29º Domingo Comum

D. M. das Missões

16 de Outubro de 2022

 

 

RITOS INICIAIS

 

Cântico de entrada: Ouvi, Senhor, as minhas palavras – F. Silva, NRMS, 61

Salmo 16, 6.8.9

Antífona de entrada: Respondei-me, Senhor, quando Vos invoco, ouvi a minha voz, escutai as minhas palavras. Guardai-me dos meus inimigos, Senhor. Protegei-me à sombra das vossas asas.

 

Introdução ao espírito da Celebração

 

Celebra-se hoje em toda a Igreja católica o Dia Mundial das Missões.

O Santo Padre escreveu, na Mensagem para este Dia Mundial: «A Maria, nossa Mãe, confiamos a missão da Igreja. Unida ao seu Filho, desde a encarnação, a Virgem colocou-se em movimento, deixando-se envolver-se totalmente pela missão de Jesus; missão que, ao pé da cruz, havia de se tornar também a sua missão: colaborar como Mãe da Igreja para gerar, no Espírito e na fé, novos filhos e filhas de Deus.»

Acolhamos a orientação do Vigário de Cristo na terra, pedindo ao Bom Pastor do Rebanho que nos dê um coração missionário.

 

Ato penitencial

 

Peçamos humildemente perdão ao Senhor, porque temos vivido insensíveis ao facto de que tantas pessoas não conhecem, nem amam, nem desejam os benefícios da Redenção operada por Jesus.

Façamos o propósito de ajudarmos, dentro das nossas possibilidades, a causa missionária, com a oração e o auxílio material.

 

(Tempo de silêncio. Apresentamos, como alternativa, elementos para o esquema C)

 

•   Senhor Jesus: Vivemos confortados com tudo o que nos oferece a Igreja

    e não procuramos aproximar as pessoas da doutrina e da vida da graça.

    Senhor, tende piedade de nós.

 

    Senhor, tende piedade de nós.

 

 

•   Cristo: estamos reconhecidos ao Senhor pelo dom do nosso Batismo,

    mas não nos preocupa conviver com tantos que vivem como os pagãos.

    Cristo, tende piedade de nós.

 

    Cristo, tende piedade de nós.

 

•   Senhor Jesus: Por vezes, deixamo-nos tolher pelo respeito humano,

    escondendo a nossa condição de filhos da Igreja e de filhos de Deus.

    Senhor, tende piedade de nós.

 

    Senhor, tende piedade de nós.

 

Deus todo poderoso tenha compaixão de nós,

perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.

 

Oração colecta: Deus eterno e omnipotente, dai-nos a graça de consagrarmos sempre ao vosso serviço a dedicação da nossa vontade e a sinceridade do nosso coração. Por Nosso Senhor...

 

 

Liturgia da Palavra

 

Primeira Leitura

 

Monição: Durante uma batalha do Povo de Deus com os Amalecitas, Moisés, no monte, manteve os braços levantados em oração e obteve do Senhor a vitória.

Nós venceremos todas as batalhas se soubermos levantar os braços em oração, muitas vezes, pedindo ajuda.

 

Êxodo 17, 8-13

 

8Naqueles dias, Amalec veio a Refidim atacar Israel. 9Moisés disse a Josué: «Escolhe alguns homens e amanhã sai a combater Amalec. Eu irei colocar-me no cimo da colina, com a vara de Deus na mão». 10Josué fez o que Moisés lhe ordenara e atacou Amalec, enquanto Moisés, Aarão e Hur subiram ao cimo da colina. 11Quando Moisés tinha as mãos levantadas, Israel ganhava vantagem; 12mas quando as deixava cair, tinha vantagem Amalec. Como as mãos de Moisés se iam tornando pesadas, trouxeram uma pedra e colocaram-na por debaixo para que ele se sentasse, enquanto Aarão e Hur, um de cada lado, lhe seguravam as mãos. Assim se mantiveram firmes as suas mãos até ao pôr do sol 13e Josué desbaratou Amalec e o seu povo ao fio da espada.

