aCONTECIMENTOS eclesiais

DO PAÍS

 

 

Braga:

Um ano depois: José Tiago Varanda

foi o primeiro cego a ser ordenado padre em Portugal

em julho de 2019

 

A cegueira física em nada prejudicou a visão da alma: Tiago "viu" com luminosidade que Jesus o chamava

José Tiago Varanda nasceu em 1984, em Lamego, Portugal, com glaucoma congénito. Ao longo da infância e da adolescência foi perdendo a visão a ponto de, aos 16 anos, já precisar de uma cadela-guia em tempo integral. Quem cumpre a missão de “ser os seus olhos” hoje é a doce labradora Ibiza.

Mas a cegueira física em nada prejudicou a visão da alma do jovem Tiago, que “viu” com luminosidade Jesus a chamá-lo. Aliás, ele mesmo diz que a cegueira dos olhos do corpo lhe rendeu maior acuidade em outras faculdades, como a de saber ouvir com mais serenidade:

Considero que a capacidade de escuta é dos melhores instrumentos que levo para a vida como sacerdote; é das coisas mais maravilhosas que levo daqui. Um sacerdote tem de ser um homem de escuta! A sede que as pessoas têm de Deus reflete-se na necessidade de desabafarem, de terem alguém que as escute. As pessoas têm sede de Deus e, se não as escutarmos, vão procurá-lo em outros lugares”.

Ele não é, certamente, o primeiro sacerdote cego de Portugal, mas é o primeiro cego a se tornar sacerdote no país:

Há padres que ficaram cegos com a velhice ou com alguma doença, mas tinham visão quando foram ordenados. O meu caso é diferente. Perdi a visão aos 16 anos e já estava cego quando fiz o meu percurso acadêmico e religioso”.

Fora de Portugal já houve outros casos de homens cegos serem ordenados padres.

Tiago recebeu a ordenação como sacerdote católico no dia 14 de julho de 2029, em cerimónia celebrada por D.  Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, na Basílica de Nossa Senhora do Sameiro.

"Quis vir consagrar o meu ministério sacerdotal às mãos da nossa Mãe porque sei que, com ela, mais facilmente me posso unir a Jesus"

Embora existam em Portugal outros sacerdotes que perderam a visão depois de já terem sido ordenados, Tiago é o primeiro do país que recebe a ordenação sacerdotal já sendo cego.

No dia seguinte à sua consagração como sacerdote, ele foi até a Cova da Iria para celebrar a Missa na Capelinha das Aparições de Nossa Senhora de Fátima e dedicar-lhe o seu sacerdócio. Em declarações na Sala de Imprensa do Santuário, ele destacou:

Fátima sempre foi um lugar muito especial para mim, desde criança, e, neste momento importante da minha vida, quis vir consagrar também o meu ministério sacerdotal às mãos da nossa Mãe, porque sei que, com ela, mais facilmente me posso unir a Jesus”.

O novo sacerdote já tinha visitado o santuário quando enxergava. A percepção agora, naturalmente, é diferente:

Os sons, das pessoas, do sino e de um ou outro passarinho, transportam-me para a paz que é este lugar, e o cheiro característico das velas para a devoção e para o recolhimento… Tudo com muita lentidão e serenidade, que ajudam muito a parar e a concentrar-me em Deus”.

Em suas palavras veiculadas pelo Santuário de Fátima, o Pe. Tiago fala das limitações impostas pela doença e de como a perda da visão lhe proporciona uma experiência peculiar no exercício do ministério sacerdotal:

 “O não ver permite-me, exteriormente, não me distrair tanto, ainda que, interiormente, tenha de fazer o mesmo percurso, tantas vezes difícil, de recolhimento e de silêncio interior. Depois, sinto que me vou apurando na sensibilidade de outros sentidos, nomeadamente a audição, que é o sentido da escuta, o que pode ser um dom para poder ser um sacerdote que melhor escuta as pessoas nos seus dramas, nas suas alegrias e na sua fé”.

No final da Celebração Eucarística em Fátima, os fiéis presentes saudaram com aplausos os neo-sacerdotes concelebrantes. Além do Pe. Tiago, celebraram os novos sacerdotes Jorge Gonçalves e Pedro Oliveira, juntamente com o “veterano” monsenhor Joaquim Fernandes, que tem 103 anos de idade e 74 de sacerdócio.

Ao perfazer-se um ano sobre a sua ordenação, Celebração Litúrgica saúda fraternal e calorosamente o P. José Tiago Varanda e alegra-se de o poder contar entre os seus colaboradores.

 

Fátima:

Santuário propõe «Peregrinação do coração» para as crianças

 

O Santuário de Fátima no presente ano pastoral, e no contexto da Peregrinação das Crianças, “vai dinamizar” uma proposta pastoral para os mais novos intitulada «Peregrinação do coração: a alegria de ser santo».

Esta iniciativa vai estar disponível “em suporte digital” proporcionando um itinerário interior em cinco etapas e convida crianças a rezar com o Santuário de Fátima no mês de Maria, refere uma nota enviada à Agência Ecclesia.

No contexto das contingências resultantes da atual pandemia por Covid-19, “que impedem as crianças e suas famílias de saírem de casa e impossibilitando-as de fazer uma peregrinação física até ao Santuário de Fátima”, a proposta tem como objetivo sublinhar que “a primeira e mais importante das peregrinações é possível de realizar mesmo a partir de casa, pois acontece na abertura e transformação do coração em Deus”, lê-se no comunicado.

Indo ao encontro da celebração do centenário da primeira imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima e do centenário da morte de Santa Jacinta Marto – duas efemérides que o Santuário comemora em 2020, o itinerário “é proposto através de uma banda desenhada a ser completada pelas crianças, disponível em suporte digital para ser descarregada e impressa, que pretende proporcionar um itinerário interior em cinco etapas”.

“Que esta proposta, a ser acolhida e realizada por cada criança individualmente ou em família, possa ajudar a tornar o coração de cada um mais belo, à semelhança do coração de Maria, cheio da luz de Deus”, sublinha

Empenhado em despertar as crianças para a mensagem de Fátima e dar-lhes a conhecer a vida e a espiritualidade dos Santos Francisco e Jacinta Marto, o Santuário tem promovido regularmente atividades especificas dirigidas para crianças e jovens.

A Peregrinação Nacional das Crianças, “uma das mais importantes que o Santuário acolhe ao longo do ano”, acontece há mais de quatro décadas e reúne, todos os anos, milhares de crianças no Santuário de Fátima.

Este ano, e devido à excecionalidade do momento, que obriga a que a catequese seja feita em moldes diferentes, a divulgação destes materiais é feita em colaboração com o Secretariado Nacional de Educação Cristã.

 

Porto:

Bispo abençoou a diocese, no tabuleiro superior da Ponte D. Luís

 

O bispo do Porto, D. Manuel Linda, abençoou em Domingo de Páscoa, a diocese e o país, desde o tabuleiro superior da Ponte D. Luís.

“Pelas 12h00, D. Manuel Linda, deu a bênção com o Santíssimo Sacramento no tabuleiro superior da Ponte D. Luís recuperando a tradição da ‘Procissão da Ressurreição’. Foi logo após a Missa de Páscoa que decorreu na Igreja de S. Lourenço (dos Grilos) no Seminário Maior do Porto”, informou o semanário diocesano ‘Voz Portucalense’.

No momento da bênção foram recordados os que morreram na pandemia, os doentes de Covid-19 e suas famílias, os profissionais de saúde e dos lares de idosos, rezando pela “graça de, brevemente, poder regressar à vida normal”.

“Na impossibilidade da realização dos tradicionais festejos de Páscoa devido à pandemia de coronavírus, o bispo do Porto, a pedido de muitos fiéis e com plena confiança na misericórdia divina, este ano foi recuperada a secular ‘Procissão da Ressurreição’, promovendo a bênção com o Santíssimo Sacramento à Diocese do Porto e a Portugal”, explica o semanário diocesano.

