. Na verdade, eles são «ocasião de dar testemunho» (v. 13). Os discípulos de Cristo não podem permanecer escravos dos medos e das angústias; pelo contrário, são chamados a viver a história, a deter a força destruidora do mal, com a certeza de que a ternura providente e tranquilizadora do Senhor acompanha sempre a sua ação de bem. Este é o sinal eloquente de que o Reino de Deus vem até nós, isto é, que a realização do mundo como Deus o quer está a aproximar-se. É Ele, o Senhor, quem conduz as nossas vidas e conhece o propósito último das coisas e eventos.

O Senhor chama-nos a colaborar na construção da história, tornando-nos, com Ele, pacificadores e testemunhas de esperança num futuro de salvação e ressurreição. A fé faz-nos percorrer com Jesus os caminhos muitas vezes tortuosos deste mundo, na certeza de que o poder do seu Espírito vencerá as forças do mal, submetendo-as ao poder do amor de Deus. O amor é superior, o amor é mais poderoso, porque é Deus: Deus é amor. Os mártires cristãos são um exemplo para nós – os nossos mártires, também do nosso tempo, que são mais numerosos do que no início – que, apesar das perseguições, são homens e mulheres de paz. Dão-nos uma herança para preservar e imitar: o Evangelho do amor e da misericórdia. Este é o tesouro mais precioso que nos foi dado e o testemunho mais eficaz que podemos transmitir aos nossos contemporâneos, respondendo ao ódio com amor, à ofensa com o perdão. Até na nossa vida quotidiana: quando recebemos uma ofensa, sentimos dor; mas devemos perdoar de coração. Quando nos sentimos odiados, rezemos com amor pela pessoa que nos odeia. Que a Virgem Maria, pela sua materna intercessão, ampare o nosso caminho diário de fé, seguindo o Senhor que guia a história.

 Papa Francisco, Angelus, Praça de São Pedro, 17 de novembro de 2019

 

Oração Universal

 

Irmãos e irmãs no Senhor Jesus:

Voltemos o nosso olhar para o Senhor

e, como já recebemos em herança

a fé no mundo que há-de vir,

oremos (cantando), confiadamente:

 

    Pela vossa misericórdia, ouvi-nos, Senhor.

 

1. Pelos pastores e fiéis da santa Igreja, perseguidos por causa da fé,

para que o Espírito Santo lhes dê palavras de sabedoria e amor,

oremos, irmãos.

 

    Pela vossa misericórdia, ouvi-nos, Senhor.

 

2. Pelos que sofrem com a injustiça de outros homens e provações,  

para que o Senhor os ampare na prova e encha do Seu conforto,  

oremos, irmãos.

 

    Pela vossa misericórdia, ouvi-nos, Senhor.

 

3. Pelos que trabalham sempre com esforço e pelos desempregados,

para que a ninguém falte o pão de cada dia, nem a paz verdadeira, 

oremos, irmãos.

 

    Pela vossa misericórdia, ouvi-nos, Senhor.

 

4. Pelos que estão angustiados ou confiados nos falsos profetas,

para que Jesus Cristo Se lhes revele e lhes dê a verdadeira paz,

oremos, irmãos.

 

    Pela vossa misericórdia, ouvi-nos, Senhor.

 

5. Por todos os cristãos que se reúnem nesta Paróquia ao domingo,

para que, na Celebração da Eucaristia o Espírito Santo os ilumine,

oremos, irmãos.

 

    Pela vossa misericórdia, ouvi-nos, Senhor.

 

6. Pelos nossos irmãos defuntos que nos precederam na fé cristã,

para que o Senhor misericordioso os acolha hoje na Sua glória,

oremos, irmãos.

 

    Pela vossa misericórdia, ouvi-nos, Senhor. 

 

Senhor, Pai Santo, rico em misericórdia,

concedei a todos os homens e mulheres

a graça de saberem que são vossos filhos

e de construírem na terra as suas vidas,

na esperança de Vos contemplar no Céu.