 

O livro do Êxodo não cessa de exaltar a Providência divina em favor do povo que, liberto da opressão do Egipto, é guiado a caminho da terra prometida; não só o alimenta e lhe mata a sede, como também o livra das mãos dos inimigos.

8 «Amalec», isto é, os amalecitas, um tradicional inimigo de Israel, espalhado pelo norte do Sinai e a sul do Négueb, até aos tempos de Ezequias, em que foi completamente apagada a sua memória (cf. v. 14). Aqui aparecem como um grupo inimigo, que disputaria os escassos oásis do deserto com as suas fontes e pastagens. «Refidim», lugar incerto a SW da península do Sinal, um lugar de passagem dos israelitas a caminho do monte Horeb (Sinai).

9 «Com a vara de Deus na mão...» Alguns pensam, e com razão, que Moisés, no cimo do monte, não se limitou a rezar de braços abertos, mas que, com a vara, ia fazendo sinais para a planície, a fim de Josué conduzir bem o combate. De qualquer modo, ao lermos o Êxodo, é contraproducente fixarmo-nos no rigor histórico dos relatos, embora estes tenham atrás de si tradições de valor. Queremos chamar a atenção para o perene valor paradigmático do gesto de Moisés. Ele torna-se uma imagem de Cristo mediador e do valor da oração de intercessão. Os Padres vêem na vara de Moisés uma figura da Cruz, que vence os inimigos do homem: demónio, o pecado e a morte. Por outro lado, também se pode ver, nas figuras de Aarão e Hur, o poder religioso, e, em Josué, o poder político-militar, ambos os poderes concentrados em Moisés, que haveriam de vir a diversificar-se.

 

Salmo Responsorial    Sl 120 (121), 1-8 (R. cf. 2)

 

Monição: O Espírito Santo coloca nos nossos lábios, como resposta à interpelação da primeira leitura, um salmo que proclama a nossa confiança no Senhor.

Nas horas de incerteza e provação, recordemos a sua mensagem: O Senhor te defende de todo o mal, o Senhor vela pela tua vida. Ele te protege quando vais e quando vens, agora e para sempre.

 

Refrão:        O nosso auxílio vem do Senhor,

                     que fez o céu e a terra.

 

Levanto os meus olhos para os montes:

donde me virá o auxílio?

O meu auxílio vem do Senhor,

que fez o céu e a terra.

 

Não permitirá que vacilem os teus passos,

não dormirá Aquele que te guarda.

Não há-de dormir nem adormecer

Aquele que guarda Israel.

 

O Senhor é quem te guarda,

o Senhor está a teu lado, Ele é o teu abrigo.

O sol não te fará mal durante o dia,

nem a lua durante a noite.

 

O Senhor te defende de todo o mal,

o Senhor vela pela tua vida.

Ele te protege quando vais e quando vens,

agora e para sempre.

 

Segunda Leitura

 

Monição: S. Paulo recomenda ao seu discípulo Timóteo a permanência fiel na fé recebida.

A ordem que lhe dirige é também para cada um de nós: Proclama a palavra, insiste a propósito e fora de propósito, argumenta, ameaça e exorta, com toda a paciência e doutrina.

 

2 Timóteo 3, 14 – 4, 2

 

Caríssimo: 14Permanece firme no que aprendeste e aceitaste como certo, sabendo de quem o aprendeste. 15Desde a infância conheces as Sagradas Escrituras; elas podem dar-te a sabedoria que leva à salvação, pela fé em Cristo Jesus. 16Toda a Escritura, inspirada por Deus, é útil para ensinar, persuadir, corrigir e formar segundo a justiça. 17Assim o homem de Deus será perfeito, bem preparado para todas as boas obras. 4,1Conjuro-te diante de Deus e de Jesus Cristo, que há-de julgar os vivos e os mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: 2Proclama a palavra, insiste a propósito e fora de propósito, argumenta, ameaça e exorta, com toda a paciência e doutrina.

