32º Domingo Comum
6 de Novembro de 2022
RITOS INICIAIS
Cântico de entrada: Ouvi, Senhor, as minhas palavras – F. Silva, NRMS, 61
Salmo 87, 3
Antífona de entrada: Chegue até Vós, Senhor, a minha oração, inclinai o ouvido ao meu clamor.
Introdução ao espírito da Celebração
No início desta celebração é bom renovar diante de Deus o desejo de O receber, Ele que é o Pão e o penhor da vida eterna, porque neste Domingo somos chamados a mudar de vida, em ordem a podermos, com fé em Deus, esperar na Vida que nos é oferecida.
Oração colecta: Deus eterno e misericordioso, afastai de nós toda a adversidade, para que, sem obstáculos do corpo ou do espírito, possamos livremente cumprir a vossa vontade. Por Nosso Senhor...
Liturgia da Palavra
Primeira Leitura
Monição: Os sete jovens macabeus e a sua mãe morreram para serem fiéis à sua fé. São para nós um testemunho de que é possível permanecer fiéis a Deus e à Sua Igreja mesmo diante de tantas dificuldades dentro e fora da Igreja que nos assaltam o coração e o ânimo. Apoiemo-nos na esperança da vida eterna.
2 Macabeus 7,1-2.9-14
1Naqueles dias, foram presos sete irmãos, juntamente com a mãe, e o rei da Síria quis obrigá-los, à força de golpes de azorrague e de nervos de boi, a comer carne de porco proibida pela Lei judaica. 2Um deles tomou a palavra em nome de todos e falou assim ao rei: «Que pretendes perguntar e saber de nós? Estamos prontos para morrer, antes que violar a lei de nossos pais». 9Prestes a soltar o último suspiro, o segundo irmão disse: «Tu, malvado, pretendes arrancar-nos a vida presente, mas o Rei do universo ressuscitar-nos-á para a vida eterna, se morrermos fiéis às suas leis». 10Depois deste começaram a torturar o terceiro. Intimado a pôr fora a língua, apresentou-a sem demora e estendeu as mãos resolutamente, 11dizendo com nobre coragem: «Do Céu recebi estes membros e é por causa das suas leis que os desprezo, pois do Céu espero recebê-los de novo». 12O próprio rei e quantos o acompanhavam estavam admirados com a força de ânimo do jovem, que não fazia nenhum caso das torturas. 13Depois de executado este último, sujeitaram o quarto ao mesmo suplício. 14Quando estava para morrer, falou assim: «Vale a pena morrermos às mãos dos homens, quando temos a esperança em Deus de que Ele nos ressuscitará; mas tu, ó rei, não ressuscitarás para a vida».
A leitura introduz-nos num tema bem apropriado para o fim do ano litúrgico, que nos leva a reflectir sobre os novíssimos – as últimas realidades – do homem: é o tema da ressurreição, presente na 1ª leitura e no Evangelho. O texto de 2Mac aparece expurgado daqueles pormenores mais chocantes de crueldade selvagem, mas valia a pena ler todo o capítulo VII, num estilo patético, comovedor e empolgante. Os 7 Irmãos Macabeus são venerados como mártires na Igreja Católica, bem como o velho Eliázer. No texto só há referência ao 2º, 3º e 4º irmãos.
2 «Estamos prontos para morrer». É certo que a lei que proibia comer a carne de porco era uma lei positiva, que não obrigava com um grave incómodo. Mas a verdade é que, neste caso, estava em jogo uma lei superior, a de não abjurar a fé, lei que obriga com o sacrifício da própria vida. A imposição do rei visava a destruição da religião verdadeira. Que belo exemplo para os cristãos se saberem comportar com a audácia e firmeza inquebrantável perante as muitas ameaças, também hoje bem planeadas, para destruir os padrões de vida cristãos, pela introdução de novas formas de paganismo na nova ordem mundial, a nova sociedade do futuro, mas que não pode ter futuro, se pretendem que seja sem Deus e fechada aos valores do espírito.
14 «Tu, ó rei, não hás-de ressuscitar para a vida», mas sim «para a vergonha do castigo eterno» (cf. Dan 12,1; Mt 25,31-46).
