Imaculada
Conceição da Virgem Santa Maria
08 de Dezembro de 2004
Solenidade
RITOS INICIAIS
Cântico
de entrada: Ditosa Virgem, cheia de
graça, J. Santos, NRMS 75
Is 61, 10
Antífona
de entrada: Exulto de alegria no Senhor,
a minha alma rejubila no meu Deus, que me revestiu com as vestes da salvação e
me envolveu com o manto da justiça, como esposa adornada com suas jóias.
Diz-se o Glória.
Introdução ao espírito da
Celebração
A festividade da Imaculada
Conceição aponta-nos na dimensão cristológica. Maria foi revestida de dons tão
excelentes na relação com Cristo, filho de Deus. Sabor cristológico na
aceitação, acolhimento e compromisso com o Mistério de Cristo.
Outra das dimensões desta
festa é a dimensão eclesial. Maria, pela Imaculada Conceição, não se afasta da
comunidade eclesial, mas é dócil colaboradora, desde a sua origem, pela
Maternidade do Verbo e da Igreja.
Também revela a dimensão
salvífica. Permite que Cristo opere a salvação em favor de todos, fazendo-se
doação e entrega redentora: «Corpo entregue e Sangue derramado».
E a dimensão escatológica.
Maria é apresentada como referência para o discípulo e para a Igreja. Cada um
está chamado a ser como pessoa, e todos como povo de Deus, o que Maria foi e é
na glória eterna.
Oração
colecta: Senhor nosso Deus, que, pela
Imaculada Conceição da Virgem Maria, preparastes para o vosso Filho uma digna
morada e, em atenção aos méritos futuros da morte de Cristo, a preservastes de
toda a mancha, concedei-nos, por sua intercessão, a graça de chegarmos
purificados junto de Vós. Por Nosso Senhor...
Liturgia da Palavra
Primeira Leitura
Monição: Uma vida
planeada à margem de Deus e do seu plano leva à morte.
Génesis 3, 9-15.20
9Depois de Adão ter comido da árvore, o Senhor Deus
chamou-o e disse-lhe: «Onde estás?». 10Ele respondeu: «Ouvi o rumor
dos vossos passos no jardim e, como estava nu, tive medo e escondi-me». 11Disse
Deus: «Quem te deu a conhecer que estavas nu? Terias tu comido dessa árvore, da
qual te proibira comer?». 12Adão respondeu: «A mulher que me destes
por companheira deu-me do fruto da árvore e eu comi». O Senhor 13Deus
perguntou à mulher: «Que fizeste?» E a mulher respondeu: «A serpente enganou-me
e eu comi». 14Disse então o Senhor Deus à serpente: «Por teres feito
semelhante coisa, maldita sejas entre todos os animais domésticos e entre todos
os animais selvagens. Hás-de rastejar e comer do pó da terra todos os dias da
tua vida. 15Estabelecerei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua
descendência e a descendência dela. Esta te esmagará a cabeça e tu a atingirás
no calcanhar». 20O homem deu à mulher o nome de «Eva», porque ela
foi a mãe de todos os viventes.
A leitura é
extraída do segundo bloco do livro do Génesis, que vai do v. 4b do capítulo 2
até ao fim do capítulo 4, que os estudiosos atribuem à chamada «tradição
javista», onde se encontra a narrativa da criação do homem e da mulher, do
pecado dos primeiros pais com as suas consequências e da continuidade da vida humana
marcada pelo pecado. É evidente que esta narrativa não é uma crónica ou um
relato jornalístico, pois tudo é descrito numa linguagem simbólica, muito
expressiva e densa; a narrativa coloca o leitor perante realidades
transcendentes que dizem respeito ao «ser humano» – o adam –, o homem de
todos os tempos. O autor sagrado, que deu forma definitiva e inspirada ao
Pentateuco, quis dar-nos um panorama coerente da história da salvação – que
arranca da eleição divina e se concretiza na aliança e nas promessas
de salvação – desenvolvendo-se por etapas correspondentes a um maravilhoso
projecto divino, a que não escapa o enigma das origens.
Se
perdêssemos de vista este plano divino, que conhecemos pela Revelação, a
curiosidade científica poderia levar-nos a ficar atolados nos aspectos
arqueológicos e episódicos, como poderia suceder a alguém que, para estudar um
monumento antigo, se ficasse no estudo das pedras e na análise dos materiais de
construção; por mais científica que fosse a sua análise, ficaria sem se aperceber
da harmonia do conjunto, do significado histórico desse monumento e da sua
verdade mais profunda. A doutrina da Igreja sobre o pecado original, de que
Maria foi isenta por singular privilégio, não se fundamenta na narrativa do
Génesis; muito menos se pode partir do estudo das fontes do Génesis para negar
a existência desse pecado (uma ridícula ingenuidade, além do mais); a doutrina
da fé encontra a sua sólida base na obra redentora de Cristo e nos ensinamentos
do Novo Testamento, nomeadamente de S. Paulo; no entanto, a fé projecta grande
luz sobre esta narrativa simbólica das origens.