 

A leitura contém o texto clássico da inspiração da Sagrada Escritura (v. 16) e um apelo formal e solene à pregação do Evangelho, com o recurso a uma fórmula jurídica semelhante à dos testamentos greco-romanos, de modo a que o herdeiro fique obrigado a cumprir a vontade do testador (4, 1: «conjuro-te» – diamartyromai).

16 «Toda a Escritura, inspirada por Deus, é útil…» (outra tradução possível: «toda a Escritura é inspirada por Deus e também é útil…). A Igreja sempre entendeu e ensinou que: «Todos os livros, tanto do Antigo como do Novo Testamento, com todas as suas partes, foram escritos sob a inspiração do Espírito Santo e, por isso, têm a Deus como autor e, como tais, foram confiados à Igreja» (Vaticano II, DV 11). Na tradução litúrgica, aparece a inspiração da S. E., – uma interacção divino-humana, um verdadeiro mistério pertencente à ordem sobrenatural – como uma afirmação indirecta, pois o acento é posto na sua utilidade sobrenatural: dar a sabedoria que leva à salvação (v. 15), «ensinar, persuadir, corrigir e formar segundo a justiça» (v. 16), e levar à santidade de vida de um homem de Deus perfeito (v. 17).

 

Aclamação ao Evangelho        Hebr 4, 12

 

Monição: É a Palavra de Deus que ilumina a nossa vida e lhe dá sentido e nos enche de alegria e optimismo.

Aclamemos o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo que vai ser proclamado, cantando aleluia.

 

Aleluia

 

Cântico: J. F. Silva, NRMS, 50-51 (I)

 

A palavra de Deus é viva e eficaz,

pode discernir os pensamentos e intenções do coração.

 

 

Evangelho

 

Lucas 18, 1-8

 

1Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos uma parábola sobre a necessidade de orar sempre sem desanimar: 2«Em certa cidade vivia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens. 3Havia naquela cidade uma viúva que vinha ter com ele e lhe dizia: ‘Faz-me justiça contra o meu adversário’. 4Durante muito tempo ele não quis atendê-la. Mas depois disse consigo: ‘É certo que eu não temo a Deus nem respeito os homens; 5mas, porque esta viúva me importuna, vou fazer-lhe justiça, para que não venha incomodar-me indefinidamente’». 6E o Senhor acrescentou: «Escutai o que diz o juiz iníquo!... 7E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo? 8Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa. Mas quando voltar o Filho do homem, encontrará fé sobre a terra?»

 

O tema central deste e do próximo domingo é o da oração. A parábola do juiz iníquo, exclusiva de Lucas, o evangelista da oração, é muito expressiva para mostrar a eficácia da oração e a necessidade que temos de insistir. Esta insistência não é para convertermos Deus, mas para nós nos convertermos a Ele, para nos abrirmos aos dons que Ele tem para nos dar, para nos colocarmos no nosso lugar de criaturas necessitadas de Deus. Compreende-se assim que Ele não nos dispense de clamar dia e noite e de «orar sempre sem desanimar» (v. 1).

7 «E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos que por Ele clamam dia e noite?» O contraste estabelecido pelo Senhor é flagrante. Como é que Deus não há-de escutar os nossos pedidos, sendo Ele um Pai amorosíssimo e infinitamente bom? A verdade é que não nos dispensa de clamar dia e noite e de «orar sempre sem desanimar» (v. 1).

8 «O Filho do homem encontrará fé sobre a terra? Para rezar e ser atendido é preciso fé, dessa «fé que transporta montanhas» (cf. Mt 17,20). A falta de fé prevista para o fim dos tempos (cf. Mt 24,10-12; 2Tes 2,3-5; 1Tim 4,1-3; 2Tim 3,1-9) não se revela só na negação das verdades reveladas por Deus, mas na perda do sentido da fé a nortear a vida.