Salmo Responsorial Sl 16 (17), 1.5-6.8b.15 (R. cf. 15b)
Monição: Nesta vida desejamos sempre mais, ainda não nos sentimos cheios, no entanto, há-de chegar o dia que, no Céu, estaremos saciados quando em nós se cumprir a bem-aventurança da pureza de coração para ver a Deus.
Refrão: Senhor, ficarei saciado,
quando surgir a vossa glória.
Ouvi, Senhor, uma causa justa,
atendei a minha súplica.
Escutai a minha oração,
feita com sinceridade.
Firmai os meus passos nas vossas veredas,
para que não vacilem os meus pés.
Eu Vos invoco, ó Deus, respondei-me,
ouvi e escutai as minhas palavras.
Protegei-me à sombra das vossas asas,
longe dos ímpios que me fazem violência.
Senhor, mereça eu contemplar a vossa face
e ao despertar saciar-me com a vossa imagem.
Segunda Leitura
Monição: S. Paulo revitaliza a nossa vida com o convite à firmeza na fé, pela oração e pela caridade, aguardando a vinda gloriosa do Senhor.
2 Tessalonicenses 2,16 – 3,5
Irmãos: 15Jesus Cristo, nosso Senhor, e Deus, nosso Pai, que nos amou e nos deu, pela sua graça, eterna consolação e feliz esperança, confortem os vossos corações e os tornem firmes em toda a espécie de boas obras e palavras. 1Entretanto, irmãos, orai por nós, para que a palavra do Senhor se propague rapidamente e seja glorificada, como acontece no meio de vós. 2Orai também, para que sejamos livres dos homens perversos e maus, pois nem todos têm fé. 3Mas o Senhor é fiel: Ele vos dará firmeza e vos guardará do Maligno. 4Quanto a vós, confiamos inteiramente no Senhor que cumpris e cumprireis o que vos mandamos. 5O Senhor dirija os vossos corações, para que amem a Deus e aguardem a Cristo com perseverança.
Na parte final desta pequena carta (consta apenas de 3 capítulos), são feitas diversas exortações morais, introduzidas com pedidos de oração.
3, 1 «Orai por nós para que a Palavra do Senhor se propague rapidamente». É mais uma passagem onde se pode ver a necessidade da oração para a eficácia do apostolado. Notar como o próprio S. Paulo está a pedir oração a cristãos, certamente menos santos do que ele. Com efeito, embora sejamos indignos e miseráveis, somos filhos de Deus, e Deus, como Pai que é, não deixa de se comover com os gemidos dum filho pequeno em apuros. É certo que Ele não precisa das nossas orações, mas nós precisamos de nos pôr em condições de receber a graça que tem para nos dar.
Aclamação ao Evangelho Ap 1, 5a.6b
Monição: Deus, em Jesus Cristo, quis identificar-se com a natureza humana para a elevar pela Sua graça e assim revela que a morte física e espiritual já não têm a última palavra na nossa vida, pertencendo esta a Ele que nos oferece a Vida para além da morte.
Aleluia
Cântico: C. Silva/A. Cartageno, COM, (pg 113)
Jesus Cristo é o Primogénito dos mortos.
A Ele a glória e o poder pelos séculos dos séculos.
Evangelho
São Lucas 20,27-38
Naquele tempo, 27aproximaram-se de Jesus alguns saduceus — que negam a ressurreição — e fizeram-lhe a seguinte pergunta: 28«Mestre, Moisés deixou-nos escrito: ‘Se morrer a alguém um irmão, que deixe mulher, mas sem filhos, esse homem deve casar com a viúva, para dar descendência a seu irmão’. 29Ora havia sete irmãos. O primeiro casou-se e morreu sem filhos. 30O segundo e depois o terceiro desposaram a viúva; 31e o mesmo sucedeu aos sete, que morreram e não deixaram filhos. 32Por fim, morreu também a mulher. 33De qual destes será ela esposa na ressurreição, uma vez que os sete a tiveram por mulher?» 34Disse-lhes Jesus: Os filhos deste mundo casam-se e dão-se em casamento. 35Mas aqueles que forem dignos de tomar parte na vida futura e na ressurreição dos mortos, nem se casam nem se dão em casamento. 36Na verdade, já não podem morrer, pois são como os Anjos, e, porque nasceram da ressurreição, são filhos de Deus. 37E que os mortos ressuscitam, até Moisés o deu a entender no episódio da sarça ardente, quando chama ao Senhor 'o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob'. 38Não é um Deus de mortos, mas de vivos, porque para Ele todos estão vivos».