A nota acrescenta que foram contactadas as autoridades locais, “tendo sido garantido que a polícia evitará todo e qualquer agregado de pessoas, com exceção da comunicação social”.

 

Coimbra:

O sentido da vida, das relações humanas

e o lugar de Deus no pós-pandemia

 

O bispo de Coimbra disse que o silêncio e o isolamento do Triduo pascal trouxeram lições sobre o “sentido da vida”,” das relações fraternas e humanas” e sobre o “lugar de Deus” na sociedade.

“A lição sobre o sentido da vida: frágil, ameaçada, sempre periclitante, mas sempre de valor infinito. A nossa vida e a dos outros é um dom precioso que não queremos perder e tudo o que se faz para salvar a vida de alguém novo ou velho, rico ou pobre, são ou doente, tem um valor infinito e define claramente a linha de fronteira entre sentimentos humanos e o instinto de sobrevivência”, afirmou D. Virgílio Antunes, durante a celebração da missa de Páscoa, na Sé Nova de Coimbra.

O Bispo de Coimbra explicou ainda: “Não mais podemos desvalorizar a amizade, o sentido de pertença a uma mesma humanidade, com o qual partilhamos a mesma dignidade e o facto de sermos pessoas com as outras e umas para as outras”.

Apontou ainda “o lugar de Deus na construção do bem-estar pessoal e comunitário”: “Quando faltam esperanças em coisas perecíveis continua de pé a esperança alicerçada no amor de Deus”, indicou.

 “Fomos criados para viver e para proporcionar razões de viver aos outros. E muitos, felizmente, têm sabido, com muita coragem, risco e determinação, ajudar a viver e não desistir nem permitir que se desista da vida de alguém”, quis sublinhar.

Seria desejável, explicou D. Virgílio, que nunca a Páscoa se vivesse “desligada” do mundo e dos seus acontecimentos, mas esta, reconheceu, “é impossível”: “Desta vez, toca-nos de perto, a dor está na nossa casa, nas nossas ruas e cidades. Ela paralisou a cidade. Não há indiferença possível nem idealismo que resista diante da realidade porque carne humana é tocada na sua debilidade, os corações estão apertados e até os mais fortes se sentem atemorizados pelo que aconteceu ou pode vir a acontecer”, indicou.

D. Virgílio Antunes terminou a sua reflexão com palavras de “conforto, consolação e esperança cristã” dirigidas aos que estão “animados e solidários numa ação junto dos que mais sentem” a pandemia.

“Uma palavra de ânimo a todos os que são vitimas, a todos os que não conseguem ver e acreditar para ir mais longe”, sublinhou.

Mas o bispo de Coimbra quis também agradecer aos “profissionais de saúde, que cuidam dos doentes, aos colaboradores dos lares e IPSS onde se encontram tantos idosos, às associações humanitárias de bombeiros, a famílias que cuidam dos seus membros, a todos os que estão próximos e que ajudam a manter a esperança, a todos os que têm de tomar decisões, decisões adequadas no meio de tantas incertezas que vivemos”.

 

Lisboa:

175 jovens participaram numa «Peri Virtual»

de Lisboa a Fátima durante cinco dias (c/vídeo)

 

Os Grupos de Jovens Verbum Dei, da Paróquia do Campo Grande, em Lisboa, realizaram a peregrinação anual a Fátima, propondo um percurso físico virtual e um caminho espiritual “quase a dobrar”.

Coordenadores e participantes da “Peri Virtual dos Jovens 2020” partilharam com a Agência Ecclesia a experiência de uma proposta de peregrinação que “surgiu naturalmente” para responder à espectativa dos jovens e dos animadores.

“Não fizemos um caminho físico, mas a possibilidade de fazer um caminho espiritual quase a dobrar é uma diferença muito grande, no tempo que estamos a viver, em que nos precisamos de adaptar muito dentro da nossa casa e perceber que é aqui dentro que vamos peregrinar nestes meses e daqui para a frente”, disse João Coragem, um dos coordenadores da “Peri Virtual”.

Para Rita Silva, também coordenadora, a peregrinação tem sempre a dimensão física e espiritual e, “desta vez, o caminho espiritual falou mais alto”, foi “o principal”.

A “Peri Virtual dos Jovens 2020” foi coordenada por três animadores, que contaram com outras quatro dezenas de responsáveis para animar os momentos do dia de 175 peregrinos.

Em cada dia de peregrinação, os participantes visualizavam uma etapa do caminho físico e recebiam propostas ao longo do dia para um caminho espiritual: um momento de manhã e outro à tarde com pistas de oração, um momento de animação com todos os participantes ligados através das plataformas digitais, grupos de partilha, Missa ao fim do dia e momento da noite.

“Não é possível andar 20 quilómetros, mas é possível fazer um caminho espiritual. Não é possível um contacto físico entre as várias pessoas que fazem a peregrinação, cerca de 100, mas conseguimos encher uma sala de um zoom com 100 pessoas, que se conseguem ver cara a cara a través do computador”, disse João Coragem

Os coordenadores da “Peri Virtual” descrevem a chegada a Fátima como um momento marcante, que possibilitou uma permanência diante da imagem da Capelinha das Aparições, durante 45 minutos, o que nunca conseguem quando chegam fisicamente ao Santuário.

“Nunca me tinha sentido tão perto do Santuário. Apesar da distância de tantos quilómetros, nunca me senti tão perto do Santuário como naquela chegada, em comparação com outras chegadas”, disse João Coragem

“Mantivemos o que é fundamental, uma fé comunitária, através de grupos de partilha”, sublinhou Catarina Simão.

A “Peri Virtual dos Jovens 2020” começou no sábado, véspera do Domingo de Ramos e Dia Mundial da Juventude, e a chegada a Fátima aconteceu na noite de terça-feira da Semana Santa.

 

Leiria-Fátima:

Bispo convida diocese a rezar o «Rosário,

Oração dos Simples»

 

O bispo da Diocese de Leiria-Fátima escreveu a carta ‘O Rosário, Oração dos Simples’ para todos os diocesanos, na qual convida à oração do terço, sem esquecer as crianças, integrando “a própria vida e a do mundo”.

“O isolamento social neste tempo ajuda a valorizar a oração, a sentir-se mais unidos espiritualmente em família e mais fortes para superar a provação atual”, explica D. António Marto.

Nesta carta, o cardeal português pede que durante a recitação do rosário, “com o olhar e o coração de Maria”, e meditando os mistérios gozosos, dolorosos, luminosos e gloriosos de Cristo integrem “a própria vida e a do mundo, tecida de alegrias e de dores, de sombras e de luz, de perturbação e de esperança”.

O Bispo de Leiria-Fátima lembra que o “primeiro domingo de maio”, é dia da mãe, e pede que confiem “à ternura e intercessão da Mãe de Jesus todas as mães.

“Em especial, as mães que sofrem por causa de doenças, morte, ingratidão ou até violência dos seus filhos. A Mãe do Céu lhes seja de conforto e ajuda”, desenvolveu.

Na carta ‘Rosário, Oração dos Simples’, o bispo diocesano explica que o rosário “não se reduz” a um “amuleto” ou “’objeto mágico’ de pôr ao pescoço” mas é “um exercício de abandono dos afãs nos corações de Jesus e de sua mãe” e pode fazer-se “em qualquer lugar ou hora do dia, de modo individual, em grupo, família ou comunidade, com a maior simplicidade”.

“Mesmo se nos distraímos, podemos oferecer essas distrações a Nossa Senhora”, acrescenta

O cardeal D. António Marto salienta que os pastorinhos de Fátima “levaram a sério o pedido de Nossa Senhora” – “Rezem o terço todos os dias para alcançar a paz para o mundo e o fim da guerra” – e incentiva que as todas as crianças da Diocese de Leiria-Fátima sejam envolvidas nesta oração e pede aos adultos que ensinem “de modo pedagógico, prático, gradual e progressivo, de acordo com a sua idade”.

