Santo António de Lisboa
13 de Junho de 2020
S. António de Lisboa, presbítero e doutor da Igreja
Padroeiro secundário de Portugal
(Memória)
Em Portugal: Festa
RITOS INICIAIS
Cântico de entrada: A Santo António elevemos – M. Faria, NRMS, 18
Sir 15, 5
Antífona de entrada: O Senhor deu-lhe a palavra no meio da assembleia, encheu-o com o espírito de sabedoria e inteligência e revestiu-o com um manto de glória.
Em Portugal diz-se o Glória.
Introdução ao espírito da Celebração
Com alegria e gratidão vamos celebrar a Festa de Santo António, nascido em Lisboa e falecido em Pádua, Itália. Dado o seu poder de intercessor junto de Deus, este grande Santo é conhecido e venerado em todo o mundo. Maia uma vez a ele vamos recorrer para agradecer e, de uma maneira muito especial pedir a sua intercessão para o mundo neste momento tão difícil que atravessa. Importa que todos meditemos nas lições de vida que ele nos deixou. Seguindo-o, estaremos a garantir melhores dias para todos e a possibilidade de um dia estarmos com ele no reino dos céus para sempre.
Ato penitencial
Porque tantas vezes nos afastamos do amparo e amor de Deus, nosso Pai, trocando-O, por ignorância, engano e pouca fé, pelas julgadas seguranças terrenas, tão enganadoras, comecemos por LHE pedir perdão.
(Tempo de silêncio, ou em alternativa a sugestão que se segue)
Senhor Jesus,
que, por leviandade, com tanta facilidade nos afastamos de Vossa amável companhia, de nós, tende misericórdia.
Cristo, misericórdia!
Jesus Cristo, que nos revelastes o Amor infinito do Pai do Céu
e n’Ele tão pouco temos meditado e correspondido, de nós, tende misericórdia.
Senhor, misericórdia!
Senhor Jesus, que não quereis que o pecador viva triste e se condene,
mas que se arrependa e viva para sempre, cheio de alegria, de nós, tende misericórdia.
Senhor, misericórdia!
Deus todo poderoso tenha compaixão de nós,
perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.
Oração colecta: Deus eterno e todo-poderoso, que em Santo António destes ao vosso povo um pregador insigne do Evangelho e um poderoso intercessor nas necessidades, concedei que, pelo seu auxílio, sigamos fielmente os ensinamentos da vida cristã e mereçamos a vossa protecção em todas as adversidades. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Liturgia da Palavra
Primeira Leitura
Monição: A leitura que vamos escutar revela o segredo da verdadeira grandeza de Santo António: meditando na Lei de Deus, ficou cheio do espírito de inteligência. Por isso a sua memória e o seu nome viverá de geração em geração.
Ben-Sirá 39, 8-14 (gr. 6-10)
6Aquele que medita na lei do Altíssimo, se for do agrado do Senhor omnipotente, será cheio do espírito de inteligência. Então ele derramará, como chuva, as suas palavras de sabedoria e na sua oração louvará o Senhor. 7Adquirirá a rectidão do julgamento e da ciência e reflectirá nos mistérios de Deus. 8Fará brilhar a instrução que recebeu e a sua glória estará na lei da aliança do Senhor. 9Muitos louvarão a sua inteligência, que jamais será esquecida. Não desaparecerá a sua memória e o seu nome viverá de geração em geração. 10As nações proclamarão a sua sabedoria e a assembleia celebrará os seus louvores.
O autor sagrado faz o elogio do escriba sábio. São palavras que a liturgia aplica aos Santos Doutores da Igreja.
Salmo Responsorial Sl 18 B (19 B), 8.9.10.11 (R. 10b)
Monição: Como Santo António cumpramos a Lei do Senhor, observemos os Seus preceitos e alcançaremos a graça da salvação.
Refrão: Os juízos do Senhor são verdadeiros e rectos.
A lei do Senhor é perfeita,
ela reconforta a alma.
As ordens do Senhor são firmes
e dão sabedoria aos simples.
Os preceitos do Senhor são rectos
e alegram o coração.
Os mandamentos do Senhor são claros
e iluminam os olhos.
O temor do Senhor é puro
e permanece eternamente.
Os juízos do Senhor são verdadeiros,
todos eles são rectos.
São mais preciosos que o ouro,
o ouro mais fino
são mais doces que o mel,
o puro mel dos favos.
Aclamação ao Evangelho Mt 5, 16
Monição: O Senhor concede-nos as Suas graças e pede-nos para sermos como Santo António, sal da terra e luz do mundo.
Aleluia
Cântico: M. Simões, NRMS 9
Brilhe a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras,
glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus.