10 «Tive
medo porque estava nu; e então escondi-me». Deste modo se descreve, com
fina psicologia, o sentimento de culpabilidade e de vergonha que não podia
deixar de ser estranho ao primeiro pecado e igualmente ao pecado de todo aquele
que não empederniu a sua consciência; esta, que antes de pecar era o aviso de
Deus, toma-se depois uma premente censura. Este dar conta da própria nudez
parece também indicar, por um lado, a enorme frustração de quem ao pecar, em
vão tinha tentado «ser igual a Deus» e, por outro lado, sugere o descontrolo
das tendências instintivas (a concupiscência): depois do primeiro pecado,
sentem-se dominados por movimentos e apetites contrários à razão, que tentam
esconder (v. 7). Não resistimos a citar algumas palavras da profunda reflexão
antropológica de João Paulo II, nas audiências gerais de Maio de 1980: «Por
meio destas palavras (v. 10) desvela-se certa fractura constitutiva no interior
da pessoa humana, quase uma ruptura da original unidade espiritual e
somática do homem. Este dá-se conta pela primeira vez de que o seu corpo
cessou de beber da força do espírito, que o elevava ao nível da imagem de Deus.
A sua vergonha original traz em si os sinais duma específica humilhação
comunicada pelo corpo. (...) O corpo não está sujeito ao espírito como no
estado da inocência original, tem em si um foco constante de resistência ao
espírito e ameaça de algum modo a unidade do homem pessoa. (...) A concupiscência,
em particular a concupiscência do corpo, é ameaça específica à estrutura da
autopossessão e do autodomínio, por meio do qual se forma a pessoa humana».
14 «Hás-de
rastejar e comer do pó da terra». Na narrativa, a sentença é dada
primeiro contra a serpente, a primeira a fazer mal. Ninguém pense que o autor
quer insinuar que dantes as cobras tinham patas, ou caminhavam de pé; a
sentença é proferida contra o demónio tentador; a expressão designa uma
profunda humilhação (cf. Salm 71(72),
9; Is 49, 23; Miq 7, 17), infligida contra o demónio, que é o sentenciado, não as
serpentes (cf. Apoc 12, em especial
os vv. 9 e 17).
15 «Esta
te esmagará a cabeça». Todo o versículo constitui o chamado
Proto-Evangelho, o primeiro anúncio da boa nova da salvação que se lê na
Bíblia. Não se limita esta passagem a anunciar o estado de guerra permanente
entre as potências diabólicas – «a tua descendência» – e toda a
Humanidade – «a descendência dela». É sobretudo uma vitória que se
anuncia. Note-se que essa vitória é expressada não tanto pelo verbo, que no
original hebraico é o mesmo para as duas partes em luta (xuf – na
Neovulgata conterere), mas sim pela parte do corpo atingida nessa luta:
a serpente será atingida na cabeça (ferida mortal, daí a tradução «esmagará»),
ao passo que a descendência será apenas atingida no calcanhar (ferida
leve, daí a tradução «atingirás»). Mas, pergunta-se, a quem é que
designa o pronome «esta» (v. 15)? Segundo o original
hebraico, podia ser a descendência da mulher. A verdade, porém, é que esta
descendência pecadora fica incapacitada para, por si, vencer o demónio e o
pecado em que se precipitara. Assim, o tradutor grego da Septuaginta
(inspirado?) referiu o dito pronome ao Messias (traduzindo-o na forma
masculina, designando um indivíduo, autós, isto é, o descendente,
em vez da forma neutra autó, (designando uma colectividade, referindo
este pronome a descendência, que em grego se diz com a palavra neutra, sperma).
Esta tradução grega visava pôr em evidência que quem vence o pecado e o demónio
é Ele, o Messias. A tradição cristã, e com ela a tradução da Vetus Latina
seguida pela Vulgata, ao traduzir o pronome hebraico pelo feminino ipsa,
aplicou este texto à Virgem Maria, explicitando um sentido (chamado eminente)
que se entreviu nesta passagem (de facto, o tradutor latino, se quisesse
designar a descendência – semen – teria empregado o neutro ipsum,
e não ipsa).