“As crianças mais pequeninas podem rezar somente três ave-marias, as maiores dez e os adolescentes todo o rosário, quer dizer, os cinco mistérios”, sugere, explicando que para “captar a atenção, é bom” fazer a oração diante do “cantinho preparado para o efeito”, com uma “imagem de Nossa Senhora, uma vela acesa e porventura flores”.

O bispo diocesano lembra que o Papa Francisco também escreveu uma carta aos fiéis para o mês de maio, onde convida a “redescobrir a beleza da oração do Terço em casa, e explica que “o isolamento social neste tempo ajuda a valorizar a oração, a sentir-se mais unidos espiritualmente em família e mais fortes para superar a provação atual”.

 “Correspondamos, então, generosamente, ao pedido do Papa Francisco invocando a proteção maternal da Virgem Maria, Mãe espiritual da humanidade, e a intercessão dos santos Francisco e Jacinta Marto, para que nos ajudem a libertar desta pandemia e das suas terríveis consequências económicas e sociais” – D. António Marto

O Serviço Diocesano da Catequese de Leiria-Fátima está a divulgar online uma proposta de oração do terço adaptada a crianças e adolescentes para cada dia do mês de maio.

 

Lamego:

Bispo envia mensagem a «todos os fragilizados e sem abrigo»

 

O bispo de Lamego saudou a diocese e o país, na sua mensagem de Páscoa, com um “misto de dor e esperança”, nestes tempos dominados pela pandemia de Covid-19.

“Desejo, a todos os meus irmãos e irmãs, em humanidade, sobretudo aos meus queridos idosos dos lares e aos meus amigos presos, a todos os fragilizados e sem abrigos, a todos os sacerdotes, a todos os lutadores, uma Santa Páscoa de Jesus e com Jesus, particularmente para todos os que habitam neste chão abençoado de Lamego e debaixo desse chão e deste céu abençoado de Lamego.

D. António Couto alude às “notícias dolorosas” que chegam de toda a parte, mostrando-se preocupado com a situação na Diocese de Lamego, sobretudo “nos lares de idosos”.

“Estas notícias dolorosas chegam em massa, não com nomes, mas com números, números sempre a subir, subir”, assinalou.

Na sua intervenção, saúda “os médicos, enfermeiros, forças de segurança e humanitárias e voluntários” que “lutam com todas as suas energias para que o barco não fique encalhado no meio desta tempestade”, deixando um “imenso obrigado” aos “indomáveis lutadores”.

Falando sobre o seu próprio isolamento social, o bispo de Lamego salienta que “reza em pouco espaço”, num momento em que “não pode percorrer as 223 paróquias” daquele território.

“Rezo em pouco espaço, mas não em pouco tempo. Comunico a Deus estas vagas que em mim vêm bater todos os dias. Ele conhece os meus resmungos e as minhas raivas, porque nestas condições não posso realizar tanta coisa bela que tinha programado. Mas paro logo a agradecer, porque Ele me faz entrar pelos olhos dentro a maravilha da bondade daqueles jovens, alguns vindos de longe, que se voluntariaram para apoiar um lar de idosos, no espaço da Diocese de Lamego, e em tantos outros lugares”, frisou.

É espantoso como em apenas 15 dias se afundaram as nossas naus e ruíram os nossos sonhos agendados, as nossas viagens, as nossas férias, os nossos trabalhos e as nossas brincadeiras”.

O bispo de Lamego recorda ainda os homens da ciência e da política que “lutam com as armas que têm”, até à exaustão, porque lhes “compete derrotar a doença”.

Não lhes compete derrotar o sofrimento nem a falta de sentido que tolhe os corações dos homens e mulheres de sentido”, assinala.

No meio desta pandemia, e já antes, quando tudo parecia que corria bem, os olhos de todos estão postos nos homens da ciência e da política, nas soluções e nas decisões, não na Igreja; todavia, num instante, num relâmpago, os programas e calculismos racionais deixam ver os seus limites. Não resolvem tudo, não têm respostas para tudo. Não têm respostas quase para nada”.

Para D. António Couto, este momento recorda a “fraternidade nova” ensinada por Jesus, quando mostrou “o Pai”, uma “página que a Igreja – que parece ter fechado o escritório da vida eterna – tem de reaprender outra vez a escrever”.

“Proximidade é responsabilidade, é responder ao apelo do outro, dizendo: aqui estou”, afirmou.

 

Braga:

Cerimónias do aniversário da beatificação

de Alexandrina da Balasar

 

O Santuário da Beata Alexandrina de Balasar assinalou, em 25 de abril, o 16.º aniversário da beatificação de Alexandrina Maria da Costa com transmissões via internet.

“Face às restrições relacionadas com a pandemia do novo coronavírus, as celebrações religiosas realizaram-se à porta fechada e foram transmitidas através da internet”.

As celebrações, anunciaram os responsáveis do Santuário, têm também como objetivo “rezar por todos os que sofrem por causa da pandemia” e pedir a proteção da Beata Alexandrina Maria para o mundo.

Foi também renovada a Consagração do Mundo ao Imaculado Coração de Maria, feita pelo Papa Pio XII a 31 de outubro de 1942, a pedido da Beata.

Assim no dia 24 de abril, pelas 21 horas foi transmitida a Eucaristia, seguida de adoração até às 24 horas.

No dia do aniversário da beatificação, a 25 de abril, as celebrações começaram com uma manhã de louvor em honra da Beata Alexandrina, com a Oração de Laudes às 09h30 e a Eucaristia e bênção dos doentes às 10h30.

De tarde tiveram lugar as celebrações de Louvor a Jesus Eucaristia, com a Adoração Comunitária às 15 horas, o Canto de Vésperas e Bênção Eucarística às 16h30, e a Consagração do Mundo ao Imaculado Coração de Maria às 17h00 horas.

As cerimónias foram transmitidas pela página oficial do Santuário Alexandrina de Balasar www.alexandrinadebalasar.com, no canal do Youtube https://www.youtube.com/channel/UC-12c9jYHqEtCLh419iPudA e na página do Facebook https://www.facebook.com/santuarioalexandrinadebalasar/.

Alexandrina Maria da Costa, natural de Balasar, Póvoa do Varzim (Arquidiocese de Braga), Salesiana Cooperadora, foi beatificada a 25 de abril de 2004 em Roma pelo Papa S. João Paulo II. A sua festa litúrgica é celebrada a 13 de outubro.

 

Viseu:

Bispo sugere que os católicos assinalem a alegria pascal

com sinais familiares

 

O bispo de Viseu pediu, numa mensagem pascal, que os católicos da diocese assinalassem a alegria pascal com uma cruz enfeitada e a colocassem no centro da mesa, com uma vela.

“Fazei uma cruz e colocai-a no centro da vossa mesa. Enfeitai-a no domingo de Páscoa em sinal de alegria e de festa. Acendei também uma vela. Essa vela acesa simboliza a fé”, disse D. António Luciano.

O Bispo de Viseu, que “não quer esquecer ninguém”, lembra de forma especial “os doentes, aqueles que se encontram nos lares, instituições ou em casa” e pede-lhe para “não desanimarem”, porque “não estão sozinhos”.

D. António Luciano deseja que a vivência pascal “seja um momento forte” porque “juntos e solidários” é possível construir “um mundo novo”.

Acredito que é preciso ficarmos em casa, mas depois tudo será diferente. Juntos, porque solidários, construiremos um mundo novo, um mundo novo, um mundo melhor. E estas são as pascoas floridas que desejo que todos nós vamos construir na nossa vida e à nossa volta. Cristo Ressuscitou verdadeiramente, aleluia, aleluia!”.

A emergência nacional obrigou as pessoas a tomar “medidas novas” e a uma restrição da vida “ao isolamento familiar”.

“Tantas coisas belas que tínhamos para celebrar na Quaresma, mas foram adiadas”, reforçou o bispo de Viseu.