 

Sugestões para a homilia

 

• A oração, arma invencível

• A necessidade de orar

 

1. A oração, arma invencível

 

O texto do Livro do Êxodo reporta-se à longa peregrinação, de quarenta anos, realizada pelo Povo de Deus desde o Egito, através do deserto, até à Terra da Promissão. Lembra-nos que a nossa vida na terra é uma peregrinação, começada na passagem das águas do Batismo – figurado no Mar Vermelho, pelo qual fomos restituídos da escravidão do demónio à liberdade de filhos de Deus, até à Terra da Promissão, a nossa meta que é o Céu.

A vida cristã é uma peregrinação através do deserto da vida onde encontramos inimigos invejosos da nossa vocação à felicidade eterna.

Esta vida é um combate. Esta foi mais uma vez em que os israelitas se enfrentaram com o ataque dos inimigos, quando estavam cansados da caminhada e das privações e, portanto, não em condições ideais para os vencer. «Naqueles dias, Amalec veio a Refidim atacar Israel

A arma da oração. Perante a incerteza da vitória, e não podendo Moisés ajudar os israelitas, por causa da muita idade, resolveu usar mais intensamente a arma invencível da oração.

«Moisés disse a Josué: “Escolhe alguns homens e amanhã sai a combater Amalec. Eu irei colocar-me no cimo da colina, com a vara de Deus na mão.”»

Enquanto os braços de Moisés permaneciam levantados, o exército do Povo de Deus ganhava terreno; quando, porém, os deixava cair, porque estava cansado, o Povo de Deus recuava diante do inimigo. Deus quis mostrar deste modo a importância da oração, significada nos braços levantados.

A força e o valor dos idosos e dos doentes. Esta sociedade de conforto e consumo olha para os idosos e doentes como um obstáculo ao seu conforto e gasto inútil.

A fé ensina-nos que estas são as pessoas mais valiosas na Igreja, se nos quiserem ajudar com a sua oração. Permanecendo de mãos levantadas, conformadas com a vontade de Deus e em oração, ajudam-nos a vencer dificuldades que de outro modo não poderíamos vencer.

Moisés, idoso e alquebrado de forças, ganhou para o Povo de Deus a vitória sobre os amalecitas, seus inimigos.

«Quando Moisés tinha as mãos levantadas, Israel ganhava vantagem; mas quando as deixava cair, tinha vantagem Amalec

Os idosos e a causa missionária. Neste Dia Mundial das Missões, é precioso mobilizar todas as forças para a causa missionária. Procuremos que muitas pessoas se mantenham de braços levantados, rezando por esta causa da Igreja.

Ajudemo-los a subir ao monte, a despertar para esta urgência da Igreja e mantenhamos os seus braços levantados, o seu otimismo, fazendo que compreendam como é útil a sua vida.

Santa Teresinha do Menino Jesus, carmelita descalça em Lisieux, foi proclamada padroeira da Missões, porque rezava pelos missionários.

«Como as mãos de Moisés se iam tornando pesadas, trouxeram uma pedra e colocaram-no por debaixo para que ele se sentasse, enquanto Aarão e Hur, um de cada lado, lhe seguravam as mãos

Na nossa vida pessoal acontece o mesmo. Enquanto mantivermos os braços levantados, venceremos. As grandes causas da Igreja de hoje – os jovens que preparam a Jornada Mundial da Juventude, em 2022, na cidade de Lisboa, contam com a nossa ajuda de mantermos os braços levantados.

Alimentar a esperança na oração. Aquele que não tem fé acredita apenas na eficácia das armas dos homens: o dinheiro, a influência política, o poder...

O Senhor está a ensinar-nos que a confiança nestes meios para melhorar o mundo é uma ilusão perigosa.

«Assim se mantiveram firmes as suas mãos até ao pôr do sol e Josué desbaratou Amalec e o seu povo ao fio da espada

Na verdade, O nosso auxílio vem do Senhor, que fez o céu e a terra, como cantamos no salmo.

 

2. A necessidade de orar

 

Jesus insiste muito no Evangelho, pelo exemplo e pela palavra, sobre a necessidade da oração.