Eis como se
costuma explicar o sentido mariano da passagem: a vitória é prometida à
descendência de Eva, mas quem faz possível essa vitória é Jesus Cristo, com a
sua obra redentora. Assim, unidos a Cristo, todos somos vencedores, mas Maria é
a vencedora de um modo eminente, porque Mãe do Redentor e Mãe de toda a
comunidade dos redimidos, a Igreja. O próprio contexto facilita esta referência
a Maria: é que, contra tudo o que era de esperar, a profecia aparece dita a
Eva, e não a Adão. Segundo o ensino da Igreja (cf. Bula «Ineffablis Deus»
do Beato Pio IX), esta vitória de Maria sobre o demónio, inclui a perfeita
isenção de toda a espécie de mancha do pecado, incluindo o original.
Salmo Responsorial Salmo 97 (98), 1.2-3ab.3cd-4 (R. 1a)
Monição: Cantemos
com e como Maria o Cântico Novo que é Jesus Cristo, Filho de Deus, patente
neste salmo.
Refrão: Cantai ao Senhor um
cântico novo:
o Senhor fez maravilhas.
Cantai ao Senhor um cântico
novo,
pelas maravilhas que Ele
operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.
O Senhor deu a conhecer a
salvação,
revelou aos olhos das nações a
sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e
fidelidade
em favor da casa de Israel.
Os confins da terra puderam
ver
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor, terra
inteira,
exultai de alegria e cantai.
Segunda Leitura
Monição: Somos
convidados a colocar o nosso olhar em Maria para nos comprometermos com a
santidade que Deus espera de nós.
Efésios 1, 3-6.11-12
3Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo,
que do alto dos Céus nos abençoou com toda a espécie de bênçãos espirituais em
Cristo. 4N’Ele nos escolheu, antes da criação do mundo, para sermos
santos e irrepreensíveis, em caridade, na sua presença. 5Ele nos
predestinou, conforme a benevolência da sua vontade, a fim de sermos seus
filhos adoptivos, por Jesus Cristo, 6para louvor da sua glória e da
graça que derramou sobre nós, por seu amado Filho. 11Em Cristo fomos
constituídos herdeiros, por termos sido predestinados, segundo os desígnios
d’Aquele que tudo realiza conforme a decisão da sua vontade, 12para
sermos um hino de louvor da sua glória, nós que desde o começo esperámos em
Cristo.
Este início
da epístola aos Efésios de que é extraída a leitura tem o aspecto de um hino
litúrgico e é uma das mais ricas sínteses doutrinais paulinas.
3 «Em
Cristo». Toda a graça – «bênçãos espirituais» – que Deus
concede ao homem, após o pecado original, incluindo a Imaculada Conceição da
Virgem Maria, é concedida pela mediação de Cristo e através da união com Ele.
4-5 «Santos».
«Filhos». O objectivo desta eleição eterna de Deus é «sermos
santos», isto é, destacados do profano e pecaminoso para servir ao
culto e glória divina: «diante d’Ele», isto é, na
presença de Deus; estamos chamados a estar sempre diante de Deus para O
glorificar a partir de tudo o que fazemos, dizemos ou pensamos, como ensina o
Concílio Vaticano II: «Todos os cristãos são, pois, chamados e devem tender à
santidade e perfeição do próprio estado» (LG 42). A santidade está em sermos
«participantes da natureza divina» (2 Pe
1, 4; Rom 12, 1), sendo filhos de
Deus e vivendo como tais, imitando a Cristo, o Filho de Deus por natureza (cf. Rom 8, 15-29; Gal 4, 5-7; 1 Jo 3, 1-3).
E o modelo humano mais perfeito de santidade é Maria.
A expressão «santos
e irrepreensíveis» faz pensar nas vítimas oferecidas a Deus no
Antigo Testamento (cf. Lv 20, 20-22),
insinuando-se assim o carácter oblativo e sacrificial de toda a vida do cristão
(cf. 1 Pe 2, 5), bem como a perfeição
que devemos pôr em tudo o que fazemos, demais que não se trata duma pureza
meramente exterior e ritual, mas de um culto em espírito e verdade (cf. Jo 4, 23), «na sua presença» (de
Deus) «que examina os rins e o coração» (Salm
7, 10), isto é, que perscruta o que há de mais íntimo no homem, a sua
consciência, afectos e intenções.
Aclamação ao Evangelho cf. Lc 1,
28
Monição: Quando
nos abrimos ao projecto de Deus, apesar da consciência da nossa pequenez, das
nossas limitações e da grandeza do mistério de Deus, resta confiar, obedecer,
arriscar e comprometer-se. Assim começa um projecto traduzido em vida, paz e
salvação.
Aleluia
Ave, Maria, cheia de graça, o
Senhor é convosco,
bendita sois Vós entre as
mulheres.