A família reuniu-se “em casa e em afetos, com amor e em comunhão e “descobriu novas formas de viver”, sublinhou; a escola ficou em casa e a família tornou-se a “verdadeira igreja doméstica”.

Nos últimos tempos, D. António Luciano explica que tem vivido “em contemplação e em oração, rezando por todos e pensando muito nas famílias, nos pobres, nos doentes, nas crianças e nos jovens, especialmente nas vítimas desta pandemia e os que já pereceram”.

Em relação aos profissionais de saúde, o bispo de Viseu envia os seus “parabéns pelo trabalho realizado”, considerando que “eles têm dado tudo e o melhor”.

Neste momento “de aprendizagem”, D. António Luciano deixa também uma “palavra de estima e gratidão para os padres”. “Cada um tem procurado inventar e reinventar formas de estar com o seu povo, mesmo com restrições a nível do culto”, os padres têm mostrado “proximidade, compaixão e oração”

Na Diocese de Viseu surgiram “outras formas de comunicar através das novas tecnologias”, por isso, depois desta crise, é fundamental “reinventar a vida e dar-lhe um sentido novo, mais belo e também mais frutuoso”.

 

Aveiro:

Bispo de Aveiro apela à defesa da vida,

a uma economia para todos e uma «nova cultura ecológica»

 

O bispo de Aveiro defendeu a vida desde a sua conceção à morte natural, uma economia ao serviço de todos e uma “cultura ecológica”, na homilia da Missa de Páscoa, a que presidiu na Sé.

“Se alguma lição tem a tirar desta pandemia será o respeito e a defesa da vida em todas as idades, a defesa da vida desde a conceção até à morte natural e a defesa da vida, sobretudo mais frágil. Estamos a acompanhar estes dias com alguma angústia, o que se passa nas residências dos idosos, nos lares, nos cuidados continuados, onde infelizmente grassa o vírus da Covid-19”, disse D. António Moiteiro.

O bispo de Aveiro afirmou que a defesa da vida “deve” levar ao empenho de todos porque “a vida é o contrário da morte, a vida é a vitória sobre a morte”.

A Páscoa de Jesus e os tempos em que nos encontramos é uma ocasião propícia para pensarmos a sociedade e a nossa vida cristã de uma forma diferente”.

D. António Moiteiro realçou que é preciso empenho “numa nova cultura ecológica” e incentivou ao protagonismo numa “economia ao serviço de todas as pessoas”, e citou o Papa Francisco, na exortação apostólica ‘Alegria do Evangelho’: “Exorto-vos a uma solidariedade desinteressada e o regresso da economia e das finanças a uma ética propícia ao ser humano”.

No início da Eucaristia, o bispo de Aveiro realçou que este é o dia em que “a vida triunfa da morte”, onde o ressuscitado que aparece aos seus discípulos e “lhes dá coragem para a sua vida”.

“É esta coragem que queremos celebrar porque nasce da fé, da certeza que Jesus caminha connosco, também ele percorre os caminhos da nossa vida”, acrescentou.

Na homilia, D. António Moiteiro explicou que a partir do momento da ressurreição o protagonista é “o grupo, a comunidade, a Igreja” e Jesus “mandou pregar ao povo e atestar que ele foi constituído juiz dos vivos e dos mortos”, sendo a missão proclamar que “é ele que salva e a ressurreição é o principal sinal da salvação”.

 

Évora:

Acólitos peregrinam virtualmente ao Santuário de Vila Viçosa

 

Este ano, a Peregrinação Nacional dos Acólitos (PNA), ordinariamente em 1 de maio, realizou-se em moldes diferentes devido à pandemia do Covid-19 que afeta o país.

A Direção do Serviço Nacional de Acólitos “não quis deixar de assinalar esse dia especial para os acólitos portugueses” e propôs uma “peregrinação interior” ao Santuário de Vila Viçosa (Arquidiocese de Évora).

Tendo em linha de conta as diretivas da Direção Geral da Saúde, Conferência Episcopal Portuguesa e dioceses e em estreita ligação com a Comissão Episcopal de Liturgia e Espiritualidade e o Secretário Nacional de Liturgia, o SNA conseguiu “organizar uma forma de peregrinação diferente, não menos importante, de oração e súplica a Maria, invocada sob o título de Imaculada Conceição, a Padroeira de Portugal”.

Foram convidados “todos os acólitos portugueses” para no dia 01 de maio e em “suas casas estarem virtualmente presentes no Santuário de Vila Viçosa” (Arquidiocese de Évora) pelas 16h00, local desde onde foi transmitida on-line via Facebook do SNA https://www.facebook.com/snacolitos/ e do Santuário de Vila Viçosa https://www.facebook.com/santuariovvicosa/ a Eucaristia presidida por D. Francisco Senra Coelho, Arcebispo de Évora.

 

Portalegre-Castelo Branco:

«Há santos na rua»,

diz D. Antonino Dias, bispo desta Diocese

 

O bispo Portalegre-Castelo Branco sublinhou na sua mensagem pascal, enviada à Agência Ecclesia, que a pandemia de Covid-19 tem mostrado uma dinâmica solidária, sinal de esperança para a Igreja e a sociedade.

“É uma dinâmica que nos impressiona. Como diz o Papa Francisco, há santos, na rua, a colaborar, a prestar serviço”, refere D. Antonino Dias.

O bispo Portalegre-Castelo Branco realça o serviço prestado pelos profissionais da saúde, proteção civil e forças de segurança, “todos aqueles que vão permitindo que a sociedade continue a ter vida” e quem ajuda quem não pode sair de casa.

D. Antonino Dias manifesta a esperança de que este tempo “seja o mais provisório possível”. “Desejo a todos uma Santa Páscoa. Sabemos que Cristo, ao incarnar e morrer na Cruz, nos restituiu a dignidade perdida”, refere.

Ele não está morto, está vivo. Não nos abandonou nem nos abandona, está presente.

O Bispo de Portalegre-Castelo Branco deseja que todos encontrem “a esperança e a alegria de viver”. “Estamos a viver uma Páscoa, não tanto ao gosto dos homens, mas esperamos que seja, pelo menos, ao gosto de Deus”, assinala.

Admite ainda que esta é uma Páscoa diferente, com preocupação pela situação de pandemia, particularmente junto da população mais idosa, numa diocese com “largas dezenas de lares de idosos, estruturas sociais”, misericórdias, centros sociais e paroquiais, IPSS.

“Além de sermos uma sociedade idosa, temos estas situações que nos preocupam”, realça.

Pessoalmente, D. Antonino Dias vive dias “mais reservados”, por pertencer a um grupo de risco, por causa da sua idade, mas “unido na vivência da própria Semana Santa”.

O bispo sublinha que muitos padres têm feito um trabalho de “realçar”, motivando as pessoas à vivência deste ciclo litúrgico.

“Vamos caminhando unidos, com alegria, com esperança, embora dentro desses condicionalismos que nos afetam e afetam a todos”, aponta.

 

Vila Real:

Bispo dá indicações para os próximos tempos

 

O Bispo de Vila Real, D. António Augusto Azevedo, numa nota informativa enviada à Agência Ecclesia, informa os diocesanos de “algumas iniciativas e orientações” previstas para o “período até ao final de maio, ou seja, durante o tempo pascal”.

Devido à pandemia do Covid-19, o Bispo de Vila Real enaltece “o modo como foram cumpridas as orientações anteriormente dadas” e apela “a que continuem a ser respeitadas as normas sanitárias e as recomendações diocesanas em vigor durante esta situação de pandemia”.

Durante o tempo pascal, ou seja, até ao Pentecostes (31 de maio), continua a ser celebrada a eucaristia dominical na Sé de Vila Real, às 11h00, presidida por D. António Azevedo transmitida para a diocese pela internet e rádio (Voz do Marão e Chaves FM).

No dia 20 de Abril, data do 98º aniversário da diocese, foi celebrada eucaristia na Sé, com transmissão para toda a diocese.