A oração, respiração da alma. A oração é para a vida da alma o que a respiração é para a vida do corpo. Por isso lemos no Evangelho de hoje: «Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos uma parábola sobre a necessidade de orar sempre sem desanimar

Nunca ousamos deixar de respirar, dizendo: “Eu não respiro, porque não tenho tempo!” Ou: “Eu não respiro porque não tenho disposição para o fazer”.

A oração é o caminho único para chegarmos a uma amizade íntima com Deus. Esta é a finalidade para que estamos na terra, começando já nesta vida a intimidade em que vamos viver para sempre no Céu, com o Pai, com o Filho e com o Espírito Santo.

A oração não é, pois, uma ocupação para quando não tivermos mais que fazer e nos apetecer fazê-la. É uma necessidade de toda a vida e de todos os momentos.

«Em certa cidade vivia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens. Havia naquela cidade uma viúva que vinha ter com ele e lhe dizia: ‘Faz-me justiça contra o meu adversário’»

Orar sempre. Jesus contou a parábola do juiz iníquo que se decide a atender a viúva, não põe amor à justiça, mas para se libertar da vila que o importunava.

A contar-nos esta parábola, Jesus quer ajudar-nos a compreender a necessidade da oração frequente.

«Durante muito tempo ele não quis atendê-la. Mas depois disse consigo: ‘É certo que eu não temo a Deus nem respeito os homens; mas, porque esta viúva me importuna, vou fazer-lhe justiça, para que não venha incomodar-me indefinidamente’».

Se a oração é, para a vida da alma, como nos ensinam, o que a respiração é para a vida do corpo, tem de ser contínua.

Oração, caminho para a intimidade. Deus conhece perfeitamente as nossas necessidades e deseja infinitamente ajudar-nos.

Porque é, então necessário pedir-lhe para que o faça?

Quando pedimos manifestamos ao Senhor o nosso desejo de receber esse dom. Era apenas o que faltava para Ele no-lo conceder, sem ir contra a nossa liberdade pessoal.

Ao pedir uma graça, tomamos consciência da necessidade dela e do seu valor. Se ela nos fosse concedida sem a pedirmos, talvez nem nos déssemos conta do favor recebido.

Mas é, sobretudo, porque a oração abre caminho a uma intimidade crescente com o nosso Deus, que O leva a insistir connosco para rezar.

«E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo? Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa

Como seria belo contemplar como Nossa Senhora pediu a Jesus o milagre de Caná da Galileia!

 

Fala o Santo Padre

 

«Para viver plenamente a missão, há uma condição indispensável: a oração, uma prece fervorosa e incessante,

segundo o ensinamento de Jesus na parábola “sobre a necessidade de rezar sempre, sem desfalecer”.»

A segunda Leitura da liturgia de hoje propõe-nos a exortação que o apóstolo Paulo dirige ao seu fiel colaborador Timóteo: “Proclama a palavra, insiste oportuna e inoportunamente, convence, repreende, exorta com toda a compreensão e competência” (2 Tm 4, 2). O tom é sincero: Timóteo deve sentir-se responsável pela proclamação da Palavra.

O Dia Missionário Mundial, [que se celebra na próxima semana], é uma ocasião propícia para que cada batizado tome consciência mais viva da necessidade de colaborar no anúncio da Palavra, na proclamação do Reino de Deus com renovado compromisso. Há cem anos, o Papa Bento XV promulgou a Carta Apostólica Maximum illud para dar novo impulso à responsabilidade missionária de toda a Igreja. Ele sentiu a necessidade de requalificar evangelicamente a missão no mundo, para que fosse purificada de qualquer incrustação colonial e livre dos condicionamentos das políticas expansionistas das Nações europeias.