Cântico:
M. Faria, NRMS10 (II)
Evangelho
São Lucas 1, 26-38
Naquele tempo, 26o
Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a
uma Virgem desposada com um homem chamado José. 27O nome da Virgem
era Maria. 28Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo: “Ave,
cheia de graça, o Senhor está contigo”. 29Ela ficou perturbada com
estas palavras e pensava que saudação seria aquela. 30Disse-lhe o
Anjo: “Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31Conceberás
e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será
grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu
pai David 33reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu
reinado não terá fim”. 34Maria disse ao Anjo: “Como será isto, se eu
não conheço homem?”. 35O Anjo respondeu-lhe: “O Espírito Santo virá
sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo
que vai nascer será chamado Filho de Deus. 36E a tua parenta Isabel
concebeu também um filho na sua velhice e este é o sexto mês daquela a quem
chamavam estéril 37porque a Deus nada é impossível”. 38Maria
disse então: “Eis a escrava do Senhor faça-se em mim segundo a tua palavra”.
26 «O
Anjo Gabriel». O mesmo que anunciou a Zacarias o nascimento de João.
Já era conhecido o seu nome no A.T. (Dan
8, 16-26; 9, 21-27). O seu nome significa «homem de Deus» ou também «força de
Deus».
28
Coadunando-se com a transcendência da mensagem, a tripla saudação a Maria é
absolutamente inaudita:
«Ave»: Vulgarizou-se esta tradução, correspondente a
uma saudação comum (como ao nosso «bom dia»; cf. Mt 26, 49), mas que não parece ser a mais exacta, pois Lucas, para
a saudação comum usa o semítico «paz a ti» (cf. Lc 10, 5); a melhor tradução é
«alegra-te» – a tradução literal do imperativo grego khaire –, de
acordo com o contexto lucano de alegria e com a interpretação patrística grega,
não faltando mesmo autores modernos que vêm na saudação uma alusão aos convites
proféticos à alegria da «Filha de Sião» (Sof
3, 14; Jl 2, 21-23; Zac 9, 9).
Ó «cheia de graça»: Esta designação
tem muita força expressiva, pois está em vez do nome próprio, por isso define o
que Maria é na realidade. A expressão portuguesa traduz um particípio perfeito
passivo que não tem tradução literal possível na nossa língua: designa Aquela
que está cumulada de graça, de modo permanente; mais ainda, a forma passiva
parece corresponder ao chamado passivo divino, o que evidencia a acção
gratuita, amorosa, criadora e transformante de Deus em Maria: «ó
Tu a quem Deus cumulou dos seus favores». De facto, Maria é a
criatura mais plenamente ornada de graça, em função do papel a que Deus A
chama: Mãe do próprio Autor da Graça, Imaculada, concebida sem pecado original,
doutro modo não seria, em toda a plenitude, a «cheia de graça», como o próprio
texto original indica.
«O Senhor
está contigo»: a expressão é
muito mais rica do que parece à primeira vista; pelas ressonâncias bíblicas que
encerra, Maria é posta à altura das grandes figuras do Antigo Testamento, como
Jacob (Gn 28, 15), Moisés (Ex 3, 12) e Gedeão (Jz 6, 12), que não são apenas sujeitos passivos da protecção de
Deus, mas recebem uma graça especial que os capacita para cumprirem a missão
confiada por Ele.
Chamamos a
atenção para o facto de na última edição litúrgica ter sido suprimido o inciso «Bendita
es tu entre as mulheres», pois este não aparece nos melhores
manuscritos e pensa-se que veio aqui parar por arrasto do v. 42 (saudação de
Isabel). A Neovulgata, ao corrigir a Vulgata, passou a omiti-lo.
29 «Perturbou-se», ferida na sua
humildade e recato, mas sobretudo experimentando o natural temor de quem sente
a proximidade de Deus que vem para tomar posse da sua vida (a vocação divina).
Esta reacção psicológica é diferente da do medo de Zacarias (cf. Lc 1, 12), pois é expressa por outro
verbo grego; Maria não se fecha no refúgio dos seus medos, pois
nela não há qualquer espécie de considerações egoístas, deixando-nos o exemplo
de abertura generosa às exigências de Deus, perguntando ao mensageiro divino
apenas o que precisa de saber, sem exigir mais sinais e garantias como Zacarias
(cf. Lc 1, 18).
32-33 «Encontraste
graça diante de Deus»: «encontrar graça» é um semitismo para indicar
o bom acolhimento da parte dum superior (cf. 1 Sam 1, 18), mas a expressão «encontrar graça diante de Deus» só se
diz no A. T. de grandes figuras, Noé (Gn
6, 8) e Moisés (Ex 33, 12.17). O que
o Anjo anuncia é tão grandioso e expressivo que põe em evidência a maternidade
messiânica e divina de Maria (cf. 2 Sam 7, 8-16; Salm 2, 7; 88, 27; Is 9, 6;
Jer 23, 5; Miq 4, 7; Dan 7, 14).