Por Cristo Senhor nosso.

 

 

Liturgia Eucarística

 

Introdução

 

Todas as vezes que acolhemos dentro de nós a Palavra de Deus, aviva-se a nossa Esperança.

O Senhor quer preparar para nós a Sagrada Comunhão que antecipa a vinda do Senhor ao nosso encontro para nos alimentar e salvar.

 

Cântico do ofertório: Seja bendito e louvado, F. Silva, NRMS, 22

 

Oração sobre as oblatas: Concedei-nos, Senhor, que os dons oferecidos para glória do vosso nome nos obtenham a graça de Vos servirmos fielmente e nos alcancem a posse da felicidade eterna. Por Nosso Senhor...

 

Santo: A. Cartageno – COM, (pg 189)

 

Saudação da Paz

 

A vinda de Cristo aos nossos corações instaurará uma verdadeira paz entre as pessoas e boa vontade.

Peçamos o Senhor que apresse a hora da sua vinda e não nos faça esperar mais.

 

Saudai-vos na paz de Cristo!

 

Monição da Comunhão

 

Desejamos verdadeiramente que o Senhor venha ao nosso coração e tome conta da nossa vida?

Comunguemos com as condições que Ele mesmo estabeleceu e peçamos-Lhe que tome conta de toda a nossa existência.

 

Cântico da Comunhão:  Vós sereis meus amigos – M. Luís, CNPL, 1024

Salmo 72, 28

Antífona da comunhão: A minha alegria é estar junto de Deus, buscar no Senhor o meu refúgio.

Ou:    Mc 11, 23.24

Tudo o que pedirdes na oração ser-vos-á concedido, diz o Senhor.

 

Cântico de acção de graças: Louvado seja o meu Senhor – J. Santos, NRMS, 30 

 

Oração depois da comunhão: Depois de recebermos estes dons sagrados, humildemente Vos pedimos, Senhor: o sacramento que o vosso Filho nos mandou celebrar em sua memória aumente sempre a nossa caridade. Por Nosso Senhor...

 

 

Ritos Finais

 

Monição final

 

Preparemos a vinda do Senhor ao nosso trabalho, oração e família.

 

Cântico final: Nós vamos com o Senhor – H. Faria, NRMS, 103-104

 

 

Homilias Feriais

 

33ª SEMANA

 

2ª Feira, 14-XI: Fazer as coisas com mais amor.

Ap 1, 1-4 / Lc 18, 35-43

Que queres que eu faça? Ele respondeu: Que eu veja Senhor!

Ao passar Jesus por Jericó, um cego pede-lhe que o cure. O Senhor louva a fé do cego: Pois vê, a tua fé te salvou (EV). Os sinais realizados por Jesus convidam a crer nEle. Aos que se lhe dirigem com fé, concede-lhes o que pedem.

Procuremos também «ver» (descobrir), o que não está bem no campo da caridade: Tenho contra ti que deixaste perder a tua caridade primitiva (LT). Como está o nosso empenho nas coisas que se referem a Deus? E no trabalho e na vida familiar? Não deixemos esmorecer estes amores. Peçamos aa Deus que nos ajude também a «ver» um pouco melhor o que nos falta. Ao vencedor darei a comer da árvore da vida (SR)

 

3ª Feira, 15-XI: Arrependimento, reparação e generosidade

Ap 3, 1-6. 14-22 / Lc 19, 1-10

Olha que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei para junto dele.

Estas palavras do Senhor (LT) podem aplicar-se ao episódio narrado no Evangelho. À sua passagem por Jericó, Jesus «bate» à porta de Zaqueu, e manifestou-lhe o desejo de se hospedar em casa dele. Jesus conseguiu ler no intimo de Zaqueu o desejo que alimentava de conhecê-lo.