Os secretariados diocesanos continuam a preparar materiais de apoio para serem utilizados pelas famílias e para cada semana estão previstos: uma oração para fazer antes da refeição; uma catequese em família; uma preparação da liturgia do domingo (lectio divina). Estes materiais serão disponibilizados no site da diocese e partilhados às sextas-feiras.

Às terças feiras, às 21h00 reza-se a oração do terço, transmitido a partir dos vários santuários marianos da diocese.

Em relação à catequese, o bispo diocesano aconselha a utilização dos recursos on-line do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC).

O Dia da Diocese, previsto para o dia 7 de junho em Mesão Frio, “fica suspenso, uma vez que não estão garantidas as condições para a sua preparação e para uma massiva participação das pessoas”.

 

Açores:

Cursilhos de Cristandade promovem «Ultreia inédita»

com encontro virtual

 

O Movimento dos Cursilhos de Cristandade promoveu uma “grande ultreia virtual”, em direto, para todos os cursilhistas nos Açores, no dia 24 de abril, às 20h30, com a presença das Escolas da Ilha Terceira, São Miguel e Pico.

De uma” forma especial” estiveram em contacto com o núcleo de São Miguel e do Pico” adianta uma nota enviada pelo assistente diocesano do movimento, padre Nelson Pereira.

Nesta ultreia, seguindo o esquema normal, houve “uma primeira parte de reflexão da Palavra de Deus do Domingo seguinte, seguindo-se um testemunho de um cursilhista de cada uma das ilhas”, realça a nota enviada à Agência Ecclesia.

O Movimento dos Cursilhos de Cristandade mantém na ilha Terceira três escolas (Angra, Fontinhas e Biscoitos) que se reúnem todas as semanas.

Com a situação da atual pandemia, foram canceladas todas as atividades.

A ultreia é um encontro de grupos que viveram o Cursilho e que partilham entre si a experiência da vivência cristã.

 

Lisboa:

Ajuda à Igreja que Sofre tem

nova página na quer sensibilizar portugueses

para a realidade dos cristãos perseguidos

 

A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) acaba de lançar a sua nova página na internet, que procura “sensibilizar o maior número possível de portugueses para a realidade dos cristãos perseguidos no mundo”.

A diretora da AIS em Portugal sublinha que o atual momento, marcado pela pandemia do coronavírus, “há cada vez mais portugueses a descobrir ou a utilizar as chamadas redes sociais”.

Catarina Martins de Bettencourt destacou o esforço para tornar o site “mais acessível para os que utilizam preferencialmente os telemóveis ou ‘tablets’ quando navegam na Internet”.

Foi dado destaque às campanhas em curso, com informação relevante sobre os projetos mais urgentes.

“Informar, orar e partilhar são os três pilares desta fundação pontifícia”, acrescenta a AIS.

A partir de agora, a nova página da Fundação AIS na Internet – disponível em www.fundacao-ais.pt – vai também dar relevo aos conteúdos ao nível de informação, nomeadamente os seus programas de rádio e de televisão.

 

Porto:

Bispo homenageia D. Manuel Vieira Pinto,

o homem que «arrebatava multidões» e falava pelas ações

 

O bispo do Porto publicou um texto sobre a figura de D. Manuel Vieira Pinto, falecido a 30 de abril na Casa Sacerdotal da diocese, evocando um homem que “arrebatava multidões”.

D. Manuel Linda refere que o arcebispo emérito de Nampula foi para muitos “a garantia da lucidez humanística perante o colonialismo, a guerra e a (des)construção de Moçambique; para outras, era o rebelde, o inimigo a abater, o revolucionário vermelho”.

O bispo do Porto deixa a sua homenagem a alguém que, no tempo “da fala, não usou somente palavras: falou pelas ações”.

“Manteve e dirigiu o «Lar de Nazaré», simpática instituição onde dormiam e se alimentavam os trabalhadores que já não podiam regressar a casa por falta de transportes”, recorda. 

Natural de Amarante, D. Manuel Vieira Pinto foi nomeado bispo de Nampula em 1967; na reorganização eclesiástica de Moçambique, com a criação de novas dioceses e com a elevação das dioceses da Beira e de Nampula a arquidioceses, foi nomeado arcebispo de Nampula, a 4 de junho de 1984.

O prelado resignou a 18 de janeiro de 1998, permanecendo na arquidiocese moçambicana até 2000, regressando neste ano a Portugal (16 de novembro).

D. Manuel da Silva Vieira Pinto nasceu a 9 de dezembro de 1923, em Aboim, Amarante, na Diocese do Porto; foi ordenado presbítero na catedral da sua diocese por D. Agostinho de Jesus e Sousa, a 7 de agosto de 1949, tendo sido coadjutor da paróquia de Campanhã e assistente de vários organismos da Ação Católica.

Também o semanário diocesano ‘Voz Portucalense’ recorda a figura de D. Manuel Vieira Pinto, em editorial.

“Os vinte anos de escondimento que viveu na Casa Sacerdotal do Porto tornam a figura de D. Manuel Vieira Pinto menos notada pelas pessoas de hoje”, mas “a sua estatura de bispo bem merece que o recordemos como um homem de Igreja dos mais válidos que a nossa terra viu nascer”, pode ler-se.

D. Manuel Vieira Pinto, refere o texto, teve “a sabedoria de dialogar com frontalidade com a novas autoridades políticas, tentadas pelo totalitarismo de esquerda, respeitando e fazendo-se respeitar”.

 

Beja:

Auxiliar utentes em casa é «missão de risco» e de «amor»

 

A Cáritas de Beja está a prestar serviço de apoio domiciliário a 70 utentes, através do trabalho de 10 “excelentes” funcionárias que continuando uma “missão de risco” não deixam de exercer “com amor a sua função”.

“Nota-se que estão muito empenhadas e ligadas a estas pessoas. Há utentes com cerca de 20 anos de ligação à Cáritas e são uma família. Não é apenas um trabalho, elas sentem e levam para casa a pressão. Não é fácil para quem gere e para quem está diretamente no terreno. E têm muitos medos. Mas este é mais do que um trabalho, há amor”, explica Mariana Côco, directora técnica do Serviço de Apoio Domiciliário da Caritas de Beja, em declarações à Agência Ecclesia.

Dez funcionárias levam diariamente a alimentação, almoço e jantar, e por vezes pequeno-almoço, aos utentes, fazem-lhes a higiene pessoal, “algumas pessoas que estão acamadas necessitam de higiene duas ou três vezes por dia”, prestam higiene habitacional e realizam o tratamento da roupa.

Em contexto de isolamento para conter a pandemia do Covid-19, a Caritas de Beja decidiu não suspender nenhum serviço que presta, tendo adequado as respostas ao solicitado.

“Temos muitos utentes que têm higiene habitacional com doença mental e se estivermos muito tempo sem fazer estas tarefas a situação degrada-se que é impensável viver nesta situação, correndo-se até o risco de saúde pública. Analisámos caso a caso e só os que estão mais autónomos, é que suspendemos”, indica.

Mariana Côco dá conta que, até ao momento, nenhum utente ou auxiliar de ação direta está infetado, mas a instituição estuda “algumas situações para que, caso aconteça, não deixe de funcionar”.

 “As pessoas mais dependentes, se não formos lá não conseguem fazer o dia-a-dia, não há família para colmatar as dificuldades básicas”, explica.

Para além do apoio directo prestado, há que ter atenção os quadros psicológicos que o isolamento vai diagnosticando: “Não vêem os netos, entram em depressão, precisam de falar com alguém, estar com alguém”, manifesta a diretora técnica.

A cidade pequena de Beja vai mostrando o impacto que o isolamento dita, com menos movimento e menos pessoas nas ruas: “Alguns idosos no início saiam de casa, agora já raramente saem, o que é muito complicado para as pessoas que vivem sozinhas”.