34 «Como
será isto, se Eu não conheço homem?» Segundo a interpretação
tradicional desde Santo Agostinho até aos nossos dias, tem-se observado que a
pergunta de Maria careceria de sentido, se Ela não tivesse antes decidido
firmemente guardar a virgindade perpétua, uma vez que já era noiva, com os
desposórios ou esponsais (erusim) já celebrados (v. 27). Alguns entendem
a pergunta como um artifício literário e também «não conheço» no sentido de
«não devo conhecer», como compete à Mãe do Messias (cf. Is 7, 14). Pensamos que a forma do verbo, no presente, «não
conheço», indica uma vontade permanente que abrange tanto o presente como o
futuro. Também a segurança com que Maria aparece a falar faz supor que José já
teria aceitado, pela sua parte, um matrimónio virginal, dando-se mutuamente os
direitos de esposos e renunciando a consumar a união; mas nem todos os
estudiosos assim pensam, como também se vê no recente e interessante filme Figlia
del suo Figlio.
35 «O
Espírito Santo virá sobre ti…». Este versículo é o cume do relato e
a chave do mistério: o Espírito, a fonte da vida, «virá sobre ti», com a sua
força criadora (cf. Gn 1, 2; Salm 104, 30) e santificadora (cf. Act 2, 3-4); «e sobre ti a força do
Altíssimo estenderá a sua sombra» (a tradução litúrgica «cobrirá» seria de
evitar por equívoca e pobre; é melhor a da Nova Bíblia dos Capuchinhos): o
verbo grego (ensombrar) é usado no A. T. para a nuvem que cobria a tenda
da reunião, onde a glória de Deus estabelecia a sua morada (Ex 40, 34-36); aqui é a presença de Deus
no ser que Maria vai gerar (pode ver-se nesta passagem o fundamento bíblico
para o título de Maria, «Arca da Aliança»).
«O Santo
que vai nascer…». O texto
admite várias traduções legítimas; a litúrgica, afasta-se tanto da da Vulgata,
como da da Neovulgata; uma tradução na linha da Vulgata parece-nos mais
equilibrada e expressiva: «por isso também aquele que nascerá santo será
chamado Filho de Deus». I. de la Potterie chega a ver aqui uma alusão ao parto
virginal de Maria: «nascerá santo», isto é, não manchado de sangue, como num
parto normal. «Será chamado» (entenda-se, «por Deus» – passivum divinum)
«Filho de Deus», isto é, será realmente Filho de Deus, pois o que Deus
chama tem realidade objectiva (cf. Salm
2, 7).
38 «Eis a
escrava do Senhor…». A palavra escolhida na tradução, «escrava» talvez
queira sublinhar a entrega total de Maria ao plano divino. Maria diz o seu sim
a Deus, chamando-se «serva do Senhor»; é a primeira e única vez que na
história bíblica se aplica a uma mulher este apelativo, como que evocando toda
uma história maravilhosa de outros «servos» chamados por Deus que puseram a sua
vida ao seu serviço: Abraão, Jacob, Moisés, David… É o terceiro nome com que Ela
aparece neste relato: «Maria», o nome que lhe fora dado pelos homens, «cheia
de graça», o nome dado por Deus, «serva do Senhor», o nome que Ela
se dá a si mesma.
«Faça-se…».
O «sim» de Maria é
expresso com o verbo grego no modo optativo (génoito, quando o normal
seria o uso do modo imperativo génesthô), o que põe em evidência a sua
opção radical e definitiva, o seu vivo desejo (matizado de alegria) de ver
realizado o desígnio de Deus.
Sugestões para a homilia
Um projecto sem Deus
Um projecto com Deus
Projecto de Deus na minha vida
Um projecto sem Deus
A primeira leitura usando um
estilo poético e cheio de imagens ajuda-nos a compreender o que é um projecto
de vida traçado e vivido onde Deus é colocado à margem.
Retrata a adesão à mais
profunda e radical das tentações: ver Deus como adversário do ser humano. O
plano de Deus é visto como algo que o impedem de ser feliz e livre.
Como consequência dessa
opção, fruto da sedução do orgulho e soberba, o ser humano, não aceita a sua
condição de criatura, suas limitações, sua pequenez, sua fragilidade. É
seduzido a ser como Deus, mas pela via da arrogância, da soberba e do fechar-se
em si e na sedução tentadora. Procurando a liberdade na fuga do projecto de
Deus o ser humano é vítima das mais baixas escravidões.
A palavra de Deus, feita
proposta e sabedoria para eles, deixa de ter espaço e referência nas suas
vidas. Concentram-se só na visão, decisão e aventura de construir a vida onde
Deus fica à margem ou é tido em conta para uma possível luta. Se essa maçã os
tornarem como deuses! Foi a atitude daqueles seres espirituais que foram também
confrontados com tal hipótese sedutora.