No diferente contexto hodierno, a mensagem de Bento XV ainda é atual e estimula-nos a superar a tentação de qualquer fechamento autorreferencial e todas as formas de pessimismo pastoral, para nos abrirmos à alegre novidade do Evangelho. Neste nosso tempo, marcado por uma globalização que deveria ser solidária e respeitosa da especificidade dos povos e que, pelo contrário, ainda sofre devido à homologação e aos antigos conflitos de poder que alimentam as guerras e arruínam o planeta, os crentes são chamados a levar a toda a parte, com novo impulso, a boa notícia de que em Jesus a misericórdia vence o pecado, a esperança derrota o medo, a fraternidade supera a hostilidade. Cristo é a nossa paz e nele toda a divisão é vencida, só n'Ele está a salvação de todos os homens e de todos os povos.

Para viver plenamente a missão, há uma condição indispensável: a oração, uma prece fervorosa e incessante, segundo o ensinamento de Jesus anunciado também no Evangelho de hoje, no qual Ele conta uma parábola “sobre a necessidade de rezar sempre, sem desfalecer” (Lc 18, 1). A oração é a primeira ajuda do povo de Deus para os missionários, rica de afeto e gratidão pela sua difícil tarefa de anunciar e transmitir a luz e a graça do Evangelho àqueles que ainda não o receberam. É também uma boa ocasião para nos interrogarmos hoje: rezo pelos missionários? Oro por aqueles que partem para terras distantes, a fim de levar a Palavra de Deus com o testemunho? Pensemos nisto!

Maria, Mãe de todos os povos, acompanhe e proteja todos os dias  os missionários do Evangelho.

   Papa Francisco, Angelus, Praça de São Pedro, 20 de outubro de 2019

 

Oração Universal

 

Irmãs e irmãos:

Oremos ao Pai do Céu com toda confiança

pelos que proclamam a Palavra nas Missões,

pelas diversas vocações na santa Igreja

e pelo testemunho de santidade dos cristãos.

Supliquemos (cantando), com sincera piedade:

 

    Senhor, venha a nós o vosso reino.

 

1. Pelas Igrejas há pouco fundadas, pelo Santo Padre, que as confirma na fé,

e por todos aqueles que anunciam a Palavra de Deus nas terras de Missão,

oremos, irmãos.

 

    Senhor, venha a nós o vosso reino.

 

2. Pelos que proclamam sem desânimo o Evangelho, apesar das dificuldades,

pelos que falam de Cristo com a vida e pelos que ajudam com a sua oração,

oremos, irmãos.

 

    Senhor, venha a nós o vosso reino.

 

3. Pelos juízes a quem compete fazer justiça aos que a eles devem recorrer,

pelos que prestam atenção aos mais pequenos e pelas pessoas sem defesa,

oremos, irmãos.

 

    Senhor, venha a nós o vosso reino.

 

4. Pelos monges que oram sempre, pelas Ordens activas e contemplativas,

pelos pais que rezam com os filhos, e pelos que rezam pelos pecadores,

oremos, irmãos.

 

    Senhor, venha a nós o vosso reino.

 

5. Por todos os países de missão, pelos missionários e missionárias da Igreja

pelos que anunciam a Boa Nova e oram, sem desânimo, pelas Missões,

oremos, irmãos.

 

    Senhor, venha a nós o vosso reino.

 

6. Por todos nós aqui reunidos, a celebrar, em Cristo, a Eucaristia dominical,

pelos fiéis que vivem na esperança da fé e praticam com alegria a caridade,

oremos, irmãos.

 

    Senhor, venha a nós o vosso reino.

 

7. Por todos os que foram chamados à eternidade e são purificados das faltas

e pelos que são esquecidos pelos seus familiares de quem esperavam ajuda,

oremos, irmãos.

 

    Senhor, venha a nós o vosso reino.

 

Tornai-nos activos, Senhor, no campo da missão

e, para que todos os homens Vos conheçam,

fazei-nos orar em espírito e verdade,

permanecer firmes no que aprendemos e aceitámos

e dar testemunho da nossa fé em Jesus Cristo.

Ele que vive e reina por todos os séculos dos séculos.

 

 

Liturgia Eucarística

 

Introdução

 

Que daremos ao Senhor por todas as ajudas que nos tem dado na Igreja, especialmente nesta celebração da Eucaristia?