Evangelho
São Mateus 5, 13-19
Naquele tempo, 13disse Jesus aos seus discípulos: «Vós sois o sal da terra. Mas se ele perder a força, com que há-de salgar-se? Não serve para nada, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens. 14Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte 15nem se acende uma lâmpada para a colocar debaixo do alqueire, mas sobre o candelabro, onde brilha para todos os que estão em casa. 16Assim deve brilhar a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus. 17Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas não vim revogar, mas completar. 18Em verdade vos digo: Antes que passem o céu e a terra, não passará da Lei a mais pequena letra ou o mais pequeno sinal, sem que tudo se cumpra. 19Portanto, se alguém transgredir um só destes mandamentos, por mais pequenos que sejam, e ensinar assim aos homens, será o menor no reino dos Céus. Mas aquele que os praticar e ensinar será grande no reino dos Céus».
13 «O sal» preserva da corrupção e dá gosto aos alimentos, mas sem chamar a atenção com a sua presença. Assim o cristão tem de preservar o mundo da corrupção com a sua acção apostólica despretensiosa, agradável e cheia de naturalidade, mas sem deixar nunca de estar actuante; esta força vem-lhe da sua união a Cristo, da sua preocupação de santidade pessoal. Por outro lado, o sal, usado nos sacrifícios do A. T., também significava a perpetuidade e a inviolabilidade da aliança com Deus: cf. Lv 2,13 e Nm 18,19.
16 «Glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus». O cristão tem de ser «luz» para iluminar, mas com grande rectidão de intenção: ao fazer apostolado não deve buscar o seu prestígio pessoal, mas ter plena consciência de que a luz maravilhosa da doutrina evangélica não é sua e de que «as suas boas obras» não as faz principalmente pelas suas próprias forças; actua como instrumento nas mãos do artista divino; tem de brilhar, mas não com luz própria, mas reflectindo a luz de Cristo.
Sugestões para a homilia
1. Ser sal da terra e luz do mundo.
2. Exemplos da vida de Santo António.
1. Ser sal da terra e luz do mundo.
Jesus, Mestre por excelência, revela-nos com Sua Palavra e mais ainda com Sua Vida, o caminho que devemos seguir para alcançarmos aquilo que Ele e nós mais desejamos, isto é, a felicidade terrena e eterna. Para que tal aconteça, diz claramente que devemos ser “sal da terra “e “luz do mundo”. Como o sal dá sabor e conserva os alimentos e a luz ilumina o caminho que devemos percorrer, assim o fez Jesus e o devemos fazer nós também. Tal acontecerá, se, como Jesus cumprirmos integralmente a vontade de Deus Pai.
Só imitando Jesus, nosso amantíssimo Mestre e Salvador, seremos “sal da terra e luz do mundo”. Foi esta a escola seguida por todos os santos e muito concretamente pelo nosso querido Santo António. E porque assim foi, a memória deste Santo, continuou bem presente ao longo dos séculos e por o mundo.
Em Itália, onde faleceu com apenas 36 anos de idade, é chamado e conhecido por todos simplesmente como “O Santo”.
2. Exemplos da vida de Santo António.
Santo António, que no batismo recebeu o nome de Fernando, nasceu na cidade de Lisboa, bem perto da respetiva Sé Catedral, no dia 15 de Agosto de 1195. Já então, nesse dia, se celebrava, com muita fé e amor a Festa da Assunção de Nossa Senhora ao Céu. Seus pais D. Martinho de Bulhões e D. Maria Taveira eram pessoas tementes a Deus, pelo que souberam dar uma educação religiosas a seu filho Fernando. Neste ambiente cristão ele crescia em idade e graça diante de Deus. Certo dia é interpelado por D. Gonçalo Mendes, Prior de S. Vicente de Fora, sobre a sua vocação. Revelou estar disposto a deixar a sua casa, pais e restante família, para seguir mais de perto a Nosso Senhor. Assim, com apenas 15 anos, iniciou o seu noviciado na Ordem dos Agostinhos, no Mosteiro de S. Vicente de Fora. Por se sentir perto de sua casa, com a possibilidades de ter visitas de seus familiares e assim se distrair demasiadamente das coisas de Deus, revelou vontade de passar a viver mais só com Deus. Por isso foi transferido para o Mosteiro de Coimbra, no qual, durante 8 anos se dedicou, com muito empenho, à oração e ao estudo, preparando-se para receber o Sacerdócio.
Viviam-se tempos difíceis. A Europa encontrava-se invadida pelas seitas dos Albigenses, Cátaros e Valdenses. Para combater estas heresias, o Divino Espírito Santo tinha inspirado duas grandes figuras na Santa Igreja: S. Francisco de Assis e S. Domingos de Gusmão, fundadores de outras famílias religiosas.