Prescindindo de Deus e
fazendo uma opção totalmente oposta ao seu projecto, comem aquele fruto que
lhes daria, segundo a sedução, a condição de deuses! Mas aquele fruto gerou
neles sintomas profundos de degradação e morte. Perdem a força, a alegria e o
entusiasmo. Escondem-se, isolam-se e têm medo de Deus, da natureza, deles
mesmos. A sua visão foi profundamente afectada e perturbada. Deus já não é
visto como amigo, mas como adversário que evitam. Também se acusam mutuamente.
A natureza passa a ser vista como traiçoeira. A sua condição humana
provoca-lhes vergonha. Esse fruto apaga neles a esperança e leva-os à morte.
Como consequência de tudo
isto, Deus, volta a aparecer como amigo. Desafia o ser humano à esperança. A
Sua intervenção operada em Cristo impossibilitou o aniquilamento e a morte.
O Projecto com Deus
Apesar desta experiência
radical no afastar-se de Deus, o homem, não fica abandonado. Por essa
experiência também dolorosa pode apreciar até onde vai a misericórdia de Deus:
«ó feliz culpa, que tal e tão grande redentor mereceu ter».
Maria revela uma atitude
totalmente diferente. Humilde e abandonada aos projectos de Deus compromete-se
total e definitivamente com os misteriosos desígnios de Deus.
Maria é colocada no centro da
história da humanidade pelo sim e pela entrega, possibilitando a concretização
da esperança anunciada em Génesis, primeira leitura.
Maria está indissoluvelmente
unida ao Mistério de Cristo. N’Ela podemos ver com transparência, limpidez,
fidelidade e ser imaculado que é possível corresponder aos planos e projectos
de Deus, pela obediência, pela adesão e pelo compromisso. Ela nos faz
compreender que o plano de Deus é um plano amoroso em favor de todos.
Ela é um dom excelente de
Deus para cada um, para a Igreja e para a Humanidade. Ela não se afasta pela
sua enorme grandeza e santidade, mas permanece no meio de nós, na proximidade
de Mãe. Está presente na docilidade e encantamento da Sua humildade Evangélica,
como centro do «olhar» de Deus e fonte de vida. Está presente como Educadora
ajudando maternamente ao crescimento para a maturidade cristã. E está presente
como referência de discípulo a estimular a entrega e doação.
O fruto que em Maria é gerado
é fruto de salvação e de vida que Ela ofertará como Caminho, Verdade e Vida.
O Projecto de Deus na minha vida.
A vida cristã iniciada no
baptismo é uma vida sujeita a muitas tentações e dificuldades. As seduções são
muitas. Tanto as tentações e seduções interiores como exteriores. Parece
passar-se em nós como na primeira leitura.
A maior tentação do nosso
tempo é colocar Deus à margem das suas construções e dos seus projectos. A
grande sedução é pensar que todos os sistemas de morte e a própria morte são
companheiras privilegiadas na caminhada do homem.
O homem sente a sedução pela
morte. Ele pensa que a morte e os sistemas de morte o ajudarão a resolver
muitos dos seus problemas. Ou são tidos como planos aliciantes na sua
caminhada.
Deus tem uma proposta para
todos nós. Mesmo antes da criação do mundo ele quis que fossemos santos e
irrepreensíveis. Apesar da nossa pequenez e limitação somos mais importantes
que o próprio universo porque fomos pensados primeiro e o «modelo» da nossa
criação foi a própria Trindade.
Nesta caminhada contamos com
os passos amigos de Cristo, presença máxima e sem igual, na Eucaristia. Ele
mesmo vem ter connosco para seguirmos no mesmo caminho. Partilha connosco a
Palavra que enche o nosso coração de esperança e de alegria, iluminando o
sentido mais profundo da nossa vida. Ele parte connosco o Pão da Vida, como
presença, doação e comunhão de vida e amor. Este encontro leva ao compromisso
entusiasmante no Seu anúncio.
Nesta caminhada contamos também
com a Sua presença no sinal da reconciliação que permite retomar caminho, curar
as feridas, unir o que foi rompido e estabelecer comunhão com Deus e com os
irmãos. Permite ao ser humano redescobrir a força da humildade que nos coloca
sob o «Olhar» amoroso de Deus.
O Concilio Vaticano II, na
L.G. apela-nos a vivermos como Maria. No seu ser, na sua vida e na sua missão
encontramos ajuda imprescindível para o nosso compromisso com Cristo.
Fala o Santo Padre
«Maria é o nosso sustento inabalável na dura luta
contra o pecado e as suas consequências.»
1. «Tota pulchra es
Maria Tu és bela, ó Maria». A Igreja celebra hoje a Imaculada Conceição
da Bem-Aventurada Virgem Maria. Se Cristo é o dia que não conhece ocaso, Maria
é a sua aurora resplandecente de beleza. Escolhida para ser a Mãe do Verbo
Encarnado, Maria é ao mesmo tempo a primícia da sua obra redentora. A graça
de Cristo Redentor agiu sempre n'Ela antecipadamente, preservando-a do pecado
original e de todo o contágio da culpa.