O episódio insere-se na estratégia dos inimigos de Jesus para encontrarem um pretexto a fim de «O surpreender em alguma palavra, para O entregarem ao poder e à jurisdição do governador» (Lc 20,20); desta vez a armadilha não era de carácter politico, como a do tributo a César, mas de tipo religioso, uma questão que dividia os dois grupos judaicos mais influentes, o problema de saber qual era a sorte final dos que morriam; os fariseus admitiam a ressurreição, ao contrário dos saduceus, que a negavam.
28 «Moisés deixou-nos escrito...» É a lei do levirato (levir, em latim significa cunhado), segundo a qual a viúva devia casar com o cunhado ou o parente mais próximo, caso tivesse ficado viúva sem ter filhos (cf. Dt 25,5 ss). O caso proposto, absolutamente inverosímil, é só para tornar mais flagrante o ridículo duma mulher com sete maridos e reforçar o embaraço em que Jesus é metido, já que a poliandria era então absolutamente inaceitável.
35 «Não se casam». O celibato apostólico não é uma instituição meramente funcional (estar plenamente disponível para o trabalho do Reino); com efeito, além de exprimir a total doação de Cristo à Igreja, sua Esposa, ele antecipa, como testemunho fortemente expressivo, a realidade perene da vida futura para além da morte. Eis o comentário do Papa João Paulo II: «A verificação – ‘quando ressuscitarem dentre os mortos..., não tomarão mulher nem marido’ – indica que há uma condição de vida, isenta de matrimónio, em que o homem, varão e mulher, encontra ao mesmo tempo a plenitude da doação pessoal e da inter-subjectiva comunhão de pessoas, graças à glorificação de todo o seu ser psicossomático, na união perene com Deus. Quando a chamada à continência ‘para o Reino dos Céus’ encontra eco na alma humana, nas condições de temporalidade, isto é, nas condições em que as pessoas ordinariamente ‘tomam mulher e marido’ (v. 24), não é difícil captar nisso uma particular sensibilidade do espírito humano, que já nas condições da temporalidade parece antecipar aquilo de que o homem se tornará participante na ressurreição futura» (Audiência geral de 10/3/82).
36 «Já não podem morrer, pois são como Anjos». Neste mundo, o casamento tem por fim objectivo perpetuar a espécie, por isso, se na outra vida já não se morre, também a gente já não se casa, como os Anjos, que são imortais.
38 «Para Ele todos estão vivos». Jesus Cristo tira partido da expressão «o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob» para ensinar que, embora estes Patriarcas tenham morrido, permanece uma relação pessoal entre Deus e eles, pois vivem em Deus. Podemos concluir com verdade que as suas almas são imortais e que eles hão-de ressuscitar com o seu corpo.
Sugestões para a homilia
A nossa vida não é um acaso sem sentido
Estamos já com o fim do ano litúrgico à vista e Deus quer que consideremos nestes últimos Domingos o fim da nossa vida, o sentido da nossa existência e o que tenho feito para aproveitar bem a vida que me é dada. A clareza com que Deus nos fala nestas leituras é muito grande e isso leva-nos à certeza revelada e vivida pelo próprio Deus, em Jesus Cristo, que é a ressurreição. Diante da disputa travada entre Jesus e os saduceus no evangelho, o Senhor confirma e não deixa espaço para dúvidas: a ressurreição existe e é real! Esta é a finalidade da nossa vida: a ressurreição que vence toda a morte física e espiritual, ou seja, todo o pecado por mais grave que seja, no entanto, para que ela seja em nós uma realidade e nós atinjamos a finalidade para a qual fomos criados, Deus conta com a nossa liberdade, com o nosso querer de palavra e obras.
Como será depois da morte terrena?
É um dado que nos é garantido por Jesus que os mortos ressuscitarão em virtude do Seu poder de perdoar e dar uma Vida nova, no entanto, o modo como isso acontecerá não podemos imaginar: estaremos em total união com Deus o que produzirá em nós a felicidade que tanto ansiamos. No Céu, nesta Vida nova não haverá morte física, nem dor, nem tristeza, nem medo, nem saudade, nem pecado!