 “É uma situação que me assusta e psicologicamente é desgastante mas para a nossa instituição é impensável fecharmos ou deixar de prestar o apoio a estas pessoas que ainda mais nesta altura necessitam dele. Estamos, dia-a-dia, a ver o que conseguimos fazer e dia-a-dia a ficar contentes com o que fazemos, com os excelentes profissionais que temos”, destaca.

A proteção individual é uma preocupação para todos e a responsável dá conta de manter o stock de máscaras, viseiras e batas.

 “Tivemos uma ajuda dos dentistas de Beja que nos deram máscaras, também uma empresa e a Santa Casa nos deram viseiras, mas é sempre preciso mais. Algumas costureiras fizeram máscaras de pano e vamos adquirir batas descartáveis. Elas estão protegidas, mas o stock é pouco”, indica.

A Caritas de Beja vai continuar a fazer o seu melhor, a “acompanhar as famílias” e dar respostas a todas as solicitações.

 

Algarve:

Bispo pede que intenção pelas vocações

seja incluída «na oração pessoal e na oração familiar»

 

O bispo do Algarve pediu aos diocesanos que a intenção pelas vocações seja incluída “na oração pessoal e na oração familiar”, num vídeo pela Semana de Oração que a Igreja Católica está a viver até ao Dia Mundial de Oração pelas Vocações.

“Este tema, esta intenção, obriga-nos, responsabiliza-nos a que unamos a nossa oração, respondendo ao pedido que Jesus nos fez: Pedi ao Senhor da Messe que mande trabalhadores para a sua messe. É ele próprio que nos pede que rezemos por esta intenção, ele sabe muito bem como hoje a Igreja e de modo particular a nossa Igreja Diocesana precisa de resposta a este apelo”, disse D. Manuel Quintas.

No vídeo, publicado pelo Seminário do Algarve, o bispo diocesano apresenta como exemplo a realidade local e assinala que “basta” olhar “para os párocos que, com muita generosidade e dedicação, levam para a frente a vida da Igreja diocesana e também das paróquias”, para perceberem como “é urgente, mais uma vez”, unirem-se a esta oração.

“Pedimos ao Senhor da messe com fé, com confiança, com insistência, sem desistir, sem desanimar, com a certeza de que ele nos escuta e atende”, explicou D. Manuel Quintas, assinalando que nesta semana querem “rezar por todas as vocações à vida consagrada”.

O bispo do Algarve lembrou os consagrados, “ou através do ministério ordenado, ou através de profissão religiosa”, que “procuram diariamente responder-lhe com muita generosidade, com muita dedicação”, e pede que ao longo desta semana sigam “as orientações de todos aqueles que na diocese levam para a frente este setor da pastoral vocacional”.

O Seminário de São José de Faro e o Secretariado Diocesano da Pastoral Vocacional dinamizaram um programa para assinalar a 57.ª Semana de Oração pelas Vocações, que a Igreja Católica celebrou até ao dia 3 de maio, e para a qual o Papa Francisco escreveu a mensagem ‘As palavras da vocação’, onde destaca quatro palavras-chave “gratidão, coragem, tribulação e louvor”.

“Estamos impedidos de nos reunirmos, de rezar juntos presencialmente, de nos encontrarmos para refletir, entre outros. Mas isto não pode ser impedimento para continuarmos a viver e a celebrar a nossa fé e as datas da vida da Igreja, ainda que de modos diferentes daqueles a que estávamos acostumados”, assinalam na introdução à proposta, divulga o jornal diocesano ‘Folha de Domingo’.

No sábado, 2 de maio, houve transmissão online da adoração ao Santíssimo Sacramento, às 21h00, da capela do Seminário; no domingo foi transmitida a Eucaristia presidida por D. Manuel Quintas, pelas 11h00, no Paço Episcopal de Faro.

Oferta solidária do Arciprestado de Vila do Conde e Póvoa de Varzim (Braga). Os sacerdotes desse Arciprestado decidiram doar cinco mil euros ao Centro Hospitalar local, para que este possa adquirir um equipamento portátil de radiografia com o custo de 70 mil euros

Acompanhamento espiritual. Arquidiocese de Évora criou linha telefónica de acompanhamento espiritual

 

Lisboa:

Jornadas Mundiais da Juventude adiadas para 2023

 

A próxima edição da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que vai ter lugar em Lisboa, foi adiada um ano, para agosto de 2023, devido à pandemia de Covid-19, anunciou em 4 de maio a Santa Sé. O Encontro Mundial da Família também foi adiado.

“Devido à atual situação de saúde e suas consequências no movimento e agregação de jovens e famílias, o Santo Padre, juntamente com o Dicastério para Leigos, Família e Vida, decidiu adiar o próximo Encontro Mundial da Família por um ano, agendado para Roma, em junho de 2021, e a próxima Jornada Mundial da Juventude, agendada em Lisboa em agosto de 2022, respetivamente em junho de 2022 e agosto de 2023”, avança o Vaticano, em comunicado.

A visita do Papa Francisco a Portugal era esperada por ocasião da JMJ 2022.

O adiamento da JMJ era “previsível” no contexto da pandemia de Covid-19, afirma o cardeal patriarca de Lisboa. Em declarações à Renascença, D. Manuel Clemente defende que a “absoluta prioridade” são as pessoas afetadas pelo novo coronavírus e vencer a doença que ameaça todo o mundo.

A organização da JMJ recebe a decisão do Papa Francisco com "naturalidade e confiança" e partilha "com o Santo Padre o apelo a que, no atual contexto e nos próximos tempos, o foco da atenção de todos esteja no cuidado dos mais vulneráveis, das famílias e de todos os que, pelos mais diversos motivos, sofrem com os efeitos da pandemia causada pela Covid-19".

"As atuais circunstâncias de saúde pública, as consequências económicas que daí advêm e, sobretudo, a necessidade de concentrar esforços e recursos no apoio aos mais fragilizados levaram o Papa Francisco a anunciar que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) terá lugar em 2023, em Lisboa", sublinha a organização, em comunicado.

O comité organizador local das Jornadas e as equipas de trabalho já constituídas "estão entusiasmados com a perspetiva de preparar da melhor forma a JMJ em Portugal, na certeza de que o evento trará à capital portuguesa a esperança e a alegria dos jovens de todo o mundo".

Entre um a dois milhões de pessoas são esperadas na Jornada Mundial da Juventude, que terá lugar no Parque Tejo, na margem norte do Rio Tejo, junto ao Mar da Palha, na confluência dos concelhos de Lisboa e Loures.

“Maria levantou-se e partiu apressadamente” é o tema da Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer em Lisboa em agosto de 2023.

Foi a 27 de janeiro de 2019, na Jornada Mundial da Juventude, que se realizou no Panamá, que o Cardeal Kevin Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, da Santa Sé, anunciou que Lisboa seria a próxima cidade a receber o evento.

A JMJ, que foi instituída pelo Papa João Paulo II, em 1985, é considerada o maior evento organizado pela Igreja Católica.

A primeira edição aconteceu em 1986, em Roma, e desde então a JMJ já passou pelas seguintes cidades: Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).

 “A entrega dos símbolos, a transição de Panamá para Portugal, vai acontecer no fim de semana de 22 de novembro, quando acontece a solenidade de Cristo-Rei, de maneira que, até lá, se Deus quiser, a situação internacional de saúde pública possa estar estabilizada”, explicou D. Américo Aguiar aos jornalistas, em Fátima.

Em 22 de novembro, na Cidade Eterna, “mais de mil jovens” estarão com o Papa Francisco num momento de “festa”.

 

Angra:

Bispo incentiva a Semana de oração pelas vocações

«aproveitada prioritariamente» na família

 

O bispo de Angra pede a Semana das Vocações 2020 “seja aproveitada prioritariamente na família”, num ano em que se celebra esta data num “contexto de tribulação”, e incentiva que se aceite “o convite que Jesus lança a todos”.

“Aceitemos o convite que Jesus nos lança a todos e cada um para segurarmos a nossa vida na Sua Vida, tendo a coragem de colocar a nossa mão na Sua mão”, escreve D. João Lavrador, num documento publicado online.