2. Por isso, Maria é a «cheia
de graça» (Lc 1,
28), como afirma o Anjo quando lhe traz o anúncio da sua maternidade divina. A
mente humana não pode pretender compreender um prodígio e um mistério tão
grandiosos. É a fé que nos revela que a Imaculada Conceição da Virgem é penhor
de salvação para toda a criatura, peregrina sobre a terra. É ainda a fé que nos
recorda que, em virtude da sua condição singularíssima, Maria é o nosso
sustento inabalável na dura luta contra o pecado e as suas consequências.
3. […] Para ganhar confiança e
dar sentido à vida, os homens precisam de se encontrar com Cristo. E a Virgem é
a orientação certa para a fonte de luz e de amor que é Jesus: prepara-nos para
o encontro com Ele. O povo cristão compreendeu com sabedoria esta realidade de
salvação e, dirigindo-se à «Toda Santa», com filial confiança a implora assim:
«Iesum, benedictum fructum ventris tui, nobis post hoc exilium ostende. O
clemens, o pia, o dulcis Virgo Maria Mostra-nos, depois deste exílio, Jesus,
o bendito fruto do teu ventre. Ó clemente, ó pia, ó doce Virgem Maria»
João
Paulo II, Angelus, Festa da Imaculada Conceição, 8 de Dezembro de 2003
Oração Universal
Irmãs e irmãos:
Bendigamos a Deus, que nos
enviou
a grande bênção prometida aos
nossos pais
e, por intercessão da Virgem
Imaculada, nossa Padroeira,
peçamos (ou cantemos), com
alegria:
R: Interceda por nós a Virgem
Imaculada.
Ou: Interceda por nós a
Virgem cheia de graça.
1. Pela santa Igreja, presente em toda a terra,
para que não se
deixe enganar pelo demónio
e seja esposa
de Cristo, santa e imaculada,
oremos, por
intercessão de Maria.
2. Pelo Papa João Paulo II, pelos Bispos e Presbíteros,
para que Deus,
que os chamou e os escolheu,
lhes dê a graça
de serem sempre bons pastores,
oremos, por
intercessão de Maria.
3. Pelos fiéis do mundo inteiro,
para que
reconheçam na Virgem Imaculada
o sinal
prometido por Deus aos nossos primeiros pais,
oremos, por
intercessão de Maria.
4. Pelos governantes, políticos e autoridades
para que pensem
sobretudo nos mais pobres,
sirvam sempre o
bem comum dos cidadãos,
e não se deixem
seduzir pelos sistemas de morte,
oremos, por
intercessão de Maria.
5. Pelas mulheres que estão prestes a ser mães,
para que saibam
acolher e agradecer o dom da vida
que Deus
entrega nas suas mãos,
oremos, por
intercessão de Maria.
6. Pelos que cederam à tentação do inimigo
e por todos os
que vivem em pecado
para que
descubram o poder da humildade,
se arrependam,
e celebrem o sacramento da reconciliação,
oremos, por
intercessão de Maria.
Senhor, nosso Deus e nosso
Pai,
que convocastes e reunistes
estes vossos filhos
para celebrarem os louvores
da Virgem Imaculada,
fazei que, olhando para Ela,
aprendamos a imitá- l’A e a
progredir na santidade.
Por Jesus Cristo, nosso
Senhor.
Liturgia Eucarística
Cântico
do ofertório: Ó Nuvens chovei o Justo,
F. da Silva, NRMS 15
Oração
sobre as oblatas: Aceitai, Senhor, o
sacrifício de salvação que Vos oferecemos na solenidade da Imaculada Conceição
da Virgem Santa Maria e, assim como acreditamos que, por vossa graça, ela foi
isenta de toda a mancha, sejamos nós, por sua intercessão, livres de toda a
culpa. Por Nosso Senhor...
Prefácio
O mistério de Maria e da Igreja
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Corações ao alto.
R. O nosso coração está em
Deus.
V. Dêmos graças ao Senhor
nosso Deus.
R. É nosso dever, é nossa
salvação.
Senhor, Pai santo, Deus eterno
e omnipotente, é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação dar-Vos graças,
sempre e em toda a parte, e louvar-Vos, bendizer-Vos e glorificar-Vos na Imaculada
Conceição da Virgem Santa Maria.
Vós a preservastes de toda a
mancha do pecado original, para que, enriquecida com a plenitude da vossa
graça, fosse a digna Mãe do vosso Filho. Nela destes início à santa Igreja,
esposa de Cristo, sem mancha e sem ruga, resplandecente de beleza e santidade.