Jesus não nos apresenta a ressurreição como um regresso a esta nossa vida, deste modo actual ao que vivemos, mas habitando a nossa alma e, no fim do mundo também o nosso corpo ressuscitará, unida a Deus, de um modo que ainda nos é desconhecido, mas confiamos e acreditamos porque Deus é digno de Lhe darmos crédito!
O que significa ressuscitar?
Ressuscitar é receber na totalidade a vida de Deus que Cristo nos conquistou e semeou no nosso coração no dia do nosso baptismo, pelo Seu Espírito Santo que nos vivifica, o mesmo Espírito Santo pelo qual o Pai ressuscitou Jesus. É Jesus que nos ressuscita, pois Ele próprio afirma: «Eu sou a Ressurreição e a Vida!» (cf. Jo 11, 25). A única razão pela qual podemos esperar e acreditar que existe a ressurreição é a promessa que Deus nos faz em Jesus.
Fala o Santo Padre
«Jesus convida em primeiro lugar os seus interlocutores - e também nós –
a pensar que esta dimensão terrena em que vivemos agora não é a única, mas existe outra,
já não sujeita à morte, na qual se manifestará plenamente que somos filhos de Deus.»
A página evangélica de hoje (cf. Lc 20, 27-38) oferece-nos um ensinamento maravilhoso de Jesus sobre a ressurreição dos mortos. Alguns saduceus perguntam a Jesus, os quais não acreditavam na ressurreição e por isso o provocam com uma pergunta insidiosa, ou seja, de quem será esposa depois da Ressurreição a mulher que teve sete maridos sucessivos, todos irmãos entre si, que morreram um após o outro? Jesus não cai na armadilha e responde que os ressuscitados no além «não se casam, sejam homens ou mulheres, porque já não podem morrer: são semelhantes aos anjos e, sendo filhos da ressurreição, são filhos de Deus» (vv. 35-36). É assim que Jesus responde.
Com esta resposta, Jesus convida em primeiro lugar os seus interlocutores - e também nós - a pensar que esta dimensão terrena em que vivemos agora não é a única, mas existe outra, já não sujeita à morte, na qual se manifestará plenamente que somos filhos de Deus. É motivo de grande conforto e esperança escutar esta palavra de Jesus, simples e clara, sobre a vida para além da morte; precisamos dela especialmente no nosso tempo, tão rico em conhecimento do universo, mas tão pobre em sabedoria sobre a vida eterna.
Esta certeza clara de Jesus sobre a Ressurreição baseia-se inteiramente na fidelidade de Deus, que é o Deus da vida. De facto, a pergunta dos saduceus esconde uma questão mais profunda: não só de quem será esposa a viúva de sete maridos, mas de quem será a sua vida. É uma dúvida que diz respeito ao homem de todos os tempos e também a nós: depois desta peregrinação terrena, o que será da nossa vida? Pertencerá ao nada, à morte?
Jesus responde que a vida pertence a Deus, que nos ama e se preocupa muito connosco, a ponto de ligar o seu nome com o nosso: Ele é «o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob. Ora, Deus não é Deus de mortos, mas de vivos; pois, para Ele, todos estão vivos». (vv. 37-38). A vida subsiste onde há vínculo, comunhão, fraternidade; e é uma vida mais forte do que a morte quando se constrói sobre verdadeiras relações e vínculos de fidelidade. Pelo contrário, não há vida quando se tem a pretensão de pertencer apenas a si mesmo e de viver como ilhas: nestas atitudes prevalece a morte. É egoísmo. Se eu viver para mim, estou a semear a morte no meu coração.
Que a Virgem Maria nos ajude a viver cada dia na perspetiva do que recitamos na parte final do Credo: "Creio... na ressurreição da carne e na vida eterna». Esperar o além.
Papa Francisco, Angelus, Praça de São Pedro, 10 de novembro de 2019
Oração Universal
Irmãs e irmãos em Cristo:
Apresentemos a Deus as nossas súplicas
por nós próprios e pela Igreja
e em favor de todos os homens,
dizendo (ou: cantando), com humildade:
R. Ouvi-nos, Senhor.
Ou: Senhor, nós temos confiança em Vós.