Na mensagem para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações 2020, o bispo da diocese açoriana pediu à sua diocese que esta semana de oração pelas vocações fosse “aproveitada prioritariamente na família” para orar, dialogar e “despertar em cada criança e jovem o valor de seguir o chamamento de Jesus Cristo”.

D. João Lavrador explica que se está a “iniciar um tempo novo, em todas as dimensões da vida pessoal e social”, que certamente colocará cada um “mais perto de Jesus de Nazaré e mais despertos para escutar o Seu apelo amoroso a segui-Lo”.

 “Saibamos iluminar este tempo com a Sabedoria do Evangelho e aproveitar o silêncio, o recolhimento e a interioridade para nos colocarmos junto de Jesus de Nazaré, o Amigo permanente dos jovens, para nos deixarmos conduzir por Ele”, acrescenta D. João Lavrador.

O bispo diocesano convidou os catequistas a “contactarem com os seus catequizados, crianças e jovens” para ajudar a refletir sobre “o seu itinerário vocacional” e exortou os jovens, pessoalmente ou em grupo, a “aprofundarem o chamamento que Jesus Cristo dirige a cada um, no amor e com o desejo de felicidade plena que só Ele poderá oferecer”.

Aos sacerdotes, consagrados(as) e leigos empenhados na vida da Igreja, D. João Lavrador solicitou que “testemunhem com alegria a sua vocação em louvor ao Senhor que acompanha sempre a missão de quem envia”.

A Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, da Conferência Episcopal Portuguesa, publicou, online, um conjunto de subsídios para ajudar na celebração desta semana, a partir da mensagem ‘As palavras da vocação’ do Papa Francisco para Dia Mundial das Vocações 2020, onde reflete sobre quatro palavras-chave: “Gratidão, coragem, tribulação e louvor”.

O padre Hélder Miranda Alexandre assinalou que nas aulas “em direto” é possível esclarecer questões e fazer exposição de matéria, e possível realizar provas de avaliação, “até tem sido possível realizar aulas em direto de educação física, dentro de limites”, a direção espiritual “é mais difícil, porque se deve ter muito cuidado com aquilo que possa colocar em causa o segredo do foro interno”, e muitos seminaristas “têm acompanhado os párocos nos atos litúrgicos, respeitando as normas de saúde”.

“Ainda temos esperança de nos reencontrarmos até ao final do ano académico, mas subsistem várias incógnitas, como os exames e mesmo as ordenações programadas para o final do ano”, disse o reitor do Seminário Episcopal de Angra.

 

Braga:

Arcebispo publica nota pastoral

com orientações para os padres

 

O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, publicou, em 18 de abril, uma nota pastoral dirigida aos padres onde refere que o confinamento que se vive “não impede um contacto” entre o presbitério.

No isolamento experimenta-se que “a vida tem sentido quando conjugada em comum e o presbitério é esta graça de ser corpo unido na oração e comunhão”, escreveu o Arcebispo de Braga

A pastoral tem “muitas dimensões” e “também, agora, teremos de cuidar das ovelhas com toda a solicitude” e “de modo diferente” porque o presbitério “não está de férias”, lê-se na nota.

Algo “de novo deve acontecer como desafio suscitado por esta pandemia” porque “talvez, até agora, a pastoral tenha sido demasiado burocrática e predominantemente sacramental”.

“Os meios da era digital são um campo aberto e a potenciar mil e uma iniciativas”, escreveu D. Jorge Ortiga.

A prioridade é intensificar “a relação com todos os paroquianos” visto que “o funcionamento da comunidade não pode ser interrompido”

“Há grupos, serviços, ministérios e movimentos que esperam por formação”, alertou o arcebispo de Braga.

Com o recurso aos meios de comunicação, “hoje é possível concretizar novas iniciativas”, sublinhou.

O momento presente exigir três opções fundamentais:

“Recuperar a família como «Igreja doméstica» e extrair daí todas as possibilidades que esta realidade encerra”; “A paróquia deverá sair e ir ao encontro dos necessitados, tornando-se, na linguagem de São Bartolomeu dos Mártires, verdadeiros «hospitais de Deus» e, segundo o Papa Francisco, «hospitais de campanha» e “é chegada a hora de universalizar estas práticas informáticas na parte organizativa dos cartórios paroquiais, assim como na dinâmica das comunidades”, lê-se no documento.

Ao nível de orientações pastorais “muito concretas”, D. Jorge Ortiga realça que é fundamental “seguir tudo” que é determinado “pelas autoridades civis” e não se pode “interpretar subjetivamente” nem dar-se a aventuras.

Quanto à catequese, “não se pode deixar de descobrir modos de a ir concretizando” e “a criatividade pode sugerir muita coisa”.

Em relação à celebração dos sacramentos e da liturgia, esta está “condicionada pelo confinamento” que deve “respeitar, evitando toda e qualquer celebração comunitária”.

“As festas (Primeira Comunhão, Profissão de fé, festas dos santos), procissões e peregrinações, em princípio devem ser suspensas e, se conveniente, adiadas para o princípio do próximo ano pastoral e o mesmo deverá acontecer com os crismas programados para este Verão”.

 

Évora:

Arcebispo reza por todos os que enfrentam

«ameaçadora noite da pandemia»

 

O arcebispo de Évora recordou na igreja de São Francisco, durante a Vigília Pascal, os que enfrentam a pandemia de Covid-19, apelando à fé na força da ressurreição de Jesus Cristo.

“Rezamos por todos os que sofrem e lutam contra esta ameaçadora noite da pandemia, que nos mantém sitiados, no interior das nossas casas, e nos assusta com a possibilidade da morte, roubando-nos a liberdade”, disse, na homilia da celebração, à porta fechada e com transmissão online.

“Cristo ressuscitou, não tenhamos medo”, acrescentou D. Francisco Senra Coelho.

O responsável católico deixou uma mensagem de “profunda gratidão e reconhecimento” aos profissionais de saúde, depois de saudar os sacerdotes, os diáconos e todos os membros da comunidade diocesana, em particular as famílias com idosos e pessoas doentes.

“Vamos vencer as trevas que se abateram sobre a humanidade”, assinalou.

O arcebispo de Évora falou ainda aos casais mais velhos que estão longe dos filhos, netos ou bisnetos, por causa da pandemia, aos sós e aos reclusos, na noite em que “resplandece a vitória de Cristo” sobre a morte e as trevas.

“Deus rompe os nossos limites”, declarou.

D. Francisco Senra Coelho recordou ainda a “longa história” da Salvação, que deu a conhecer o “coração de Deus”, celebrada na Vigília Pascal.

“Naquela que parecia ser a maior noite da humanidade, a noite dramática”, Jesus Cristo levantou-se “vitorioso” do túmulo, apontou.

Na parte final da sua homilia, o responsável católico recordou os “cristãos da Igreja do silêncio”, na China, Coreia do Norte, Laos, Líbia, Somália, Índia e outros países, que celebram a Vigília Pascal “na clandestinidade”.

O arcebispo de Évora manifestou-se contra ideologias que “mutilam” as pessoas, na sua liberdade de consciência e de religião.

No domingo de Páscoa, D. Francisco Senra Coelho, subiu “ao ponto mais alto do terraço” da igreja de São Francisco, após a Missa de Páscoa, para dar “a Bênção do Santíssimo Sacramento, Cristo Ressuscitado, à Cidade de Évora e a toda a Arquidiocese”.

 

Guarda:

Bispo da Diocese afirma que no «coração de cada mãe reside aquele santuário da vida e do amor»

 

D. Manuel Felício escreveu uma mensagem para o Dia da Mãe em que presta homenagem às mães, escrevendo que no seu coração “reside um santuário da vida e do amor”. 