Dela, Virgem puríssima, devia nascer o vosso Filho, Cordeiro inocente que tira
o pecado do mundo. Vós a destinastes, acima de todas as criaturas, a fim de
ser, para o vosso povo, advogada da graça e modelo de santidade.
Por isso, com os Anjos e os
Santos, proclamamos com alegria a vossa glória, cantando numa só voz:
Santo, Santo, Santo.
Santo:
M. Simões, NRMS 50-51
Monição da Comunhão
Maria aceitou alimentar-se da
palavra de Deus que n’Ela se fez carne. O fruto do seu ventre tornou-se para
nós alimento de Vida, Pão da Vida. Quem procura acolher Jesus, comungando com
um coração Imaculado viverá em Cristo, assim como Ele vive pelo Pai. E n’Ele
dará muito fruto.
Cântico
da Comunhão: É celebrada a vossa
glória, F. dos Santos, NCT 50
Antífona
da comunhão: Grandes coisas se dizem de
vós, ó Virgem Maria, porque de vós nasceu o sol da justiça, Cristo nosso Deus.
Cântico
de acção de graças: Cantai um cântico
novo, J. Santos, NRMS 10 (II)
Oração
depois da comunhão: O sacramento que
recebemos, Senhor, cure em nós as feridas daquele pecado, do qual, por singular
privilégio, preservastes a Virgem Santa Maria, na sua Imaculada Conceição. Por
Nosso Senhor...
Ritos Finais
Monição final
A Eucaristia é fonte
privilegiada de evangelização. Quem se encontra com Cristo e se alimenta da sua
palavra, do Seu Corpo e Sangue, e faz a experiência da Sua presença na
comunidade, deve sentir a urgência de o anunciar, de ser Boa-Nova, de dizer não
aos sistemas de morte, de construir na confiança do plano de Deus, que é um
plano de amor em favor de todos.
Cântico
final: Gloriosa Mãe de Deus, M. Carneiro, NRMS 33-34
Homilias Feriais
5ª feira, 9-XII:
Eucaristia e fortaleza.
Is 41, 13-20 / Mt 11, 11-15
Irás bater e
triturar os montes, reduzir as colinas a palha.
O Messias trar-nos-á a
fortaleza necessária para ultrapassarmos os obstáculos (cf. Leit.). João
Baptista, o Precursor, é um exemplo desta virtude (cf. Ev.), e ela ajudar-nos-á
a alcançar o Reino dos Céus,
No momento da Comunhão aproximemo-nos
do Médico divino, que vem limpar e curar as feridas, que tanto mal fazem à
alma: «Quando o receberes, diz-lhe: – Senhor, espero em ti, adoro-te, amo-te.
Aumenta-me a fé. Sê o apoio da minha debilidade, Tu, que ficaste na Eucaristia,
inerme, para remediar a fraqueza das criaturas» (Forja, 832).
6ª feira,10-XII:
Acolhimento da palavra de Deus.
Is 48, 17-19 / Mt 11, 16-19
Se tivesses
atendido às minhas ordens, o teu bem estar seria como um rio, e a tua
prosperidade como as ondas do mar.
De acordo com esta profecia, a
nossa felicidade está ligada ao modo como acolhemos a palavra de Deus (cf.
Leit. e Salmo Resp.). Infelizmente nem João Baptista nem Jesus têm um bom
acolhimento (cf. Ev.).
Procuremos fazer mais caso dos
mandatos e da palavra de Deus, que ouvimos ou lemos; procuremos entender melhor
cada um dos gestos e atitudes de Jesus (Ev: não entendem que coma e beba
normalmente). E assim «quem vos segue, Senhor, terá a luz da vida» (S. Resp.).
Sábado, 11-XII: O fogo do
encontro com Cristo.
Sir 48, 4. 9-11 / Mt 17, 10-13
Apareceu como
um fogo o profeta Elias, e a palavra dele queimava como um facho ardente.
O profeta Elias não só
aparecia como um fogo (cf. Leit.) como também, pela sua oração, faz descer o
fogo do céu sobre o sacrifício do Monte Carmelo, figura do fogo do Espírito
Santo (cf. CIC, 696).
Jesus disse «fogo vim trazer à
terra e que quero eu senão que ele se ateie» (Lc 12, 49). É Ele que pega esse fogo aos discípulos de Emaús, num
encontro depois da Ressurreição (cf. Lc
24, 32). Cada uma das Comunhões sacramentais é um encontro com o Senhor.
Peçamos-lhe que acenda um pouco mais o fogo do seu amor nas nossas almas.
Celebração e Homilia: Armando Rodrigues Dias
Nota
Exegética: Geraldo Morujão
Homilias
Feriais: Nuno Romão
Sugestão Musical: Duarte Nuno Rocha