Ou: Senhor, vinde em nosso auxílio.
1. Pela nossa Diocese de N. e suas comunidades,
pelos fiéis que crêem na ressurreição
e pelos que têm plena confiança no Senhor,
oremos.
2. Pelos que trabalham pela concórdia entre as nações,
pelos que sofrem por amor da lei de Deus
e pelos que não têm liberdade religiosa,
oremos.
3. Pelas vítimas da violência e da guerra,
pelos que sentem a solidão e a tristeza
e pelos que crêem na fidelidade do Senhor,
oremos.
4. Pelos esposos que se amam um ao outro,
pelos que deixaram morrer o seu amor
e pelos jovens que escolheram o celibato,
oremos.
5. Pelos que entre nós sabem aceitar os outros,
pelos que cumprem os mandamentos do Senhor
e pelos que amam a Cristo nos mais pobres,
oremos.
(Outras intenções: Seminários; educadores da fé; fiéis defuntos ...).
Senhor, que inspirastes aos sete irmãos Macabeus
uma tão grande fé na vida eterna,
concedei aos fiéis da santa Igreja
a graça de testemunharem, neste mundo,
a ressurreição de vosso Filho Jesus Cristo.
Ele que vive e reina por todos os séculos dos séculos.
Liturgia Eucarística
Cântico do ofertório: Confiarei no meu Deus – J. F. Silva, NRMS, 106
Oração sobre as oblatas: Olhai, Senhor, com benevolência para o sacrifício que Vos apresentamos, a fim de participarmos com sincera piedade no memorial da paixão do vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Santo: C. Silva – COM, (pg 193)
Monição da Comunhão
«Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e Eu hei-de ressuscitá-lo no último dia, porque a minha carne é uma verdadeira comida e o meu sangue, uma verdadeira bebida. Quem realmente come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e Eu nele» (Jo 6, 54-56).
Cântico da Comunhão: Eu sou o Pão vivo descido do Céu – C. Silva, NRMS, 36|
Salmo 22, 1-2
Antífona da comunhão: O Senhor é meu pastor: nada me falta. Leva-me a descansar em verdes prados, conduz-me às águas refrescantes e reconforta a minha alma.
Ou: Lc 24, 35
Os discípulos reconheceram o Senhor Jesus ao partir o pão.
Cântico de acção de graças: Louvado sejais Senhor – J. F. Silva, NRMS, 2 (II)
Oração depois da comunhão: Nós Vos damos graças, Senhor, pelo alimento celeste que recebemos e imploramos da vossa misericórdia que, pela acção do Espírito Santo, perseverem na vossa graça os que receberam a força do alto. Por Nosso Senhor...
Ritos Finais
Monição final
Vivamos em toda a nossa vida – pensamentos, palavras, actos, sentimentos – como pessoas que esperam a ressurreição que Deus nos promete e nos dará a felicidade eterna, mesmo no meio das dificuldades de dentro e fora da Igreja.
Cântico final: Seguros e fortes – J. F. Silva, NRMS, 11-12
Homilias Feriais
32ª SEMANA
2ª Feira, 7-XI: A vida eterna e a ajuda aos outros
Tit 1, 1-9 / Lc 17, 1-6
Se o teu irmão cometer uma ofensa, repreende-o e, se ele se arrepender, perdoa-lhe.
Na nossa caminhada para a vida eterna, somos responsáveis pela felicidade dos outros, ajudando-os, por exemplo, a corrigir os seus defeitos: Se teu irmão cometer uma ofensa, repreende-o (EV), e a perdoar sem medida, pois não há limite nem medida para este perdão, essencialmente divino (até setenta vezes sete).
S. Paulo assinala algumas virtudes para viver e ajudar o próximo: deve ser irrepreensível, não pode ser arrogante, nem colérico…deve ser hospitaleiro, amigo do bem, ponderado, justo, piedoso, puro, aplicado à fiel exposição do ensino tradicional (LT).
3ª Feira 8-XI: A graça de Deus e a nossa luta.
Tit 2, 1-8. 11-14 / Lc 17, 1-10
Depois de ter feito todas as coisas que vos foram ordenadas, dizei: somos servos inúteis, só fizemos o que devíamos fazer.