“Esse dia é sempre oportunidade para revisitar o modelo de todas as mães, aquela que é Mãe de Jesus e por Ele nos foi dada também como nossa Mãe. No coração de cada mãe como tal, reside, de forma especialíssima, aquele santuário da vida e do amor pelo qual a Humanidade inteira lhes tem de estar sumamente grata”, pode ler-se.

O prelado convida ainda à manifestação de gratidão, seja numa visita especial, “presencial ou mesmo de contacto à distância”, para manifestar todo o amor e carinho que naturalmente qualquer filho nutre por sua mãe” e “por tanto bem gratuitamente distribuído”.

D. Manuel Felício evoca ainda as “celebrações do 13 de maio, em Fátima” que, “mesmo estando canceladas” são uma possibilidade para “viver intensamente este mês”.

“Desejamos manifestar a Nossa Senhora todo o amor e devoção que lhe dedicamos e confiar-lhe, nestes tempos especiais, todos aqueles que mais sofrem por causa da pandemia”, escreve, numa mensagem enviada à Agência Ecclesia.

 

Bragança-Miranda:

«Cerca de três mil pessoas vivem sozinhas

 

O bispo de Bragança-Miranda afirmou que cerca de três mil pessoas “vivem sozinhas” no território, uma solidão “acentuada” por este tempo de isolamento, que a “baixa natalidade, o envelhecimento demográfico e o despovoamento” já mostravam.

“Há muitas pessoas que têm dificuldade de acesso a bens e desde o dia 4 de maio, o fim do estado de emergência, aumentaram os casos (de pedidos) de ajuda porque as pessoas tiveram a possibilidade de sair de casas ou recorrer, e no caso da Caritas diocesana como das outras instituições, é mais do dobro do que era o pedido habitual, sobretudo de pessoas que sentem alguma vergonha em pedir, em sair de casa e pedir”, explica D. José Cordeiro à Agência Ecclesia.

O bispo de Bragança-Miranda enaltece uma “onda de solidariedade e de proximidade” gerada a que se junta, duas vezes por semanas, com as equipas da Cáritas diocesana para ajudar os mais fragilizados com a distribuição de alimentos e escuta muitos desabafos, “procurando dar palavras de conforto e esperança”.

À instituição chegam pedidos para ajuda na aquisição de medicamentos, também de ajuda alimentar, de contas de água e luz e, agora, mais recentemente de máscaras.

“Tenho experimentado, de uma maneira mais concreta o que significa o lava-pés no dia-a-dia: ir descalço porque o que servimos é Cristo, não é um necessitado, idoso, mas é Cristo nele e isso muda completamente a relação”, explica.

Vivendo no “confinamento, no respeito pelas indicações”, quer estar próximo dos seus diocesanos como acompanhar o trabalho que a instituição de ação social da Igreja católica presta, indica, lembrando a ação das restantes 83 IPSS católicas cujo trabalho acompanha.

Também os reclusos dos dois estabelecimentos prisionais da diocese, em Izeda com 300 pessoas e na cidade de Bragança, com cerca de 100, o bispo procura manter-se próximo: “Todas as semanas, e através da equipa da pastoral penitenciária, envio uma mensagem de reflexão para o domingo seguinte e os ecos têm sido do mais encantador possíveis”.

“A ação pastoral da Igreja não ficou suspensa, apenas as agendas e outras. Mas viver e entender a eucaristia no serviço do lava-pés, é uma outra compreensão do grande horizonte da missão da Igreja”, valoriza.

      D. José Cordeiro reconhece até na sua experiência pessoal, que este tempo de confinamento pode conduzir a dúvidas de fé, a “sentir o coração encolhido” mas valoriza a relação de “intimidade com Cristo e a companhia da Senhora das Graças”, santuário que diariamente vê da sua janela e a quem se dirige nas suas orações.

“Isto e tantas outras circunstâncias faz-nos tomar consciência mais clara na nossa fragilidade, na nossa limitação mas confiar que Ele está connosco e que a Senhora das Graças nos tem ao colo”.

D. José Cordeiro afirma que o distanciamento físico “nunca pode conduzir a um distanciamento social, e muito menos espiritual”.

O temor que escuta, “sobretudo, nos mais velhos, é poderem ficar doentes, ficar infetados, e de terem de viver sozinhos e abandonados, no hospital ou no lar de idosos ou na sua própria casa e muitas pessoas estão a passar por essas grandes dores”, afirma.

O bispo diocesano fala numa “articulação feliz” entre “párocos, as paróquias e as unidades pastorais, os presidentes de Câmara e das Juntas, as autoridades civis, as forças de segurança e as autoridades de saúde” que tem “ajudado a ultrapassar muitas situações e muitas delas com gravidade acentuada”.

“O mais importante é de facto estar e acompanhar e eu procuro todos os dias acompanhar, no que me é possível, toda a ação da Igreja no território do nordeste transmontano. No fundo é transmitir as carícias de Deus a cada pessoa, sobretudo aos mais idosos, os mais carenciados e também a alguns jovens, no caso dos estudantes internacionais”, indica.

 

Santarém:

Bispo pede generosidade no apoio aos pobres

 

O bispo de Santarém apelou, na Missa de Páscoa, à solidariedade dos cristãos num momento de crise para a sociedade.

“Neste sentido, disponhamo-nos a dar testemunho da Ressurreição sendo generosos, colaborando com quem está a assegurar o apoio aos mais pobres. É bom e necessário que os pobres possam contar com a Igreja; aqui a Igreja somos nós, cristãos nesta Diocese de Santarém”, declarou D. José Traquina, na homilia.

D. José pediu que todos os fiéis sejam capazes de dar um “testemunho da esperança”, em “tempos difíceis para todo o mundo”.

“Sejamos sinal, uns para os outros, do Amor vitorioso do Ressuscitado. Não permitamos que o medo nos roube a esperança e a capacidade de amar, porque essa será a nossa maior riqueza que Deus colocou no nosso coração”, declarou.

“A Ressurreição do Senhor tem o seu efeito na comunidade e nos espaços onde vivemos. Portanto, a novidade não a é de termos mais coisas, mas é a certeza e a alegria de sermos amados por Deus”, acrescentou.

No final da Missa, D. José Traquina rezou para que “Deus conceda a todos muita esperança” e que o mundo encontre “caminhos novos”

 

SETÚBAL:

Bispo convida a aprender «lições» trazidas pela pandemia

 

Em homilia emocionada, D. José Ornelas apontou à necessidade de superar dificuldades, superando «vírus do egoísmo»

O bispo de Setúbal presidiu à Missa de Páscoa, na catedral sadina, pedindo a todos que aprendam com as “lições” da pandemia, construindo um mundo novo, sem o “vírus do egoísmo”.

“É importante que não esqueçamos as lições desta crise, à luz da lógica da ressurreição”, declarou D. José Ornelas. Numa homilia emocionada, o responsável católico deseja que a “todos chegue a vitória do Senhor ressuscitado”.

“É com este espírito que se vencerá também a pandemia que estamos a sofrer”, com a colaboração de todos, assinalou.

A intervenção destacou o impacto da pandemia e das medidas de isolamento social na vida da Igreja, das famílias, nas escolas ou fábricas.

“Vamos fazer todos os esforços para que a vida volte às nossas cidades e não será fácil”, apontou.

Voltaremos a reunir-nos, voltaremos a celebrar aqui a ressurreição do Senhor, juntos como Igreja”.

A Eucaristia começou com uma saudação de “muita alegria”, destacando o sentido da “Páscoa da esperança” num “ambiente de necessária contenção”.

“O Senhor é maior do que tudo isso”, declarou D. José Ornelas.

O bispo da diocese sadina convidou os católicos a construir a “vitória da Ressurreição” que Jesus propõe à sua Igreja. “Depois desta crise, o mundo pode ser diferente”, apontou.

A reflexão destacou o percurso de vida de Jesus, como dom de amor, e as lições que deixou para o futuro.

“Ser cuidador da vida e do mundo é mais importante do que ser predador do que aquilo que se encontra à nossa volta”, defendeu D. José Ornelas.


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