Ajudemos hoje a causa missionária, com o nosso donativo generoso, acolhendo o apela da Igreja universal.

 

Cântico do ofertório: No meio da minha vida – F. Silva, NRMS, 01

 

Oração sobre as oblatas: Fazei, Senhor, que possamos servir ao vosso altar com plena liberdade de espírito, para que estes mistérios que celebramos nos purifiquem de todo o pecado. Por Nosso Senhor...

 

Santo: J. F. Silva – NRMS, 38

 

Saudação da Paz

 

Trabalhar pela causa missionária é contribuir verdadeiramente para que se instaure no mundo a verdadeira paz.

Demo-nos fraternalmente as mãos para que haja quanto antes no mundo a paz que Jesus veio trazer ao mundo.

 

Saudai-vos na paz de Cristo!

 

Monição da Comunhão

 

Comungar sacramentalmente, recebendo o Corpo e Sangue de Jesus Cristo, tão real e perfeitamente como está no Céu, é também abraçar incondicionalmente a Sua doutrina e querer o que Ele quer.

No colóquio íntimo que vamos ter com Ele, peçamos-lhe a graça de termos um coração missionário.

 

Cântico da Comunhão: Eu vim para que tenham vida – F. Silva, NRMS, 70

Salmo 32, 18-19

Antífona da comunhão: O Senhor vela sobre os seus fiéis, sobre aqueles que esperam na sua bondade, para libertar da morte as suas almas, para os alimentar no tempo da fome.

Ou:    Mc 10, 45

O Filho do homem veio ao mundo para dar a vida pela redenção dos homens.

 

Cântico de acção de graças: Jesus Cristo, és meu amigo – H Faria, NRMS, 11-12

 

Oração depois da comunhão: Concedei, Senhor, que a participação nos mistérios celestes nos faça progredir na santidade, nos obtenha as graças temporais e nos confirme nos bens eternos. Por Nosso Senhor...

 

 

Ritos Finais

 

Monição final

 

Levemos para a vida esta certeza: ser batizado é ser enviado ao encontro das outras pessoas para fazer delas amigas e companheiras de Cristo.

 

Cântico final: Eu quero viver na tua alegria – H. Faria, NRMS, 11-12

 

 

Homilias Feriais

 

29ª SEMANA

 

2ª Feira, 17-X: As riquezas de Deus.

Ef 1-10 / Lc 12, 13-21

Depois, direi à minha alma: Ó alma, tens muitos bens em depósito para largos anos. Descansa, come, bebe e regala-te.

Este homem rico pensou ter encontrado a felicidade na acumulação de bens materiais. No entanto, a verdadeira felicidade não reside, nem na riqueza ou no bem estar, na glória humana ou, no poder, nem em qualquer obra humana, por útil que seja, como as ciências, a técnica e as artes, nem em qualquer criatura, mas só em Deus, fonte de todo o bem e de todo o amor (LT). Sede imitadores de Deus, como filhos muito amados (SR).

O importante é tornar-se rico aos olhos de Deus (EV). As riquezas que lhe podemos apresentar são as nossas virtudes. Aprendamos igualmente a descobrir as riquezas de Deus: Deus é rico em misericórdia…a riqueza da graça de Deus (LT).

 

3ª Feira, 18-X: S, Lucas e o seu contributo.

2 Tim 4, 9-17 /  Lc 10, 1-9

Designou setenta e dois discípulos e mandou-os de dois a dois, à sua frente.

Os Doze, e os outros discípulos (EV), participam da missão de Cristo, do seu poder, mas também da sua sorte. Com estes actos, Cristo prepara e constrói a sua Igreja.

S. Lucas participou na missão de Cristo, transmitindo-nos, com a sua palavra e os seus escritos, os ensinamentos de Jesus (no Evangelho), e a vida da primitiva cristandade (nos Actos dos Apóstolos). Acompanhou S. Paulo e esteve a seu lado na prisão em Roma (LT). A ele devemos um melhor conhecimento da vida de infância de Jesus, de algumas parábolas, como o filho pródigo, o bom samaritano, etc, e da vida de Nossa Senhora

 

4ª Feira, 19-X: Estar vigilantes.