Os que já estão na casa de Deus, os justos, são os servos inúteis (EV): os que fizeram apenas o que deviam fazer, procurando cumprir os seus deveres quotidianos para com Deus e o próximo, que procuraram oferecer a Deus tudo o que fizeram, que sofreram e ofereceram os seus sacrifícios.
Mas contaram igualmente com a graça de Deus: Na verdade manifestou-se a graça de Deus, que traz a salvação para todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e aos desejos mundanos e a viver com ponderação, justiça e piedade no mundo presente (LT). Pois Deus quer que todos os homens se salvem e, por isso, se entregou por nós (LT).
4ª Feira, 9-XI: Dedicação da Basílica de S. João de Latrão
1 Cor 3, 9-11. 16-17 / Jo 2, 13-22
Tirai isto de aqui: não façais da casa de meu Pai casa de comércio.
A Basílica de S. João de Latrão foi um dos primeiros templos a ser construído logo que acabaram as perseguições, no século IV. Representa um sinal de unidade com o Papa, pois é a catedral do Bispo de Roma. Rezemos pelas intenções do Papa.
Cada templo há-de ser uma casa de oração (EV), um lugar onde damos culto a Deus. Por isso, devemos estar com o respeito e compostura adequadas, cumprindo os ritos da Missa, evitando conversas inúteis, etc. Deste modo, participaremos na construção da casa de oração: Vós sois um edifício que Deus está a construir (LT). O Senhor dos exércitos está connosco (SR)
5ª Feira, 10-XI: Onde está o reino de Deus?
Flm 7-20 / Lc 17, 20-25
O reino de Deus não vem de uma maneira visível nem se dirá está aqui ou está ali, pois o reino de Deus está no meio de vós.
O reino de Deus (EV) está dentro de nós. Aproximou-se no Verbo Encarnado, foi anunciado através de todo o Evangelho, veio na morte e ressurreição de Cristo. O reino de Deus vem desde a Santa Ceia e na Eucaristia, está no meio de nós.
A Comunhão é também uma antecipação da glória do Céu. A Liturgia é uma participação da Jerusalém Celeste para a qual nos dirigimos como peregrinos e onde Cristo está sentado à direita do Pai. Feliz o homem que espera no Senhor, pois Ele reina eternamente, levanta os abatidos, protege os peregrinos (SR).
6ª Feira, 11-XI: A entrega aos outros.
2 Jo 1, 4-9 / Lc 17, 26-37
Quem procurar preservar a vida, há-de perdê-la e, quem a perder, há-de conservá-la.
Estas palavras do Senhor, relativas à sua 2ª vinda, aplicam-se especialmente à sua entrega no Calvário. Jesus morre na Cruz, oferecendo-se ao Pai, entregando-se para nos dar a vida. É o que se mostra pela imagem do «pio pelicano», derramando o sangue, para dar a vida aos filhotes.
A nossa preparação para vida eterna (EV) exige igualmente de nós uma vida de entrega a Deus e aos outros: E agora vou fazer-te um pedido: tenhamos amor uns aos outros (LT). Todos os dias teremos muitas oportunidades de viver este amor ao nosso próximo, na família, nas relações sociais, na ajuda aos necessitados, etc. Felizes os que O procuram de todo o coração (SR).
Sábado, 12-XI: A paciência da fé
3 Jo 5-8 / Lc 18, 1-8
Uma vez que esta viúva me incomoda, vou fazer-lhe justiça, para que não venha moer-me indefinidamente.
Esta é uma das três parábolas sobre a oração, que nos transmite S. Lucas (EV). Está centrada numa das qualidades da oração: É preciso orar sempre sem se cansar, com a paciência da fé. Paciência e fé estão intimamente unidas: quem tem fé, nunca desiste, e quem tem paciência torna mais firme a sua fé (Sto. Agostinho).
S. João pede a Gaio que continue a dar bom acolhimento aos estrangeiros, pois é uma maneira de colaborar na expansão da Boa Nova (LT). Vê esse modo de actuar com os olhos da fé, e não apenas como acção puramente caritativa. Ditoso o homem que dispõe das suas coisas com justiça (SR).
Celebração e Homilia: Tomás de A. E. Castel-Branco
Nota Exegética: Geraldo Morujão
Homilias Feriais: Nuno Romão
Sugestão Musical: José Carlos Azevedo