A conversão deste pecador foi muito rápida e acompanhada de uma nova forma de vida. Zaqueu deixou-nos um bom exemplo de arrependimento, de reparação e de generosidade. Os encontros com Cristo ajudar-nos-ão a viver as várias formas de conversão e sermos mais generosos com Deus e com os demais.

 

4ª Feira, 16-X1: Firmeza nas dificuldades.

Ap 15, 1-4 / l Lc 21, 12-19

Deitar-vos-ão as mãos e hão-de perseguir-vos, para vos entregarem às sinagogas e prisões.

Antes de vinda de Cristo, a Igreja deverá passar por uma prova final, que abalará a fé de muitos crentes. A perseguição, que acompanha sua peregrinação na terra, porá a descoberto o mistério da iniquidade (EV).

No meio dos obstáculos e dificuldades havemos de nos esforçar por nos mantermos firmes. Esta fidelidade é possível porque nos apoiamos em Deus (LT). Pela nossa parte, procuremos viver a fidelidade nas pequenas coisas de cada dia, recomeçar quando nos desviamos do caminho, retirar os obstáculos que impedem o caminhar para Deus.

 

5ª Feira, 17-XI; Fidelidade às graças de Deus.

Ap 5, 1-10 / Lc 19, 41-44

Ao ver a cidade de Jerusalém, chorou à vista dela, e disse: Se tu também soubesses os meios de alcançar o Pai!

Jesus recorda o martírio dos Profetas, que tinham sido entregues à morte em Jerusalém. Quando avista Jerusalém, chora sobre ela, exprime uma vez mais o desejo do seu coração: Se tu também tivesses conhecido o que te pode trazer a paz (EV). A dor de Jesus é consequência da falta de correspondência de tantos habitantes da cidade de Jerusalém.

Se correspondermos fielmente às graças de Deus, atrairemos com o nosso exemplo, muitas bênçãos do Senhor. Contamos com a sua ajuda: Tu resgatastes para Deus, com o teu Sangue, homens de toda a tribo, povo e nação (LT). É isto que nos é recordado na Missa.

 

6ª Feira, 18-XI: Dedicação da Basílicas de S. Pedro e S. Paulo

Act 28, 11-16. 30-31 / Mt 14, 22-33

O barco já se afastara da terra por muitos estádios e era açoitado pelas ondas, por o vento ser contrário. (LT).

Esta festa é uma boa oportunidade para meditarmos sobre a Igreja, apoiada nos dois principais Apóstolos do Senhor.

A Igreja só na glória celeste alcançará a sua realidade, quando se der o regresso glorioso de Cristo. Até esse dia, a Igreja avança na sua peregrinação na terra por entre as perseguições do mundo e as consolações de Deus. Assim aconteceu com Pedro e os discípulos no barco. E S. Paulo, apesar de ser prisioneiro em Roma pregava o reino de Deus (LT).  Deste modo, os confins da terra puderam ver a salvação de Deus (SR).

 

Sábado, 19-XI: O ´segredo’ da ressurreição dos mortos.

Ap 11, 4-12 / Lc 20, 27-40

Na verdade já não podem morrer, pois são iguais aos Anjos e, por terem alcançado a ressurreição, tornaram-se filhos de Deus,

Os saduceus negavam a Ressurreição dos mortos e apresentaram um caso complicado a Jesus. O Senhor reafirmou a ressurreição e as propriedades dos corpos ressuscitados (EV): O mesmo se fala na Leitura, Ouviram do alto dos céus uma voz potente que lhes dizia: subi para aqui!

 Eucaristia é também o segredo da ressurreição. Na Eucaristia recebemos a garantia da ressurreição do corpo no fim do mundo. Quem come a minha carne e bebe o meu Sangue tem a via eterna e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia. Pela Eucaristia assinala-se, por assim dizer, o segredo da ressurreição (S. João Paulo II).

 

 

 

 

 

 

Celebração e Homilia:       Fernando Silva

Nota Exegética:                Geraldo Morujão

Homilias Feriais:               Nuno Romão

Sugestão Musical:            José Carlos Azevedo

 


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