Ef 3, 2-12 / Lc 12, 39-48

Feliz daquele a quem o Senhor, ao chegar, assim o achar fazendo. Em verdade vos digo que há-de pô-lo à frente de todos os seus bens.

A vigilância que o Senhor nos pede está nos pequenos combates de cada dia. Não podemos ter a mesma atitude do servo brigão, descuidado (EV). Devemos imitar o administrador fiel e prudente que faz aquilo que deve, cumprindo os seus deveres (EV). Se Ele vem com amor hospedar-se na a tua alma, com amor quer ser recebido (S. João de Ávila).  Pode também concretizar-se na coragem de nos aproximar-nos de Deus com toda a confiança (LT). Tenho confiança no Senhor e nada temo (SR).

Por cada pequena vitória, colocamos uma pedra preciosa de glória na nossa coroa (S. Francisco de Sales). Vivendo em Nazaré, Nossa Senhora recebeu a sua coroa de glória.

 

5ª Feira, 20-X: O Espírito Santo e a nossa transformação.

Ef 3, 14-21 / Lc 12, 49-53

Eu vim lançar fogo sobre a terra e só quero que ele se tenha ateado.

O Fogo simboliza a energia transformadora dos actos do Espírito Santo, aquele Espírito do qual Jesus dirá:  Vim trazer fogo à terra e só quero que ele se tenha ateado (EV).

Peçamos a Deus que o fogo do seu amor robusteça a nossa alma: Ele vos dará por meio do seu Espírito, a força de vos tornardes robustos no que há de mais íntimo em vós (LT). E cada um de nós há-de ser igualmente fogo para transmitir aos outros a largura, o comprimento, a altura e a profundidade deste mistério (LT). Recordemos a acção transformadora do Espírito Santo em Nossa Senhora e nos Apóstolos, no dia de Pentecostes.

 

6ª Feira, 21-X: Os sinais dos nossos tempos.

Ef 4, 1-6 / Lc 12, 54-59

Hipócritas, sabeis apreciar o aspecto da terra e do céu, mas este tempo, como é que não o apreciais?

Como interpretar os sinais dos tempos? O homem esforça-se por interpretar os dados da experiência e os sinais dos tempos (EV), graças à virtude da prudência, aos conselhos das pessoas sensatas e à ajuda do Espírito Santos e dos seus dons.

Um dos sinais dos nossos tempos é a unidade de todos os cristãos e de todo o género humano. Há um só Senhor, uma única fé, um único Baptismo. Há um só Deus e Pai de todos, que estão acima de todos e em todos se encontram (LT). A Nossa Senhora, Mãe da Igreja, pedimos que nos obtenha este dom da unidade. O Senhor consolidou a terra, e o que nela existe e o mundo e os que nele habitam (SR)

 

Sábado, 22-X: Frutos abundantes na nossa vida.

Ef 4, 7-16 / Lc 13, 1-9

Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi procurar fruto a essa figueira, mas não o encontrou.

O Senhor espera encontrar em nós frutos abundantes (EV), mas possivelmente não chegará à medida que Ele espera. Sugere que deitemos adubo fertilizante, que é o símbolo do Espírito Santo, que dá a vida. Deixemo-nos orientar pela sua Lei.

Daremos igualmente mais fruto se estivermos unidos à Cabeça, que é Cristo, de quem todo o corpo recebe força para crescer (LT), Tenhamos presente o sim de Nª Senhora: Graças ao seu sim todas as nações recebem Aquele que é a própria bênção de Deus, Jesus, o «fruto bendito do vosso ventre». E Jerusalém, a cidade bem edificada (SR).

 

 

 

 

 

 

Celebração e Homilia:       Fernando Silva

Nota Exegética:                Geraldo Morujão

Homilias Feriais:               Nuno Romão

Sugestão Musical:            José Carlos Azevedo

 


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