O martírio, em Marrocos, de cinco jovens franciscanos, tocou profundamente o coração do bondoso Pe. Fernando, revelando então vontade de, como eles, dar a vida por Nosso Senhor Jesus Cristo. Para que tal se pudesse concretizar, conseguiu mudar da Ordem dos Agostinhos para a dos Franciscanos, passando a ser conhecido por Frei António. Nessa qualidade partiu para Marrocos. Acometido por uma doença durante a viagem, foi obrigado a voltar novamente para Portugal. Durante o regresso, graças a uma grande tempestade o respetivo barco que o trazia, andando à deriva, foi parar à Itália. Aí, se encontrou com S. Francisco de Assis, que reconhecendo nele grandes dotes de oratória e profundos conhecimentos teológicos, o escolheu para ser o grande pregador contra as já referidas heresias. Foram muitos os prodígios que confirmaram a autenticidade de seus sermões.
Faleceu em 13 de Junho de 1231, tendo apenas 36 anos de idade. A sua língua conserva-se intacta, junta com os seus restos mortais, na Basílica de Santo António em Pádua, Itália.
Santo António é o português mais conhecido e venerado em todo o mundo. A ele continuaremos a recorrer nas nossas necessidades espirituais e materiais.
Que os exemplos de oração, estudo e total doação e de fidelidade ao Senhor, que ele nos deu, nos animem a segui-lo, dentro das nossas possibilidades, para que um dia possamos estar com ele no reino dos Céus. É esta a melhor maneira de celebrarmos a sua festa., como ele mais aprecia.
Oração Universal
Irmãos e irmãs, com Santo António
oremos a Deus omnipotente
e imporemos a Sua misericórdia,
dizendo, confiadamente
R. Senhor, escutai a nossa oração.
1 Pelo Papa, Bispos, Sacerdotes e Diáconos
Seminaristas, Catequistas e Leigos
que Jesus chama a servi-LO na Sua Igreja,
oremos, irmãos.
R. Senhor, escutai a nossa oração.
2 Pelos homens que promovem a paz,
pelos responsáveis no governo das nações
e pelos cientistas que trabalham pelo progresso,
oremos, irmãos.
R. Senhor, escutai a nossa oração.
3 Pelos que agradecem o dom da saúde,
pelos abandonados ou marginalizados
e por todos os que sofrem,
oremos, irmãos.
R. Senhor, escutai a nossa oração.
4 Pelos pobres que recebem a ajuda fraterna
pelas pessoas que vivem na miséria
e pelas vítimas das pestes, catástrofes e guerras,
oremos, irmãos.
R. Senhor, escutai a nossa oração.
5 Por todos os fieis devotos de Santo António
para que imitando-o na fidelidade à vocação
mereçam um dia estar com ele no reino dos céus,
oremos, irmãos.
R. Senhor, escutai a nossa oração.
6 Por todos os nossos familiares e amigos
que já partiram para a eternidade,
para que possam, quanto antes, usufruir as alegrias do Céu,
oremos, irmãos.
R. Senhor, escutai a nossa oração.
Deus, nosso Pai misericordioso,
dignai-Vos atender as nossas humildes súplicas
em favor de todos os homens, nossos irmãos.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que é Deus convosco,
na unidade do Espírito Santo.
Liturgia Eucarística
Cântico do ofertório: Santos, amigos de Deus – J. Santos, NRMS, 8
Oração sobre as oblatas: Ao celebrarmos estes divinos mistérios, o Espírito Santo derrame em nós a luz da fé que iluminou sempre a vida de Santo António para anunciar ao mundo a vossa glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Prefácio dos Pastores da Igreja: p. 1032
Santo: A. Cartageno – COM, pg 189
Monição da paz
Não há verdadeira festa sem paz. Que Santo António interceda junto de Deus, para que saibamos compreender, desculpar e amar a todos os homens sem distinção. Com esses bons propósitos, saudai-vos na paz de Cristo.
Monição da Comunhão
A Fé diz-nos que comungar é receber o verdadeiro Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Santo António foi um exímio devoto e defensor do Santíssimo Sacramento. Vamos imitá-lo, recebendo Jesus com muita fé, amor e profunda gratidão.
Cântico da Comunhão: Brilhe a vossa luz diante dos homens – M. Simões, NRMS, 63
Jo 5, 16
Antífona da comunhão: Brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o Pai que está no Céu.
Cântico de acção de graças: Bem-aventurados os que têm fome – Az. Oliveira, NRMS, 63
Oração depois da comunhão: Deus de sabedoria infinita, que nos alimentais com o Corpo de Cristo, pão da vida, ensinai-nos com a sua doutrina e fazei que, ao celebrarmos a festa de Santo António, conheçamos melhor a vossa verdade e a pratiquemos na caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Ritos Finais
Monição final
Santo António, invocado também para reaver coisas perdidas, nos ajude a reencontrar sempre os caminhos de Deus. Com esses votos, ide em paz e o Senhor vos acompanhe.
Cântico final: Os justos viverão eternamente – M. Faria, NRMS, 36
Celebração e Homilia: Alves Moreno
Nota Exegética: Geraldo Morujão
Sugestão Musical: José Carlos Azevedo